Intitulado 333, segundo disco de estúdio de Matuê chega quase quatro anos após lançamento de Máquina do Tempo (2020), divisor de águas do trap
Felipe Grutter (@felipegrutter)
Publicado em 09/09/2024, às 16h28Não muito tempo após Matuê lançar o disco de estreia, intitulado Máquina do Tempo (2020), que se tornou um dos grandes marcos do trap brasileiro, diversos fãs do artista fortalezense começaram a cobrá-lo para lançar o segundo álbum. De surpresa, a espera acabou finalmente com a chegada de 333 nas plataformas de streaming nesta segunda, 9.
Ao todo, o novo projeto do rapper conta com 12 faixas (uma delas é bônus) e vem com intenção de trazer uma mensagem positiva para o público, especialmente dos jovens. A gravação foi feita por meio de métodos analógicos e as canções narram uma espécie de odisseia no rap.
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"333 Nasce depois de um longo período de bloqueio criativo. Após o sucesso de Máquina do Tempo, tive que me reconectar com o que importava de fato," afirmou Matuê em declaração à imprensa. "Foi um processo de amadurecimento pessoal e os estágios disso são narrados nessas faixas."
Para contar esta nova história, o cantor se apoia bastante na produção musical: "A gente começa 333 com o personagem vivendo seu auge na cena, então me inspirei em beats mais clássicos de rap e trap. Os pontos de virada na produção, em que entram a psicodelia e as batidas mais inusitadas, rolam exatamente quando esse personagem se abre para a expansão da mente e do espírito, ou quando ele percebe que nem tudo são flores no topo."
Esse é o disco da minha vida. Foi produzido do jeito que eu queria, no meu tempo, indo contra o que o mercado tenta exigir dos artistas. Tenho muito orgulho desse projeto e espero que essa jornada de iluminação, que vai de 0 a 333 nessas 12 faixas, inspire as pessoas positivamente.
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FICHA TÉCNICA: 333 - MATUÊ
Durante entrevista à Rolling Stone Brasil em 2023, o cantor falou sobre os próximos planos após realização do Plantão Festival daquele ano. "Já tenho uma boa quantidade de músicas. Dessa vez, ele é um pouco diferente de Máquina do Tempo, que foi muito vibe e doideira," afirmou.
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Nesse próximo, quero passar uma mensagem, trazer algo valioso para os meus fãs, algo que possa fazer uma diferença na vida deles. É um disco que tem sentimentos complexos.
"Normalmente, nas músicas, a gente tem uma gama de sentimentos bem comuns. Dentro do rap, a gente tem a vitória, a ostentação, a dificuldade e outros temas que são mais comumente abordados," continuou Matuê. "E dentro desse disco eu trouxe sentimentos diferentes, que dificilmente são falados."
Com milhões de reproduções nos serviços de streaming de música, era fácil de imaginar que Matuê lançaria outro álbum pouco tempo após Máquina do Tempo. No entanto, ele contou à Rolling Stone Brasil como passou por certa dificuldade no processo artístico
É interessante você ver que o período mais fértil de um artista, normalmente, é antes dele estourar. Depois disso, as coisas se complicam muito mais porque vem uma crítica, as dificuldades, lidar com os negócios, com o estilo de vida que muda drasticamente (de estar na estrada e longe de casa).
Mesmo com uma dificuldade, Matuê conseguiu se reestruturar dentro da carreira: "Atualmente, o meu objetivo é fazer menos shows, porém melhorar a qualidade deles, engrandecer o espetáculo com cenografia e banda, por exemplo. Também quero ter uma execução e um som cada vez melhor e mais tempo para estar no estúdio e em casa. Então, eu diria que de um ano para cá houve uma revolução dentro da minha relação com a música."