Em entrevista à Rolling Stone EUA, o fã Rick Dunsford lembrou como foi culpado pelo vazamento das mais de 120 faixas nunca lançadas; entenda
Redação Publicado em 25/12/2022, às 23h00
Em julho de 2019, Rick Dunsford e Madeline Rose colocaram suas mãos em um item que todos os fãs do Guns N' Roses gostaria de ter acesso um dia. Tempos depois, Dunsford viu-se envolvido em um dos maiores escândalos de vazamento da história da banda de hard rock norte-americana.
Tudo começou naquela sexta-feira de julho, quando Rick e Madeline compraram um pen drive de Robert Bird. No total, Dunsford afirma ter pago US$ 15 mil pelo conjunto de 19 discos nunca antes vistos do Guns N' Roses. Eram 124 faixas inéditas, incluindo a lendária “Atlas Shrugged”, gravada durante a produção do álbum Chinese Democracy (2008), mas nunca lançada ou tocada ao vivo pela banda.
O conteúdo parecia um sonho para o homem que cresceu como um enorme fã de Guns N' Roses. Nascido no Mississippi, Dunsford sofreu muito bullying quando era mais novo e foram justamente as músicas da banda norte-americana que o fizeram atravessar seus piores momentos. Tamanho é o amor de Rick pelo grupo que ele até chamou seu único filho de Axl, segundo narrado pela Rolling Stone EUA.
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Era de se esperar, então, que o homem ficasse bastante emocionado quando conseguiu o pen drive. “Fiquei tão feliz. Não acho que nada superará esse sentimento. Passei 20 anos procurando por aquilo, tanto tempo nesses fóruns, tanto trabalho, e finalmente encontrei”, revelou ele, em entrevista à RS EUA.
De tão animado que ficou, Dunsford chegou, inclusive, a dormir com o pen drive sob seu travesseiro naquele dia de 2019. Em sua viagem de volta a Mississippi, o homem ainda gravou um vídeo de 77 segundos do áudio de “Atlas Shrugged” e o compartilhou com outro fã de Guns N' Roses.
Foi assim que começou uma enorme polêmica, que envolveu diversos nomes e o vazamento das 124 faixas contidas naquele pen drive comprado por Dunsford. Isso porque, em questão de um mês, o vídeo de 77 segundos foi convertido em uma faixa de áudio e compartilhado na internet, enquanto outro clipe de 22 segundos da faixa "Hard Skool" também vazou e tomou conta das redes sociais.
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Dessa forma, antes mesmo que o homem estivesse em sua casa, ele recebeu um e-mail bastante claro de Lebeis, o empresário do Guns N' Roses. “Continuo ouvindo seu nome envolvido com os vazamentos”, escreveu Lebeis. “Espero que não seja verdade, pois sempre fui amigável com você e com os outros.”
Dali para frente, Dunsford foi culpado pelos vazamentos, chegou a ser ameaçado com ações judiciais e banido de shows do Guns N' Roses. Pela polêmica, o homem foi forçado a declarar falência e, segundo narrou para a Rolling Stone EUA, chegou a ser arrastado à força para fora de uma apresentação da banda. Isso sem contar a constante crítica de outros fãs do grupo estadunidense.
Fico com raiva do jeito que as coisas aconteceram porque eu sei, lá no fundo, que não vazei aquela música”, afirmou Dunsford, em fevereiro do ano passado. “Fui apenas um bode expiatório fácil.”
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Depois que arrecadou US$ 12 mil na internet para que pudesse comprar as músicas de Robert Bird — prometendo que compartilharia as faixas com a comunidade digital —, Dunsford viu-se no meio de uma polêmica muito maior do que imaginava. Além dele, também estavam envolvidos no caso Madeline Rose, que alegava falsamente trabalhar na empresa de gerenciamento da banda; o ex-lutador Mister Saint Laurent (MSL); e o executivo Tom Zutaut, que já trabalhou com o Guns N' Roses.
Descrita em detalhes pela Rolling Stone EUA, a polêmica chegou perto de um fim quando Dunsford assinou um acordo legal com os responsáveis pela banda em agosto de 2019. No texto, ele concordava em devolver as músicas que comprou de Bird, não enviar as faixas para mais ninguém e, por fim, fornecer às autoridades informações de quaisquer pessoas que poderiam ter acesso às canções.
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Em troca, o Guns N' Roses prometia reembolsar ao fã os US$ 15 mil que ele afirmava ter pago pelo pen drive — além de lhe garantir ingressos VIP para dois shows que a banda faria em novembro. Em 24 de agosto, logo depois que Dunsford recebeu o dinheiro, contudo, “Hard Skool” vazou na íntegra.
Nos dias seguintes, mais vazamentos aconteceram, principalmente de músicas do disco Chinese Democracy. Foi assim que, em setembro, Dunsford foi contatado por Doug Mark, um advogado do Guns N' Roses, que o acusava de violar o acordo fechado anteriormente.
A polêmica tomou tamanhas proporções que, segundo o próprio Dunsford, ele chegou a ser vítima de agressões cometidas pelo chefe de segurança da banda, Gio Gasparetti, durante um show em Chicago, em setembro de 2021. Ele teria sido abordado pelo segurança e, assim, começou a gravar a situação.
“Ele vem e me ataca, pega meu braço e o torce”, explicou Dunsford. “Ele se vira para pegar meu telefone e, quando faz isso, me bate. Fiquei com um olho roxo. Ele não me pediu uma vez para sair.” Segundo Gasparetti, contudo, “nada disso aconteu”. “O Sr. Dunsford quer atenção. O vídeo da interação é inconclusivo, além de mostrar Dunsford sendo escoltado para fora do estádio”, continuou o segurança.
Quando questionado por David Peisner, repórter da Rolling Stone EUA, sobre o desfecho da história, contudo, Rick Dunsford revela que está bastante tranquilo com relação ao que aconteceu. “Tudo o que eu sempre quis foi ouvir essa música [‘Atlas Shrugged’]. Eu não mudaria essa história por nada.”
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