Gravado de maneira remota em diversos ambientes, como praia e quarto de hotel, O Queridinho de Deus traz grande reflexão de Froid enquanto humano
Felipe Grutter (@felipegrutter) Publicado em 12/07/2024, às 13h15
Quase um ano após lançar o disco OgEMr (2023), o rapper Froid mostrou outra faceta artística interessante com O Queridinho de Deus, que chegou às plataformas de streaming, em 5 de julho de 2024, via ONErpm. Totalmente produzido pelo artista, o quinto álbum dele potencializa criatividade pela liberdade que a música oferece, com sonoridade que passeia do boombap ao afrobeat e dancehall.
Diferente de OgEMr, O Queridinho de Deus tem uma tracklist extensa de 20 faixas, como "A Paz Que Eu Busco," "Playboy" e "Começo." O disco foi produzido por cerca de um ano e seis meses, com um total de 57 canções. O processo criativo foi bastante fluido, gravado em Brasília e no Rio de Janeiro e majoritariamente fora de estúdio, mesmo.
Por exemplo, apenas quatro músicas foram gravadas em um estúdio, enquanto as outras foram capturadas em locais como sala de estar, cobertura de prédio, quarto de hotel e até mesmo em praia. Essa decisão partiu do próprio Froid, que falou sobre o álbum em entrevista à Rolling Stone Brasil, e o engenheiro de som Lucas Lobo, com intuito de transmitir a emoção que o rapper sentia na época.
Já a sonoridade de O Queridinho de Deus, talvez, seja a mais madura e introspectiva da carreira do cantor, que se inspira em diversos ritmos para trabalhar. "Minha música é resultado do que ouço," explicou. "Estou consumindo muito dance hall e afrobeat, que influenciou no final das gravações." Segundo ele, a princípio, o disco seria apenas de rap - e ainda bem que ele mudou o rumo, resultando em composições únicas e diferenciadas.
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O quinto álbum de estúdio de Froid é um amálgama de tudo aquilo que ele viveu e estuda, muito além do rap. Para o artista de 30 anos, essa mistura de gêneros e subgêneros musicais é um resultado, na verdade, da essência de fazer música.
A importância [de misturar sonoridades] é o legado. Todos os gêneros foram criados acidentalmente. A música é imprevisível e a liberdade é a maior fonte de criatividade.
Com um grande volume de faixas, como Froid trabalhou em tão pouco tempo em quase 60 músicas após lançar OgEMr em agosto de 2023? Como o cantor explicou à Rolling Stone Brasil, O Queridinho de Deus foi trabalhado em paralelo.
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"OgeMr não foi produzido por mim, então tive tempo para compor," relembrou. "Fiquei quase um ano só compondo letras até começar a produzir O Queridinho de Deus." Na contramão de um vício da indústria da música em realizar discos curtos com canções que parecem feitas para viralizar, Froid optou por seguir o coração e a intuição artística dele.
Sinto que sou um dos artistas que mantém a cultura viva em vários sentidos. Não costumo seguir os modelos da indústria, e isso mostra o carinho que tenho com a arte.
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