Nossa seleção de LPs da semana inclui três álbuns de artistas em diferentes fases da carreira
Eduardo do Valle (@duduvalle) Publicado em 07/11/2023, às 09h49
Três grandes artistas em momentos diferentes de suas carreiras: Chico César, Gilberto Gil e Luizinho Lopes são os lançamentos em vinil para se acompanhar. Os três são nomes para lá de consolidados hoje, em 2023. Mas nem sempre foi assim.
Quando gravou Aos Vivos, em 1994, Chico César ainda experimentava o início de uma trajetória musical que tomaria o Brasil - e o mundo. "Mama África", expressão mais popular de seu disco de estreia, ampliaria os limites de sua obra para além dos limites vistos por ele até então.
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É um caso diferente de Gil Luminoso. Gravado em 1999, o álbum já carregava consigo a experiência de um Gilberto Gil com três décadas de carreira - que ele resgata aqui em versão voz e violão. O disco, que viraria CD em 2006, agora é relançado pelo projeto Rocinante Três Selos, também responsável pelo resgate de Chico César.
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Completa nossa lista de indicações o novo trabalho de Luizinho Lopes, o cantor e compositor mineiro que experimentou um novo sopro criativo após ser descoberto recentemente no Japão. Seu novo álbum, Como Seria Explodir Um Amor Tão Concreto Duro de Partir?, mostra um cantor no auge em plena maturidade. Uma prova do vigor e da longevidade que uma carreira de quatro décadas pode ostentar.
Abaixo, detalhes dos três álbuns:
Bastava ter um rádio FM ou a uma TV entre os longínquos 1995 e 1996 para ser exposto, sim ou sim, à onipresente batida de "Mama África". Sucesso absoluto de Chico César, a faixa seria tocada à exaustão e acabaria levando o prêmio de Melhor Videoclipe de MPB no MTV Music Video Brasil, o VMB. A faixa, porém, era só uma das 15 presentes em Aos Vivos, disco de estreia do paraibano, que apresenta toda sua autenticidade. Agora, quase 30 anos após o lançamento, ele ganha uma reedição em vinil pelo projeto Rocinante Três Selos.
O LP tem encarte com texto do jornalista e escritor Bento Araujo e está disponível desde esta segunda (6 de novembro), em edição limitada, no e-commerce exclusivo do projeto.
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Quando Gilberto Gil gravou o projeto Gil Luminoso, em 1999, a previsão era de que as músicas integrassem o livro GiLuminoso - a po.ética do ser, de Bené Fonteles. No entando, foi apenas em 2006 que o material ganhou versão física, em CD. Compreendendo mais de 30 anos de composições, o disco traz uma face de Gil pouco vista até então: o cantor acompanhado apenas em voz e violão.
Agora, Gil Luminoso ganha novo capítulo, dessa vez em vinil duplo lançado pelo projeto Rocinante Três Selos. A edição, luxuosa, chega em LP duplo, com capa dupla empastada e um encarte também com texto do jornalista e escritor Bento Araujo, autor da série de livros Lindo Sonho Delirante, elaborando o contexto histórico e cultural do lançamento. Ao todo, são 14 músicas, incluindo versões de "Aqui e Agora", "Retiros Espirituais", "Meditação", "Rebento" e "Superhomem - A Canção", a trilogia Refazenda (1975), Refavela (1977) e Realce (1979), além de referências aos Doces Bárbaros com "O Seu Amor".
A trajetória de Luizinho Lopes passou por um caminho curioso recentemente - seu álbum de estreia, Nem Tudo Que Nasce É Novo, de 1990, ganhou popularidade no Japão em 2018. Desde então, o cantor, compositor e violonista mineiro tem exprimentado uma ebulição criativa, que ganha novo capítulo em Como Seria Explodir Um Amor Tão Concreto Duro de Partir? (distribuição: Tratore).
Lançado no último mês de outubro, o disco tem dez faixas, todas composições de Luizinho, exceto na canção “Em Menos de Um Minuto”, em parceria com o premiado romancista Luiz Ruffato. A cantora mineira Natália Vargas participa nas faixas “Canção de Ninar Mãe”, “Hóstia da Noite” e “Mudou o Tom”. Outra participação especial é da Orquestra Sinfônica de São Petersburgo, da Rússia, na canção “Órbita”.
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