Vocalista do Fleetwood Mac ficou em choque com a perda e externou sentimento através de um de seus maiores hits
Igor Miranda (@igormirandasite) Publicado em 27/11/2024, às 08h00
O assassinato de John Lennon, em 8 de dezembro de 1980, mudou o mundo da música completamente. Não apenas os fãs do Beatle ficaram estarrecidos, mas a notícia também caiu como uma bomba entre os artistas.
A reflexão mais imediata no segmento é: muitos perceberam que a fama não os protegia totalmente. Stevie Nicks foi uma das pessoas afetadas por esse pensamento.
Em entrevista de 2019 ao Entertainment Weekly, a cantora do Fleetwood Mac destacou a sensação que todos ao redor tiveram quando souberam do ocorrido. Segundo a cantora, a possibilidade de ter a vida ceifada por um suposto fã parecia totalmente fora de questão antes da tragédia.
De repente, aconteceu com um deles — mesmo que fosse um dos maiores ícones da história do rock. Nas palavras de Stevie:
Aquele foi um momento muito triste e assustador para todos nós na cena rock and roll, nos assustou muito que algum idiota poderia ser tão perturbado que te esperaria do lado de fora do seu prédio, sem te conhecer, e atirar em você.”
Nicks entende que um político, por exemplo, ser alvo de um crime do tipo faria um pouco mais de sentido — ainda que não seja nada justificável — dada a natureza divisiva desta área. Já na música, não. Ela diz:
Se você fosse o presidente dos Estados Unidos, talvez, mas sendo só uma pessoa da música? Embora, claro, seja um Beatle? Ser alvejado e morto na frente do seu apartamento, quando você tem uma esposa e dois filhos? Aquilo foi inaceitável para todos nós em nossa comunidade.”
O luto e o medo de Stevie Nicks podem ser ouvidos em “Edge of Seventeen”, hit de seu primeiro álbum solo, Bella Donna (1981). A letra fala, de forma um tanto abstrata, sobre o assassinato de John Lennon e também sobre a morte de um tio da cantora, ocorrida na mesma semana da tragédia com o Beatle.
Em 2022, falando na rádio SiriusXM (via Estadão), Paul McCartney também comentou sua reação ao saber o que tinha acontecido com o amigo. Seu sentimento, assim como o de Nicks, virou música: no caso, “Here Today”, lançada no álbum Tug of War (1982). O integrante dos Beatles disse:
Me afetou de maneira muito forte, eu não conseguia falar sobre isso. Eu lembro de chegar em casa do estúdio no dia em que ouvimos a notícia de que ele morreu, ligar a TV e ver as pessoas dizendo: ‘bem, John Lennon era isso’ e ‘o que ele era, era isso’ e , ‘lembro de conhecê-lo em tal época.’ Foi tipo: ‘não sei, não posso ser uma dessas pessoas. Não posso simplesmente ir à TV e dizer o que John significava para mim’. Era profundo demais. Foi simplesmente demais. Eu não conseguia colocar em palavras.”
Até hoje, muitos se perguntam o que levou Mark David Chapman a cometer um crime tão brutal. Detido em flagrante – já que, após matar John Lennon, o assassino permaneceu no local da cena, lendo o livro O Apanhador no Campo de Centeio, de J.D. Salinger –, o criminoso está preso desde então. Em 2000, passou a ter direito a pedir liberdade condicional a cada dois anos. Nunca conseguiu.
Em 2020, a BBC teve acesso às falas de Chapman durante um desses pedidos. O homem está detido na Wende Correctional Facility, em Alden, estado de Nova York. De lá, o assassino pediu desculpas à viúva de Lennon, Yoko Ono, e falou das motivações por trás do crime.
Eu o matei não por seu caráter ou pelo tipo de pessoa que era. Ele era um ícone e um cara de família; era alguém que já falava de coisas sobre as quais agora podemos falar a respeito, o que é ótimo. Eu o matei porque ele era muito, muito famoso. É a única razão. Eu estava sendo muito egoísta, buscando muita glória própria.”
Chapman chegou a se encontrar com Lennon, horas antes de matá-lo, para pedir um autógrafo. Mark acredita que merece a pena de morte, que não existe mais no estado de Nova York. Os pedidos de liberdade condicional são negados sob a justificativa da segurança da família do Beatle e do próprio criminoso. Yoko Ono compartilha da mesma opinião da Justiça.
Colaborou: André Luiz Fernandes.
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