Cantor e compositor de 24 anos usa sentimentos e experiências intensos em obra inédita
Para produzir um novo disco precisa-se de inspiração. O músico AMESLARI, de Ribeirão Preto, São Paulo, iniciou a produção deste novo álbum quando estava em um período de tristeza. “É inspirado no término do relacionamento que vivi em 2021. Fiquei uns oito meses muito mal, sem conseguir escrever quase nada, por isso vem tanto tempo depois. Quando consegui escrever, vieram quase todas as músicas de uma vez, falando sobre o término, o relacionamento em si, trazendo à tona outros sentimentos que já até estavam aqui dentro, mas que afloraram por causa disso”, afirma.
As composições são diferentes das já estreadas pelo cantor. “Fala muito de dor e perda. Foi escrito no meio desses sentimentos, então não tem a pegada otimista de antes. Outra coisa que mudou é que algumas são bem longas. Eu adoro ouvir músicas assim, por algum motivo isso sempre me fascinou. Acho que é a ideia de ‘nossa, essa música tem oito minutos! Por que será?’”, ressalta.
Nas obras anteriores, AMESLARI usou o eletrônico, mas, desta vez, outros estilos estão evidentes. “O eletrônico deu uma diminuída, mas ainda tem alguma coisa presente aqui. A vibe do disco é mais elétrica e acústica. Tem muita música mais lenta e mais de uma instrumental, algo que adoro compor”, diz.
O artista é fã de Elton John desde quando compareceu ao show do cantor inglês em 2009. O pianista sempre foi uma influência para ele. “Acredito que sempre vai ter alguma inspiração do Elton, seja ela mais evidente ou não, já que ele é meu maior ídolo. Meu álbum novo tem muito piano, inclusive algumas músicas têm muito destaque para isso”, explica.
Além dele, outras bandas foram importantes na atual fase de criatividade do ex-barítono. “Comecei a ouvir Radiohead mais a fundo em 2022 e me apaixonei. A melancolia e o retrato dos sentimentos de ansiedade e depressão que eles fazem, para mim, não tem igual. Foram inspirações. Tem inclusive referência a eles em uma das canções”, conta.
“Outra que me inspirou foi a SID, um grupo de rock japonês que acho incrível. As melodias são ótimas. As letras, que eu já fui atrás de traduzir, são boas e a voz do Mao, vocalista, é sensacional. Uma inspiração de forma geral é o rock progressivo, algo que eu gosto muito”, comenta.
Em relação à sua composição preferida que estreará, “Her” ganha destaque. “É uma música bem longa, originalmente composta como uma peça só, mas que dividi em quatro partes. Adorei o resultado e quero muito ver o que as pessoas vão pensar, porque não é exatamente o que parece. Só isso que vou dizer sobre”, enfatiza.
AMESLARI se apresentou recentemente, em novembro deste ano, no Blue Note São Paulo, em parceria com a Rolling Stone Novas Vozes. O seu novo disco ainda não tem previsão de lançamento.