Ao se apresentar no Espaço das Américas nesta sexta, 18, Jão conversou com a Rolling Stone Brasil sobre a nova fase da carreira
Redação Publicado em 19/03/2022, às 14h00
O cantor brasileiro Jão se apresentou nesta sexta, 18, no Espaço das Américas em São Paulo. A performance do músico faz parte da turnê Pirata, e inaugura uma série de três apresentações que realizará na casa de show da capital paulista - todas com os ingressos esgotados.
Pirata, terceiro álbum de estúdio do fenômeno brasileiro, foi lançado em outubro de 2021, e desde então Jão conquista cada vez mais espaço na indústria da música. O videoclipe da canção “Idiota” possui mais de 11 milhões de visualizações no YouTube e o disco ultrapassou 100 milhões de plays no Spotify.
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Ao se juntar com o público fiel na apresentação em São Paulo, o cantor inaugurou o retorno aos palcos após quase dois anos afastado devido à pandemia de covid-19. Para contar sobre a nova fase da carreira, Jão conversou com a Rolling Stone Brasil sobre Lollapalooza 2022, Luísa Sonza, a Turnê Pirata, ser considerado rei do pop, e mais. Confira:
Como você está se sentindo agora com a apresentação da Turnê Pirata no Espaço das Américas?
"Estávamos com medo de abrir a primeira data! Sempre que vou começar uma nova turnê, fazemos um caderninho de objetivos que queremos alcançar, e o Espaço das Américas com certeza era um desses. Só que não acreditávamos que seriam dois, três [shows], e talvez um quarto e quinto. Estamos muito felizes, sempre sonhamos em tocar aqui um dia."
A Turnê Pirata é como um sonho realizado?
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"Trabalhamos tão ali dentro do projeto, que não percebemos muito bem o que acontece. Pirata foi feito de uma maneira muito… Não é despretensiosa - porque claro, todo disco tem uma pretensão, com algo a dizer e a querer conquistar - mas foi algo que fiz de uma maneira muito confortável, tentei realmente não pensar. Sempre entramos no estúdio para traduzir o que quero da minha vida, com as minhas letras, o que está rolando. Quando as pessoas abraçam dessa forma, é sempre muito gostoso, porque é algo tão íntimo, feita com poucas mãos. Ver essa galera chegar a sim, virando a noite para estar no show, é surreal!"
Você falou que tenta ser verdadeiro, direto, ter essa liberdade com as músicas. Você acredita que nesse momento conseguiu fazer tudo que precisava?
"Acho que não, tem muito ainda que quero fazer. É óbvio, cada obra é um processo. Sei que é meio pretensioso falar algo como “fazer um álbum é uma terapia para mim,” mas realmente é. Penso sempre em deixar o álbum muito legal, com músicas chiclete - também gosto, consumo isso e adoro pop - mas também me importa muito o que escrever e dizer. Pirata foi, até hoje, o álbum que mais me joguei e entreguei. Acho que vai ser assim cada vez mais, até fazer meu último disco."
E as expectativas com o Lollapalooza 2022?
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"Não sei, não sei o que estou fazendo, não penso muito no Lolla. Penso na hora que estou na reunião, decidindo qual vai ser a setlist, o que vamos fazer. Coloquei na minha cabeça que não vou pensar, quero chegar lá meio fresco, porque estou um pouco nervoso."
Queria que você falasse um pouco sobre “fugitivos :)” Como foi para você fazer essa música com a Luísa Sonza e ter essa experiência?
"Foi muito legal. Nós somos muito intensos, e deu um match muito fo**. Nos respeitamos e olhamos muito no olho. Sempre existe um processo de: “vamos se conhecer” e é sempre uma dança. A minha dança com a Luísa foi muito direta, cara a cara, nos entendemos muito. Somos parecidos, então deu certo. Foi muito gostoso o dia, e a música, eu adoro. Muito legal!"
O que você acha de ser considerado o Rei do Pop?
"Meu Deus, não quero isso não! Só quero fazer minha música para a galera. Tenho medo dessas coisas, acho que é muita pressão, tem título para outras pessoas. Apesar de ficar muito feliz, obviamente. Essa galera que está aqui, eles vêm não só para curtir a noite, mas também para puxar algo de mim. Tomo isso como uma responsabilidade muito grande."
Você acredita que a sua liberdade fez o público se identificar com uma liberdade que precisavam?
"Por um lado sim, prezo muito por ser o mais verdadeiro que consigo. Sou uma pessoa muito privada, mas deixo claro para as pessoas que não sou privado porque quero esconder algo, mas porque sou assim na minha vida, com os meus amigos. O fato de eu dizer isso para as pessoas e elas me respeitarem e entenderem, [combinado com] a forma como nos relacionamos, como falo sobre a minha música, faço os meus shows e me entrego [gera esse sentimento]. As pessoas estão cansadas da fórmula de ter uma maneira de falar, e elas percebem muito isso. Faço questão de estar sempre ali, da maneira mais honesta possível."
Você acha que de alguma forma mostrou que o pop não tem uma fórmula?
"Tomara que sim, principalmente com os shows. Meu produto final é o show. É óbvio que o álbum é a primeira semente de tudo - a música, a letra - mas o show, para mim, é onde tudo concretiza. As pessoas merecem essa experiência! Cada vez mais gostaria de ver as pessoas dando essa atenção ao show e não enxergando só como 'ah, vou subir aqui, cantar dez hits e ir embora'."
Então, de certa forma, você está fazendo um show que gostaria de ver?
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"Exato, estou tentando fazer algo que gostaria muito de ver quando não cantava. Fico feliz se as pessoas começarem a ter esse carinho também no show delas."
Como você está se sentindo com abrir o show do Maroon 5 no Brasil?
"Gente… Sei lá! Acho que vou dar uma travada, porque gosto do Maroon 5 há muito tempo, desde criança. Admiro muito os caras, a forma como eles são uma banda - e manter bandas é muito difícil. Eles estão há tanto tempo no topo, fazendo um som pop, e tem poucas bandas que se arriscam nessa vertente. São incríveis, conquistam públicos de todos os jeitos. Vai ser muito legal, um teste para mim, nunca abri um show, ainda mais no Allianz para o Maroon 5. Vai ser muito divertido, bem gostoso."
Depois de tudo isso que está acontecendo, você tem medo de alguma coisa ainda na carreira?
"Tenho medo de tudo. Sou muito medroso. Os ingressos esgotados e tenho medo que as pessoas não vão aparecer. Todo show penso: “Nossa, ninguém vai [me assistir].” Sabe, igual aniversário? Tenho medo de tudo, mas vou e faço. Tenho esse lema na minha vida: 'Vou com medo, mas vou fazendo'.”
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