“Beyoncé” se mostra atemporal e leva a artista para o grupo seleto de lendas da música que inovaram a indústria e a cultura em sua geração
Paulo Marinho (@_senhormarinho) Publicado em 13/12/2023, às 10h00
Há exatos dez anos, de surpresa e na madrugada de 13 de dezembro de 2013, Beyoncé lançava seu quinto álbum de estúdio homônimo, sendo considerado pela crítica especializada como o divisor de águas de sua carreira. Inicialmente, as vendas aconteceram de forma virtual, enquanto sua versão física foi liberada nos dias seguintes. Além disso, a obra vendeu mais de 800 mil cópias nos três primeiros dias e levou três troféus Grammy's Awards na 57ª edição da premiação.
A estreia do disco desafiou as normas da indústria musical, e foi fator determinante para que a International Federation of the Phonographic Industry (IFPI) passasse a considerar sexta-feira como o novo dia global para se lançar álbuns. Até então, terça-feira era a data padrão para lançamentos musicais.
Por ser um álbum-visual, “BEYONCÉ” também mexeu com o setor audiovisual, pois além de 14 canções, apresenta videoclipes diferentes para cada uma delas. Inspirando-se em grandes nomes, a artista entra para o grupo de estrelas musicais a possuir álbuns-visuais, ao lado dos Beatles, Michael Jackson, Blondie e outros nomes.
O lançamento de álbuns-visuais tornou-se uma característica artística nos trabalhos de Beyoncé, que lançou, posteriormente, “Lemonade” (2016) e “Black Is King” (2020).
A interprete de “Pretty Hurts” também se destacou como a primeira mulher negra e primeira artista R&B a ganhar o prêmio Grammy de Melhor Gravação de Som Surround na história, e é considerada a responsável por popularizar o formato entre artistas de sua geração.
Assim como “Off the Wall” foi o divisor de águas para Michael Jackson após seus quatro discos solos, Beyoncé também renasce depois do estrondoso sucesso de “Crazy In Love”, “Irreplaceable”, “Single Ladies” e “Love On Top”, hits originários de seus quatro primeiros álbuns de estúdio, respectivamente.
Se em seus primeiros trabalhos sonoros a cantora explorou R&B, funk, hip hop e elementos da música pop, em “BEYONCÉ”, Queen B entrega uma mistura de gêneros em uma salada nada bagunçada. Com sonoridade R&B alternativo, o álbum traz hip hop, soul, música eletrônica, disco, trap e dubstep em perfeita harmonia, levando sua discografia para um lugar diferente.
Enquanto em muitos discos do mainstream é possível reconhecer as diferentes épocas de seus lançamentos, a fórmula contida em “BEYONCÉ” escapa de batidas clichês e letras repetitivas, e aproxima o ouvinte de uma experiência imersiva em sua sonoridade experimental e potente. Alguns exemplos disso são as faixas "Haunted", "Rocket" e "Mine".
É inegável que, após dez anos, o álbum homônimo de Beyoncé continue sendo tão atual, fazendo parte da influência de diversos artistas que dominaram suas artes e seguiram seus próprios caminhos. Retratando a independência, sensualidade e seu poder como mulher negra, a voz de “Grown Woman” abriu portas para liberdade criativa nas mais diferentes cenas artísticas, e se juntou a Michael Jackson, Madonna, Tina Turner e Prince como uma das maiores lendas na história da música.
Em seu Instagram, a cantora compartilhou um vídeo sobre o aniversário dos dez anos de seu álbum auto-intitulado. Confira:
Recentemente, Beyoncé lançou nos cinemas o filme de sua turnê mais recente, inspirada em seu sétimo álbum de estúdio, “Renaissance”. O filme, intitulado “Renaissance: A Film by Beyoncé”, mostra o desenvolvimento, produção e atuação da artista nos diferentes departamentos de seus concertos.
A produção chegará ao Brasil em 21 de dezembro de 2023, com exibição exclusiva nos cinemas. Assista ao trailer abaixo:
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