Do calor ao vômito, como eram os shows do Slipknot no início

Ao assistir a um show do Slipknot hoje, em grandes arenas, é perceptível a demanda física dos músicos. Todos estão sempre vestidos em macacões e com as famosas máscaras no rosto.

Desde o começo, já era assim. Todavia, a falta de estrutura das apresentações tornava a experiência dos integrantes ainda mais dura.

Sophia John, primeira empresária da banda — ainda na década de 90 —, recordou à Metal Hammer as primeiras aparições do grupo em sua terra natal, Des Moines, no estado americano de Iowa. O verão quente e a intensidade da performance tornavam a situação difícil. Então, medidas drásticas eram necessárias.

Nas palavras de Sophia:

Na época do verão, o calor era tão ruim que eles tinham baldes na lateral do palco. Você os via levantar a máscara, vomitar no balde e continuar!”

A estrutura precária também atrapalhava. Sophia recordou a distribuição do grupo no palco, que nem sempre tinha lugar para todos. Ela disse:

Fizemos shows no porão do Gameworks (casa de shows), em um palco onde metade da banda ficava fora porque não tinha espaço o suficiente. Paul (Gray, baixista) estava no chão e o pobre do Craig (Jones, à época guitarrista, depois tecladista), ele estava em uma cabine com todas as suas coisas, porque não tinha espaço no palco.”

Enquanto isso, na primeira fila...

Em seus primeiros anos, o Slipknot contava com Anders Colsefni nos vocais. Corey Taylor estava na música, mas se dedicava exclusivamente ao Stone Sour.

No entanto, o futuro cantor dos mascarados estava no primeiro show do grupo, em 1995 — e ficou impressionado com o que viu. Taylor contou ao Barstool Backstage (via Loudwire):

Eu estava lá no primeiro show, em 1995, e foi a coisa mais louca que eu já vi. Eles não vieram do backstage, eles andaram no meio de nós. Eles nem tiveram que empurrar ninguém para sair do caminho... eles não falaram para ninguém o que estavam fazendo. E quando eles subiram no palco, tudo o que fizeram foi tocar essa única nota loucamente grave, e Joey (Jordison, baterista) detonou por provavelmente 30 segundos a um minuto.”

Naquele momento, Corey teve o pensamento que mudaria a banda e também sua própria carreira. O vocalista diz:

Eu estava na primeira fila e me lembro de dizer para mim mesmo, claro como o dia: ‘eu vou ser o cantor desta banda’. Eu nunca senti isso antes, nunca mais senti desde então e, literalmente, dois anos depois eles me chamaram.”

Corey Taylor entrou para o Slipknot em 1997, o que colocou um fim temporário ao Stone Sour. A partir de 2000, o vocalista passou a se dedicar aos dois grupos, mas sua banda original entrou em novo hiato em 2020. Os mascarados de Des Moines seguem na ativa de forma ininterrupta desde o início.

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Colaborou: André Luiz Fernandes.