Criolo volta aos palcos com disco sobre 'fé, resiliência e abismo social'

Criolo lançou Sobre Viver, seu primeiro disco em cinco anos, em maio deste ano. De volta aos palcos, músico deve mesclar clássicos com faixas inéditas sobre "fé, resiliência... e esse abismo social que a gente vive," conforme explicou à Rolling Stone Brasil.

A poesia, com contornos mais carregados após pandemia, vem versada no rap, como Nó na Orelha (2011) e Convoque Seu Buda (2014). Diferente do que foi visto em 2017, quando lançou Espiral de Ilusão, todo baseado no samba - gênero que deve continuar dando as caras nas apresentações.

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A política partidária não deve ser o foco de Criolo no palco, considerando a proximidade das eleições, mas é impossível separar sua arte do tema. Em Sobre Viver, ele denuncia sobre intolerância religiosa: "Muitas casas de oração estão sendo destruídas e ninguém fala sobre isso. Ou, quando se fala, o espaço é pequeno, fala-se muito pouco. Essa intolerância religiosa pode se traduzir em outras frases: perseguição, assassinato, morte. Então é urgente sim."

"A parte social que já vinha frágil, lutando muito, foi totalmente esquecida, e isso fortaleceu ainda mais essa crueldade que deságua nas ruas, em fome, medo, depressão, sabe? É um país de fome, onde as pessoas estão cada vez mais se sentindo inseguras, tristes. Então, mais uma vez o rap se apresenta como portal para essa troca urgente, necessária. Sempre é hora de falar sobre melhoria. Mas não dá pra falar de melhoria e não falar de tudo o que tá acontecendo," explicou.

Confira entrevista completa de Criolo à Rolling Stone Brasil.