Guitarrista do Led Zeppelin também refletiu sobre perfeccionismo e imediatismo do mundo online
Por Igor Miranda (@igormirandasite) Publicado em 11/07/2023, às 20h00
Por alguma razão difícil de se compreender, muitos fãs de música tendem a achar que o vocalista é a liderança de uma banda. No caso do Led Zeppelin, a dinâmica era diferente: o guitarrista Jimmy Page era quem guiava o grupo, não apenas por sua experiência pregressa como músico de estúdio, como também por ter sido o produtor de todos os álbuns.
Isso, obviamente, não quer dizer que os outros integrantes não tinham voz ativa no processo criativo. Até porque “sufocar” os talentos de Robert Plant (voz), John Paul Jones (baixo) e do saudoso John Bonham (bateria) teria sido uma péssima ideia. Ainda assim, Page era quem tinha a palavra final.
Em entrevista à Guitar Player (via Music-News), Jimmy foi questionado a respeito da relação de trabalho que mantinha com seus ex-colegas. O músico reconheceu ser um perfeccionista - ainda que apenas no lado artístico, não na parte de business -, mas destacou que nunca teve a impressão de ser alguém difícil de se conviver no ambiente profissional.
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Em seguida, o guitarrista e produtor elaborou um pouco mais:
“Você está sempre tentando se esforçar para ser cada vez melhor. Isso é tudo. E às vezes, tudo o que você fez não é bom o suficiente. Então, faça sempre o seu melhor. Mas, sabe, isso é coisa minha. E eu não mudei. É assim que eu sou.”
O Led Zeppelin encerrou atividades em 1980, após a morte de John Bonham. Apesar de reuniões esporádicas em eventos, a banda jamais retornou de fato.
Por essa e outras razões, muito provavelmente eles teriam dificuldades em continuar seus trabalhos no mundo atual. Na mesma entrevista (via site Igor Miranda), Jimmy Page declarou que o grupo adotava algumas práticas naqueles tempos que hoje seriam impossíveis, por conta do que chamou de “imediatismo” de uma sociedade tão conectada.
Uma delas era estrear músicas até então inéditas nos shows. Isso era feito para testar a reação da plateia e conferir se algum trecho da canção deveria ser ajustado.
“A gente colocava músicas que ainda não tinham sido gravadas nos repertórios dos shows, apenas por diversão. Fizemos isso com a música ‘Immigrant Song’ no Bath Festival, em 1970, e ninguém tinha ouvido nada parecido com ela.”
Se fizesse isso hoje, o material estaria no YouTube quase que em tempo real. O mundo inteiro já conheceria a música antes mesmo de estar finalizada.
“Hoje em dia, você não tem mais essa liberdade, porque seria postado imediatamente na internet. A década de 1970 foi uma época divertida como músico criativo, um tempo divertido para estar em uma banda.”
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