- Hibria (Foto: Divulgação)
ENTREVISTA

Com shows em festivais e turnê no Japão, Hibria vive um 'ano mágico'

Aos 28 anos de trajetória, a banda se prepara para se apresentar no Best Of Blues And Rock com um show que remontará momentos marcantes da carreira

Pedro Figueiredo (@fedropigueiredo) Publicado em 18/06/2024, às 10h56

A longevidade não é uma característica comum a todas as bandas, mas há aquelas que conseguem resistir à força do tempo. É o caso da Hibria que, apesar dos 28 anos de estrada, se mostra mais madura, confiante e confortável. 

O grupo se prepara para se apresentar no Festival Best Of Blues And Rock 2024 no dia 23 de junho, em Curitiba. Em conversa com a Rolling Stone Brasil, o guitarrista e membro fundador da banda, Abel Camargo, diz que o show será "muito, muito especial."

Quanto mais longa fica a caminhada, mais difícil é fazer o setlist. Escolher entre sete álbuns de estúdio, mais um EP, mais o que gravamos em Tóquio em 2011, então preparamos um set que conseguisse abordar bastante da trajetória da banda. - Abel

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Experiente no mundo de shows e festivais, Abel conta que, quando se trata de festivais, é importante entender que é algo coletivo. "Precisamos ter essa compreensão de coletividade, todo mundo é importante para fazer o festival funcionar no horário, que é bom para o público, para as bandas e para a organização."

Para Victor Emeka, vocalista da banda, os festivais têm como uma das principais características abrir uma oportunidade para artistas se conectarem entre si. "É nos festivais que acontecem conversas - principalmente no backstage - e contatos. É onde se cria laços para fazer turnês internacionais, onde validamos se a estrutura para produzir e executar um show está equivalente a de artistas de alto nível."

Hibria (Foto: @guibeck13)

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Com tantos anos de carreira e uma nova formação, a banda busca um equilíbrio entre trabalhos mais recentes e outros que a consagraram ao longo dos anos. Por isso, buscam levar ao festival um setlist que abranja os hits do grupo, bem como faixas de me7amorphisis (2022) - disco mais recente deles.

"Temos que respeitar o legado da banda," sintetiza Abel. "O que a banda já fez, o que os fãs estão esperando, independentemente da formação e, obviamente, mostrar o que está rolando recentemente. Não é fácil. Felizmente o Hibria tem uma excelente discografia, então conseguimos lidar bem com isso."

Existe uma elasticidade muito grande em termos de estilos que a banda veio experimentando em diferentes álbuns. Muitos fãs saudosistas gostam do Hibria do começo, mas nesses momentos, isso dá um frescor para a banda. - Emeka

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"Esse está sendo um ano muito mágico para a gente," diz o vocalista. A Hibria passou por uma reestruturação entre 2017 e 2018 - período em que Emeka assumiu os vocais da banda. Desde então, lançaram o sétimo disco, em meio à pandemia. "Para mim, tem um peso muito grande porque eu era fã da banda também, marcou muito a minha adolescência. Eu escutava muito o Iuri [Sanson]. Me vi continuando o trabalho dele."

Ele conta ainda que há uma conexão entre os membros mais novos e aqueles que já não estão mais na banda, "então acaba tendo também um leque muito grande de opções no futuro de fazer reuniões e coisas legais. A família Hibria é muito conectada."

Hibria (Foto: @guibeck13)

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De volta ao Japão 

O calendário da banda este ano ainda conta com a sétima turnê deles pelo Japão. A história com o país começa em 2004, quando lançaram o Defying The Rules, primeiro álbum deles, que ficou durante seis semanas como o mais vendido na HMV - uma das maiores varejistas de discos no país.

Todos os outros álbuns também repetiram o marco. Uma revista de música japonesa chegou a questionar: "'Seria o Hibria o Iron Maiden do século XXI?'", recorda Abel. "Um dos comentários mais honrosos que recebemos até hoje. 

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A primeira turnê aconteceu em 2009, quando passaram por lá. "Fizemos três shows no Japão, além de Taiwan, Hong Kong, Coreia do Sul e Canadá de costa a costa," conta Abel. A primeira chegada no país foi impactante a ponto de fazer com eles voltassem no mesmo ano para tocar no festival Loud Park — festival que fizeram novamente em 2012.

Essa será a primeira passagem da banda lá com a nova formação. O músico explica que a relação longeva é uma somatória da trajetória da banda e do bom trabalho da formação atual. Hibria desembarca por lá em outubro. 

Hibria (Foto: @guibeck13)

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Apesar dos compromissos, Abel e Emeka revelam detalhes sobre um novo disco. "Já estamos com umas duas ou três músicas bem estruturadas," explica o vocalista, e adianta que o projeto deve ser lançado no começo de 2026. 

"Temos antes disso um projeto bem especial que vamos anunciar no final do ano, depois da turnê do Japão," conta Emeka, que prevê um ano ainda mais especial do que 2024 tem sido. 

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