Em 1995, Rita Lee se vestiu de santa e irritou a Igreja [FLASHBACK]

Durante apresentação no Estádio do Maracanã, em 1995, Rita Lee se fantasiou com roupa semelhante a da Nossa Senhora Aparecida

Redação

Publicado em 12/07/2023, às 10h00
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- Rita Lee em 1995 (Foto: Reprodução / OGlobo)

Rita Lee, uma das maiores cantoras e compositoras da história da música brasileira, morreu em 8 de maio de 2023, aos 75 anos. Ela foi diagnosticada com câncer de pulmão em 2021 e entrou em remissão da doença em abril deste ano. Em fevereiro deste ano, foi novamente internada às pressas no Hospital Albert Einstein para exames de monitoramentos e os efeitos colaterais do tratamento. 

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Durante apresentação realizada em 4 de fevereiro de 1995, no Rio de Janeiro, honrando os estigmas de ser "mutante" e "rebelde", a cantora vestiu-se com uma fantasia que lembrava Nossa Senhora Aparecida, considerada pela Igreja Católica a santa padroeira do Brasil, e rezou a "Ave Maria" antes de tocar a música "Todas as Mulheres do Mundo"

Na época, a Arquidiocese do Rio de Janeiro divulgou uma nota oficial de protesto que culpava "os responsáveis e também os patrocinadores dessas encenações". Confira o comunicado na íntegra e imagens da fantasia utilizada por Rita:

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"Entre outros, sinal de grave decomposição moral foi o espetáculo recém-realizado no Maracanã. Além de drogas e exibição de nudez, afrontaram os sentimentos religiosos da maioria da população ao envolver a figura da Virgem Maria com tantas ofensas a seu Filho. Os responsáveis são também os patrocinadores dessas encenações e os espectadores que, com suas presenças, apoiaram tais desregramentos. Esse ato de repulsa é um imperioso dever dos católicos e pessoas de bom senso".

Rita Lee em 1995 (Foto: Divulgação)

 

A fantasia foi posteriormente exposta no Museu da Imagem e do Som (MIS) em uma exposição que celebrou os 73 anos de Rita Lee e ficou aberta ao público até novembro de 2021.

A mostra, que teve curadoria de João Lee, filho da artista, apresentou figurinos icônicos usados ​​por Rita Lee, artigos da infância da cantora e conta com instalações que representam os romances e os momentos difíceis vividos por ela durante a ditadura militar.

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Embora fosse conhecida como a Rainha do Rock, a artista declarou à Rolling Stone Brasil que achava o termo cafona. De fato, seu trabalho superou gêneros musicais, temporalidade e estigmas da sociedade. Em novembro do ano passado, Rita Lee foi capa da edição digital especial da Rolling Stone Brasil. Relembre a entrevista clicando aqui.

 

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