Mark Pontius deixou o Foster The People após 11 anos; veja algumas das melhores contribuições do baterista - do hip hop à bossa nova
Dimitrius Vlahos (sob supervisão de Yolanda Reis) Publicado em 14/11/2021, às 14h00
Foster The People anunciou a saída do baterista após 11 anos no grupo. Para passar mais tempo com a família, Mark Pontius deixou a banda californiana com três discos de estúdio lançados, grandes hits, e três passagens pelo Brasil - a mais recente, em 2018, com Noel Gallagher no Summer Break Festival.
O grupo (à época Mark Foster, Mark Pontius e Cubbie Fink) apareceu para o mundo com a avassaladora “Pumped Up Kicks” do disco de estreia, Torches (2011) - a música possui mais de um bilhão de plays no Spotify. Mesmo com expectativas de outros singles de sucesso, foram mais ousados nas composições subsequentes, como no segundo disco, Supermodel (2014), e Pontius teve papel importante nisso.
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A roupagem das músicas do Foster The People muda frequentemente - de sintetizadores a guitarras mais pesadas - no entanto, percussão e groove sempre foram constantes no grupo. Mas isso não significa falta de versatilidade na bateria, que varia entre punk, disco e até hip hop.
Pensando nisso, listamos sete músicas com linhas de bateria marcantes do Foster The People:
Do começo ao fim, a faixa do Torches (2011) é carregada de batidas fortes, marcadas e dançantes, semelhantes aos sucessos do Queen “We Will Rock You,” e “Radio Ga Ga.”
“Houdini,” inclusive, possui clipe cheio de coreografias inspiradas pelo ritmo e pelas “sensações de escapismo” - o título é homenagem ao mágico norte-americano Harry Houdini. Nas versões ao vivo, Mark Pontius recebia ajuda de Isom Innis, responsável por tocar o surdo posicionado em frente ao baterista.
Parte do terceiro disco do Foster The People, “Sit Next to Me” é o maior sucesso da banda depois de “Pumped Up Kicks,” com pouco mais de 240 milhões de plays. O apelo pop da faixa é perceptível, e há mescla de elementos oitentistas do dance, guitarras cheias de ritmo e um solo de teclado no final.
Mark Pontius aparece com viradas de bateria simples, mas necessárias para subir e diminuir a intensidade da música nas chegadas e saídas do refrão. A levada também chama a atenção pelo timbre suave - característico dos trabalhos do baterista nos últimos anos.
Supermodel (2014) é o disco mais experimental da banda de Los Angeles. Contrariando as expectativas, avançaram na direção da psicodelia e ritmos de diferentes partes do mundo. “The Truth” faz parte da busca por identidade do grupo, e fica entre as canções eletrônicas do primeiro disco, e as faixas mais orgânicas do segundo.
O maior destaque, no entanto, é a percussão. Com um tempo acelerado, utilizando os aros e bumbos freneticamente, Mark Pontius entregou uma de suas melhores linhas de bateria - que, aliada aos discretos sintetizadores, permite o brilho ainda maior dos falsetes do vocalista.
Em versões ao vivo, duas baterias eram colocados no palco, frente a frente. Isom em uma e Pontius na outra, como se duelassem para descobrir quem tem as baquetas mais velozes.
Embalada por diversos instrumentos de percussão, tambores, bongôs, entre outros, “Are You What You Want to Be?” parece carregar duas músicas em uma. No refrão, um rock simples, fácil e contagiante. No verso, a banda despejou toda a influência dos ritmos de Marrocos, onde gravaram parte do disco, e utilizaram uma levada mais cadenciada, pouco explorada por bandas do gênero.
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Em mini documentário disponibilizado pelo grupo, é possível ver a variedade de timbres e influências a partir do contato com músicos locais - parte importante da composição de Supermodel (2014).
Com inspiração na música brasileira, principalmente nos Mutantes, “Nevermind” foi descrita como o coração do segundo disco (Supermodel, 2014) pelo vocalista, Mark Foster. A faixa possui um riff de violão cheio de elementos da bossa nova e um solo de bandolim em algumas apresentações ao vivo.
As batidas no contratempo e o timbre orgânico da bateria, sem muitas adições, demonstraram parte da versatilidade de Pontius nessa e em faixas similares do mesmo disco, como “Ask Yourself.”
Primeira música do disco Sacred Hearts Club (2017), “Pay The Man” está distante do indie rock responsável por consagrar a banda. Com pouca bateria acústica e muitos beats sintetizados, a faixa é a maior imersão do Foster The People no hip hop.
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A percussão eletrônica se destaca em meio a discografia, e Kanye West serviu de base para a composição. Sobre as inspirações de Sacred Hearts Club (2017), Mark Foster afirmou: “Metade Mutantes e Beach Boys, metade Yeezus (2013) [disco de Kanye West] e Missy Elliot,” em entrevista ao G1.
O trabalho mais recente do Foster The People, o EP In The Darkest Of Nights Let The Birds Sing (2020), compilou os singles lançados desde 2019. “Under The Moon” é uma dessas faixas e começa com o destaque das viradas suaves de Pontius.
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O groove é sustentado junto ao baixo de maneira envolvente, funcionando em harmônia com as guitarras de surf music. Da ponte ao refrão final, a música cresce, junto a intensidade da bateria, levando a um desfecho emocionante para a canção de amor escrita por Mark Foster.
Em 2021, o disco de maior sucesso do Foster The People, Torches (2011), completou 10 anos. Para celebrar, a banda anunciou versão especial, com faixas descartadas e remixes. Torches X (2021) está disponível e também conta com reedição do hit "Pumped up Kicks," feita por Gus Dapperton.
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