Nem mesmo Paul Stanley, parceiro musical de décadas, recebe tal classificação por parte do vocalista e baixista
Por Igor Miranda (@igormirandasite) Publicado em 11/10/2024, às 08h00
Embora tenha viajado o mundo por diversas vezes e estado em contato com uma infinidade de pessoas, Gene Simmons afirma que não fez nenhum amigo ao longo da vida. Nem mesmo Paul Stanley, seu grande parceiro durante as cinco décadas em que os dois comandaram o Kiss, é classificado desta forma.
Em 2023, o vocalista e baixista foi perguntado pela Classic Rock a respeito da natureza de suas amizades. Simmons declarou que simplesmente não vê muito sentido em atividades como passar algum tempo junto de outra pessoa.
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O músico afirmou:
Mesmo hoje, enquanto me sento aqui, além de Paul – e nós apenas nos reunimos quando fazemos coisas com a banda... bom, como eu digo isso sem soar desumano? Eu não tenho amigos. Sim, se amigos significam: ‘nossa, eu não sei o que vou fazer esta tarde... ei, quer vir aqui e passar um tempo?’. Eu não ‘passo um tempo’. Nunca fiz isso. Estou mais interessado no que eu quero fazer e não quero fingir que estou interessado no que você quer fazer, porque não estou.”
O homem que por anos encarnou o personagem “The Demon” no Kiss conta que mesmo na juventude, sua visão de uma possível amizade não era muito diferente da atual. Pragmático, Gene sempre se considerou diferente da maioria das pessoas.
Diz o vocalista e baixista:
Sou um patinho feio. Praticamente nunca tive amigos. Nunca fui de sair. Nunca bebi, então isso não contava. Não ficava nas esquinas fumando cigarros e todas essas coisas. Eu estava ocupado fazendo o que eu queria fazer e correndo atrás de garotas. Isso não deixava tempo para amigos. Eu não ia a jogos de baseball. Diziam que amigos passavam tempo um com o outro e ligavam para o outro: ‘ei, eu preciso de um favor’. Eu nunca tive isso.”
Não ter uma amizade não significa incapacidade de se dar bem um com o outro. Mais do que os vocais do Kiss, Gene Simmons e Paul Stanley dividiram o comando da banda ao longo dos anos. Também foram os dois únicos integrantes que participaram de todas as formações, do início ao fim.
Em entrevista ao Piers Morgan Tonight (via site Igor Miranda), Simmons falou sobre a relação com Stanley e o grande diferencial dela em relação a outras duplas dinâmicas do rock: a sinceridade que sempre existiu entre eles. Apesar das diferenças, o linguarudo garante que os dois chefões do Kiss nunca “lavaram roupa suja” na imprensa.
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Gene declarou:
Continuamos a ter esse relacionamento surpreendente. Sempre fico muito triste quando lembro que John Lennon e Paul McCartney ou Mick Jagger e Keith Richards começaram a se caluniar publicamente. Quero dizer, até mesmo Caim e Abel não se davam muito bem. Sempre foi tão triste para mim ver isso, mas Paul e eu temos esse tipo de resiliência de sermos um o irmão que o outro nunca teve.”
Sobre as diferenças, é fato que elas existiram — principalmente na década de 1980, quando Simmons tentou uma carreira como ator e deixou o Kiss em segundo plano, cabendo a Paul Stanley assumir o comando de forma solitária. Ainda assim, a dupla nunca perdeu o vínculo, retomado conforme os anos se passavam.
Simmons completou:
Não concordamos muito, mas há uma admiração e respeito permanentes pelo talento que ele tem que eu nunca terei e, espero, a peça do quebra-cabeça que trago e que ele não tem. Funciona. Você não sabe tudo nem eu. Mas quando se conhece alguém que é uma alma gêmea, é possível ser maior do que nunca.”
É estranho que, mesmo com todo esse histórico, Simmons não considere Stanley como um amigo. Por outro lado, é fato que até depois do fim das atividades do Kiss, em dezembro de 2023, os dois continuaram divergindo em opiniões: o vocalista e baixista optou por seguir na estrada com sua Gene Simmons Band, enquanto o cantor e guitarrista parece ter se recolhido a uma vida mais pacata depois de 50 anos de serviços prestados à música.
Colaborou: André Luiz Fernandes.
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