"Meu parceiro Belchior" contará detalhes da amizade entre os grandes nomes da música brasileira
Redação Publicado em 13/10/2022, às 14h30
Com mais de 30 álbuns lançados, Raimundo Fagner se prepara para divulgar Meu Parceiro Belchior (2022), disco em homenagem ao cantor e compositor Belchior, que contará a trajetória dos grandes nomes da música brasileira. O álbum estará disponível em todas as plataformas de áudio na sexta-feira, 14.
Das 12 faixas, oito são parcerias de Fagner com Belchior, que faleceu em 2017. As faixas "Posto em Sossego" e "Alazão" foram encontradas nos arquivos da censura pelos pesquisadores Renato Vieira e Marcelo Fróes, após uma longa busca no acervo virtual do Arquivo Nacional. "Bolero em Português", que a dupla escreveu para Angela Maria, mas a cantora acabou não gravando, também está inclusa no álbum.
Surpreende que oito canções deem conta da obra completa da dupla. O número, modesto para uma parceria iniciada no início dos anos 1970, é um atestado da relação conturbada que tiveram, mas que jamais impediu a admiração mútua pela arte, frisa Fagner para a Folha Ilustrada.
Ele [Belchior] chegou a me procurar [para uma reaproximação], mas eu, cabeça dura, não fui. Lamento por a gente não ter feito mais música. Fica a frustração. Os filhos dele falaram que me mandariam poemas dele que eu gostaria de musicar.
A admiração data da primeira vez que Fagner o viu, em 1968, num festival do qual os dois participaram em Fortaleza. "Eu acabei ganhando, mas minha música preferida era a dele. Fiquei encantado. Aliás, devia ter gravado essa canção, ‘Espacial’, neste disco. Vou ter que fazer um volume dois", diz, entre risos.
A voz de Belchior na canção "A Palo Seco", gravada em 1976, foi utilizada por Fagner para o disco de homenagem. A canção é uma das quatro faixas que Belchior não assina com Fagner, que integram as faixas descobertas de Renato Vieira e Marcelo Fróes. As outras são "Paralelas" (ao vivo, extraída do mesmo show de onde saiu o registro de "Mucuripe" que se ouve no disco), "Na Hora do Almoço" (vencedora do Festival Universitário de Música Brasileira, em 1971, um marco da chegada do Pessoal do Ceará) e "Galos, Noites e Quintais".
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