"" - Fafá de Belém (Foto: DIvulgação)
ENTREVISTA

Filha do Brasil: Fafá de Belém revisita trilhas de novelas em espetáculo

A cantora, que celebra cinco décadas de carreira, apresenta show com canções que integraram a trilha sonora de folhetins brasileiros

Pedro Figueiredo (@fedropigueiredo) Publicado em 08/11/2024, às 20h00 - Atualizado às 20h50

Um dos grandes nomes da música brasileira, Fafá de Belém celebra cinco décadas de uma carreira brilhante com um espetáculo batizado de A Filha do Brasil. No show, a artista revisita canções do repertório dela e de outros artistas que fizeram partes da trilha sonora de novelas. 

Em conversa com a Rolling Stone Brasil, Fafá relembra que o projeto A Filha do Brasil nasceu durante o período de reclusão em decorrência da pandemia de COVID-19. "Depois de muitas lives de conversa, surge a ideia de fazer uma live falando sobre trilhas de novelas," relembra a artista que já emplacou mais de 60 músicas em folhetins.

+++LEIA MAIS: Agenda SP: Fafá de Belém, Samuca e a Selva e Trago são destaques do fim de semana de 7 a 10/11

"Eu nasci em uma telenovela," conta. "Fafá de Belém nasce em Gabriela (1975). A primeira coisa que eu gravei na vida foi 'Filho da Bahia,' que entrou na trilha da novela Gabriela, a primeira telenovela brasileira com uma trilha composta de propósito pra ela. Então eramos, de caras novas, eu, Djavan gravou 'Alegre Menina' e tinha gente consagrada: Gal [Costa]com 'Modinha Para Gabriela', [Maria] Bethânia com 'Coração Ateu' e por aí vai. 

A turnê, que havia começado pelo Rio Grande do Sul e passou por São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, foi interrompida quando a cantora quebrou o joelho e teve que ficar em repouso por cerca de dois meses. A reestreia aconteceu em Belém, durante o Círio de Nazaré.

Temos um espetáculo muito potente que atravessa esses 50 anos de carreira. Então depois do joelho quebrado, da pandemia e o c***ete tô eu aqui (Risos)! Não fazendo o pré dos 50 anos, mas sendo o show que comemora os 50 anos de carreira, que começa em maio de 1975.

+++LEIA MAIS: Erykah Badu passeia por sucessos da carreira em apresentação eletrizante

Quando questionada sobre a trilha que a marcou mais, Fafá não consegue escolher entre tantas. A artista, no entanto, classifica "Foi Assim" como a música mais emblemática da carreira. "Àquela altura ninguém sabia onde ficava o Pará, literalmente."

Eu, Paulo André e Rui Barata trouxemos para o Brasil - eu através da música deles - a música, a sonoridade e o ritmo do Pará desde 1975.

A artista se lembra de outros grandes nomes da música que foram impactados pela canção, como Toni Garrido, Seu Jorge e Chorão. "P***a, Fazinha, minha mãe adorava 'Foi Assim'," relembra sobre o vocalista do Charlie Brown Jr. Ela ainda teve outros clássicos em novelas como "Aragana," "Pauapixuna" e "Poeira de Estrelas." Noveleira, Fafá confessa que gosta de novelas de época, mas também cita Avenida Brasil (2012) e Verdades Secretas (2015)como algumas das favoritas.

+++LEIA MAIS: Iza Sabino lança Grande, 2º álbum da carreira: 'Muito intimista e sensível'

Nesta sexta, 8, a cantora leva para o palco do Tokio Marine Hall, em São Paulo com a participação da comediante, cantora, atriz e amiga Nanny People. Fafá considera, aos 68 anos de idade e 50 de uma carreira muito livre, que esse espetáculo, após a fratura a fez refletir durante dois meses.

"Eu saio do joelho fraturado com várias coisas na cabeça e uma organização principalmente para dizer 'não,' o que me é muito difícil pela minha natureza e pelo meu temperamento," reflete a artista, que nesse ano fez a 14ª edição da Varanda de Nazaré, o segundo Fórum de Discussão Amazônica e "cada vez mais eu estou mais dentro de uma organização que me permite fazer coisas lá, coisas cá, viajar — que eu adoro — tirar minhas férias e trabalhar muito." A agenda de Fafá em 2024 se encerra na metade de dezembro. Ao retornar, no ano que vem, ela faz o espetáculo em mais sete capitais.

Foto: Divulgação

 

+++LEIA MAIS: Fala: Teto Preto celebra uma década de existência com lançamento do 2º álbum

Água

Com forte presença no ambiente digital, Fafá reflete sobre como sua música tem sido descoberta por novas gerações, um exemplo disso foi o convite recebido por ela para apresentar o clássico disco Água (1977) no Psica, um dos maiores festivais do país.

"Eu digo 'vocês estão malucos?'," relembrou sobre o momento em que foi convidada. "Como eu vou cantar num estádio um disco que é todo acústico? Mas o Gerson [Junior, um dos criadores do festival] falou: 'Todos nós fomos criados ouvindo você.' Nunca imaginei na minha vida.,"  conta a artista que recentemente também esteve num estádio, se apresentando com Ludmilla, durante a passagem do Numanice por Belém. 

 

+++LEIA MAIS: Veigh estreia na passarela da São Paulo Fashion Week: 'Muito feliz!'

Ao revisitar a própria história para compor o espetáculo, Fafá brinca com as memórias, mas não se prende ao passado. A Filha do Brasil é, além da comemoração da carreira de uma grande artista, um registro de dois elementos fundamentais da arte brasileira, a música e a teledramaturgia. Como sintetiza a estrela, é uma "celebração da vida." "É o espetáculo de reconhecimento da história e da carreira de uma cantora brasileira que ama esse país e que adora música e, por acaso, virou cantora profissional," finaliza com a gargalhada mais famosa do Brasil.

Foto: Divulgação

 

Fafá de Belém - A Filha do Brasil

Data: Sexta, 8 de novembro
Local: Tokio Marine Hall
Endereço: R. Bragança Paulista, 1281, 04727-002 São Paulo
Ingressos: Eventim
Duração: 90 min
Classificação: 12 anos
Horário: 22h

+++LEIA MAIS: Lágrimas no MAM: Arnaldo Antunes e Vitor Araújo estendem parceria em projeto audiovisual

música show novelas fafá de belém A Filha do Brasil

Leia também

Alanis Morissette: “me envergonhava do fato de que ganho vida à noite”


A crítica que Noel Gallagher recebeu do filho sobre tocar guitarra


Snoop Dogg responde letra de Kendrick Lamar que o critica por apoiar Drake


Bob Dylan se manifesta sobre rumor de que proíbe as pessoas de olhar para ele


A curiosa e destrutiva lição que Joe Walsh aprendeu de Keith Moon


A loucura que era tocar no Guns N’ Roses nos anos 90, segundo Matt Sorum