Grupos relembram seus clássicos e agitam todos que assistiram a apresentação
Felipe Fiuza Publicado em 12/04/2022, às 18h19
As bandas capixabas Dead Fish e Supercombo dividiram o palco da Audio – casa de shows na zona oeste de São Paulo – na última sexta-feira (08). Centenas de fãs lotaram o local para conferir de perto a volta aos palcos de dois dos mais importantes conjuntos do cenário do rock atual.
Quem abriu os trabalhos foi o Supercombo, que em 2019 gravou nesta mesma casa de shows o ótimo Ao Vivo Quando a Terra Era Redonda, lançado e exibido em algumas salas de cinema em fevereiro de 2022, após atraso decorrente das paralisações da pandemia.
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O público, ansioso, começou a gritar e bater palmas já quando os roadies entraram para afinar e efetuar os ajustes finais nos instrumentos. Mas foi por cerca de 0h30 que o quinteto subiu ao palco e levantou a plateia com "Meu Colorista (Adeus, Aurora)". A partir daí a energia contagiante de Leo Ramos (voz e guitarra) inundou todos os cantos, intercalando sua voz suave e melódica com guturais potencializados pela bateria rápida e precisa de André Dea “Pindé”, os riffs marcantes de Pedro Ramos “Toledo” (voz e guitarra), os teclados harmoniosos de Paulo Vaz e o poderoso baixo de Carol Navarro.
O espetáculo foi marcado por sucessos como "Bonsai" (Rogério), "Menina Largata" (Adeus, Aurora), "Maremotos" (Adeus, Aurora), "Campo de Força" (Amianto), além de manifestações políticas, como o pedido para os jovens tirarem o título de eleitor, seguido por um coro contra o atual Presidente da República, já comum em festivais Brasil afora. O auge da apresentação veio com os dois maiores sucessos da banda: "Piloto Automático" (Amianto), seguido de "Amianto" (Amianto), que os fãs cantaram a plenos pulmões do início ao fim. O grupo encerrou a apresentação com "Todo Dia é Dia de Comemorar" (Ep Todo Dia é Dia de Comemorar), em torno de 1h40 da manhã.
O público, já aquecido pelo quinteto, recebeu com euforia as palavras de boas-vindas de Rodrigo Lima (voz), seguidas dos acordes de "Inevitável Mudança" (Ponto Cego), que, como era de se esperar, abriu o show do Dead Fish com uma pancada sonora e um vocalista mais enérgico do que nunca. Logo em seguida, "Autonomia" (Contra Todos) encorajou os primeiros moshs da galera, que já são marca registrada nos shows da banda. Homens e mulheres subindo no palco e pulando de volta, caindo nos braços da plateia que os recebia com euforia, sensação que não vivenciavam há mais de dois anos.
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"Tão Iguais" (Zero e Um), "Queda Livre" (Zero e Um) e "Sangue nas Mãos" (Ponto Cego) vieram para acelerar o já extasiado fã da banda, que sentia a potência da bateria de Marcão (também Ação Direta), as palhetadas do hardcore old school do baixo de Igor Tsurumaki e os riffs inconfundíveis da guitarra de Ric Mastria. A banda viu do alto do palco as rodas de ‘bate-cabeça’ se formando e a energia de todos, que não pararam de pular um minuto sequer, ainda mais com a tríade: "Afasia" (Afasia), "Bem Vindo ao Clube" (Zero e Um) e "A Urgência" (Zero e Um) na reta final, acordando os mais cansados e lavando a alma de todos que ali estavam.
A turnê 30+1, que celebra os 31 anos da banda, apresentou um experiente e guerreiro Dead Fish, muito mais contestador e político, com palavras ácidas de Rodrigo nos pequenos intervalos entre as canções, consolidando-os como uma das mais importantes e influentes do Brasil. Uma porrada sonora deliciosa de se tomar, pois certamente o grupo já é um patrimônio nacional, e espero recebê-la por muitos anos ainda.
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