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Como o The Police sobreviveu a tantas dificuldades, segundo Stewart Copeland

Baterista diz que ele e seus colegas de banda chegaram a passar fome enquanto batalhavam pelo sucesso, que levou um tempo para chegar

Igor Miranda Publicado em 10/03/2023, às 18h38 - Atualizado às 19h14

Na atualidade, onde o tempo parece corre mais rápido, um ano passa voando. Na década de 1970, era como uma eternidade. Desde a sua formação no início de 1977, o The Police levou pouco aproximadamente dois anos para estourar — mas quem estava lá trata a situação como se tivesse demorado um século.

Em entrevista ao Ultimate Classic Rock, o baterista Stewart Copeland relembrou algumas das dificuldades enfrentadas por ele, Sting (voz e baixo) e Andy Summers (guitarra) na busca pelo sucesso. Relatos mais aprofundados também estarão no livro focado no período pré-fama da banda, Police Diaries 1976-9, lançado por Copeland e prestes a ser disponibilizado no exterior.

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“Lembro da atmosfera, que era algo como: Sting e eu ficamos muito felizes por termos conseguido convencer o poderoso Andy Summers – requisitado guitarrista de estúdio que cumpria quatro escalas no trabalho – para se juntar à nossa banda punk fake. Nos mantivemos juntos. Sting e eu sofremos por dois anos – passamos fome – e então Andy se juntou a nós em nossa fome. Isso foi antes de ‘Roxanne’, antes que Sting tivesse ideia de que poderia criar aquelas grandes músicas.”

Vindo de sua experiência como membro do grupo de rock progressivo Curved Air, Stewart destacou que mesmo com Sting recebendo sucessivos convites para formar outras bandas com músicos diferentes, o trio se manteve unido. Por quê? Nem ele sabe.

“O milagre é que estávamos ligados musicalmente antes mesmo de descobrirmos que música queríamos fazer. Perguntei a Andy recentemente: ‘o que você estava pensando naquela época?’. Ele disse: ‘não sei, eu deveria ter ficado tocando para Neil Sedaka’.”

Don’t worry

Questionado pelo site sobre o conselho que daria à sua versão mais jovem, Stewart Copeland não recorreu ao clichê “preocupe-se menos”.

“É exatamente o que eu diria ao meu eu mais jovem, mas se meu eu mais jovem tivesse aceitado meu conselho, nada disso teria acontecido. É a ansiedade que me move. Eu treino bateria antes de um show e não é por disciplina – é por medo. Essa ansiedade me impulsionou.”

O estrelato do The Police

Embora tenha lançado seu álbum de estreia Outlandos d’Amour em 1978 (após pegar emprestado 1,5 mil libras do empresário da banda e irmão de Stewart, Miles Copeland), o The Police só começou a fazer sucesso no ano seguinte.

As duas músicas lançadas como single no Reino Unido, “Roxanne” e “Can’t Stand Losing You”, não se saíram bem no país e chegaram a ser boicotadas pela BBC, principal veículo de comunicação local, devido às temáticas de prostituição e suicídio exploradas nas letras.

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Coube ao trio adotar diferentes estratégias de divulgação. Uma delas envolveu uma turnê de baixo orçamento pelos Estados Unidos. Por lá, divulgaram “Roxanne” como single - e foi aí que as coisas começaram a dar certo. Com o sucesso em território americano, outros países (incluindo o Reino Unido) voltaram a dar atenção ao grupo.

Outlandos d’Amour atingiu o sexto lugar da parada britânica em outubro de 1979 - quase um ano após seu lançamento. Hoje, acumula discos de platina nos Estados Unidos, Reino Unido, Austrália, Canadá e Países Baixos, além de ter dado início a uma trajetória campeã (com mais de 75 milhões de cópias vendidas) e relativamente breve (o projeto foi encerrado em 1986, com apenas cinco trabalhos de inéditas disponibilizados, e teve apenas duas reuniões, em 2003 e de 2007 a 2008).

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