O artista se apresenta no Best Of Blues And Rock em São Paulo, no próximo sábado, 22, abrindo o festival que acontece no Ibirapuera
Pedro Figueiredo (@fedropigueiredo) Publicado em 19/06/2024, às 15h37
Um dos grandes nomes da cena emo no Brasil com a sua banda, NX Zero, Di Ferrero é uma das atrações do Festival Best Of Blues And Rock, que passa por diversas cidades do Brasil. O artista se apresenta em São Paulo, no próximo sábado, 22, no Ibirapuera.
Estreante neste festival, Di falou com a Rolling Stone Brasil sobre o que está preparando. "Já vi que o dia vai estar bom, era a minha preocupação por ser um lugar aberto," diz o artista que classifica o atual momento como a "a melhor fase" da carreira solo.
Minha banda está bem redonda, só amigos e o Best Of Blues And Rock vai ser mais um festival que eu vou fazer, feliz de estar no circuido dos festivais. E conseguindo também mostrar a minha música, as coisas que eu lancei solo desde lá de trás até agora.
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Apesar dos anos de carreira, o cantor ainda convive com o nervosismo antes de subir no palco. "É um outro contexto. Sinto que o lance do nervosismo, que é aquela coisa boa que deixa a gente com frio na barriga, eu tenho sentido mais no meu show solo. Mas eu acho isso bom."
Di usa isso como um jeito de não se manter na zona de conforto. Para o festival deste final de semana, por exemplo, ele fará um setlist um pouco diferente do que tem feito em outras apresentações. "Nesse festival a galera vai pra ouvir um p*** som bom. Tem que estar tudo bonito."
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O show será mais focado em :( UMA BAD UMA FARRA :) (2022), primeiro álbum solo do artista. Mas ele deve passar por outros momentos da carreira solo e algumas da banda. "'Corpo Fechado' é uma música que não pode faltar no meu show, a galera gosta e é aque eu mais gosto de tocar."
O aumento no número de festivais pode parecer uma novidade para algumas pessoas, o vocalista relembra, no entanto, do começo do NX, quando essa era uma maneira de viabilizar os shows: "A gente tocava nos festivais underground," conta. "Era muito difícil uma banda da nossa geração tocar sozinha." Ele conta que a banda passou a fazer mais shows sozinha depois de estourar.
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"Os festivais deram uma boa abaixada ali numa fase antes da pandemia, tinha só os grandes festivais. Depois da pandemia quando eu lancei meu álbum, acho que nunca vi tantos festivais e tantas misturas." Di se mostra feliz com o movimento e se autodenomina como um "rato de festivais."
O primeiro disco da carreira solo de Di veio em meio a um momento de compreensão sobre a fase pela qual o mundo passava. A pandemia de COVID-19 fez com que as pessoas ficassem reclusas e o artista, entendeu que aquele poderia ser a nova dinâmica do mundo e, consequentemente, da música.
Comecei a escrever durante a pandemia. Montei um estúdio no meu cafofo, mudei de São Paulo e fiquei focado no som. Calhou de conseguirmos conviver cada vez mais com aquela coisa toda e o álbum estar sendo terminado.
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Acostumado a escrever com Gee Rocha para a banda, no projeto solo Di se permitiu trazer outros parceiros para as composições do disco, "Como o pessoal do Los Brasileros, que vai pra uma onda até mais pop, mas os caras entendem o meu mundo."
O disco marcou a fase da vida de Di, como ele mesmo ressalta, além de ser um marco também para os fãs que o acompanham desde o NX. O cantor confessa que gosta do processo de fazer álbuns, porque é onde ele mostra outras partes dele "sem ficar preocupado quanto vai andar a música."
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Di já tem algumas músicas que contam uma história juntas - que devem ser lançadas em breve - e isso pode ser um spoiler do que veremos quando ele lançar o próximo álbum solo.
A inspiração dele vinha quase sempre de algum momento ruim, "quando eu precisava botar pra fora, quase terapêutico," conta o artista, que relembra John Lennon, que compunha a partir de suas dores. "Pós-pandemia eu consegui fazer músicas em dias de sol."
Lá atrás, quando eu estava bem, ia fazer outra coisa, não era compor. Ia encontrar a galeram. Hoje eu consigo pegar inspiração até de uma invenção da minha cabeça, mas alguma inspiração tem que acontecer. Pequenas coisas do dia a dia, conversas com a minha esposa, ou com algum amigo. Até de filmes que mexam comigo de alguma forma, alguma frase de um livro.
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Durante a conversa, falamos também sobre os fãs que o acompanham desde que a banda estreou. Para Di, a longevidade da relação é um sinal de um sentimento genuíno. "Quer dizer que marcou, mexeu com você."
"Eu sou assim com meus ídolos também, tem alguns que nem lançam música mais." Ele relata como artistas que fizeram a diferença em algum momento da vida dele seguem no coração. "Eu fico feliz do NX ter feito isso. Pode ser conforto, ou para extravasar, a música estava ali presente." Se para o artista se manter fiel à arte e aos fãs é a melhor maneira de se manter com eles, seja na carreira solo ou com a banda, ele estará sempre bem acompanhado.
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