Rogério Flausino fala sobre o lançamento e os próximos passos da banda em entrevista exclusiva para a Rolling Stone Brasil
Aline Carlin Cordaro - @linecarlin Publicado em 29/08/2024, às 16h40 - Atualizado em 30/08/2024, às 18h58
Nós vamos fazer mais um disco. Isso não é uma coisa normal. Isso não pode ser banal. Não pode ser mais um disco. Tem que ser o disco. A gente tem que arregaçar. E aí nasceu esse conceito.
Nesta quinta-feira (29), o Jota Quest lança a segunda e última parte do álbum De Volta ao Novo, o que completa o projeto com um total de 23 músicas. Esse lançamento marca uma fase importante para a banda, que iniciou em outubro de 2023 com o Volume 1. O álbum reflete a jornada de longos anos de produção, e inclui singles lançados durante o período da pandemia, agora integrados oficialmente ao repertório.
A banda, que continua em turnê pelo Brasil com a JOTA25 até dezembro deste ano, já planeja um merecido descanso nos primeiros meses de 2025, após a correria dos últimos tempos. Em entrevista exclusiva para a Rolling Stone Brasil, Rogério Flausino, vocalista, falou sobre o lançamento e o futuro da banda.
Confira um trecho da entrevista:
Rolling Stone Brasil: Como é que você tá? Como é que tá o seu coração? Como é que tá a sua agenda nesse momento?
Rogério Flausino:
"Olha, tá muito movimentada e um dos motivos, na verdade, de a gente ter demorado tanto pra lançar o volume 2 em relação ao volume 1, foi isso, porque a agenda tava muito acirrada por causa do show do Allianz, que foi muito importante pra gente. Precisava tomar muito conta daquilo ali e até mesmo pra gente ter atenção na mídia.
A gente ficou com medo de, a gente mesmo, embolar o meio de campo. Então agora que passou o show, a gente tá finalizando o audiovisual dele pra lançar também em breve.''
Rolling Stone Brasil: Como foi a escolha de incluir os singles que sairam na pandemia nesse álbum?
''Lançar um disco hoje em dia é uma grande vitória da banda. A gente, depois de tanto tempo, continuar com essa vontade de fazer as coisas e tal. Mas tá aí, vai nascer com tudo agora, incluindo as canções da pandemia.
Confesso que fiquei em dúvida quando a gente lançou o volume 1, até naquele momento a banda toda estava em dúvida se a gente deveria ou não incluir essas canções da pandemia no disco. Acho que depois que passou, o volume 1 foi bem aceito e a turnê deu certo, os shows deram certo, tudo certo, a gente falou assim, cara, esses filhos fazem parte dessa família, vamos colocá-los ali.
Eu acho que conceitualmente, poeticamente, sonoramente, tudo faz sentido de que essas canções estejam juntas. São os quatro últimos anos de produção fonográfica da banda, então tinha que estar tudo junto
Rolling Stone Brasil: Eu vi várias entrevistas, e em uma delas você estava falando que estava super ansioso [para o show do Allianz], o coração batia forte, perdeu noites de sono. Mas e aí, afinal, foi aquilo tudo que você esperava? Porque é um grande marco numa carreira fazer um show dessa grandiosidade. Como é que foi?
Rogério Flausino:
"Foi muito, muito incrível. Tem uns momentos fantásticos. Falei, cara, não acredito que rolou isso e tal. Mas também... Eu vejo muito a gente ali, a gente batalhou muito para chegar ali, saca? Então eu acho que em alguns momentos a emoção toma conta [...]
Mas é um momento único da banda. A banda nunca tinha feito grandes shows em estádio sozinha. Tinha feito festivais, o Rock in Rio, coisas grandes assim, com plateias grandes, mas nunca um show só da banda. Então não é uma coisa normal. E eu espero que agora, terminando a turnê, a gente vai descansar um pouco ali no ano que vem e começar a programar o que a gente possa fazer para o futuro. Mas em 2026, em outubro, mais precisamente, o nosso primeiro disco faz 30 anos. Então temos uns dois anos para se programar, para chegar lá na frente ainda mais bem preparados para viver todas essas emoções e continuar vivendo esse tipo de experiência, porque a gente amou, né? Amou estar ali naquela loucura. Puts, é muito bom.''
Rolling Stone Brasil: E quanto ao projeto audiovisual da turnê JOTA25?
Rogério Flausino:
''É isso, tá registrado, foi filmado, foi gravado, agora a gente vai poder assistir quantas vezes quiser depois. Vem com um mini doc, não deste show especificamente, mas dessa última caminhada, da turnê 25 anos, falando um pouco disso tudo, pegando umas imagens de outros shows, inclusive o de Porto Alegre, que foi incrível também, que também sai em audiovisual em breve. [...]
A gente levou uns baita computadores para lá, muitos profissionais ajudando a gente a realizar isso, porque você tá ali fazendo show, você tá sendo filmado, passado na tela com efeito, e alguém está filmando tudo isso acontecendo.''
Rolling Stone Brasil: Agora me conta, como é que está sendo trilhar esse caminho de fato, que é algo que já vem acontecendo, e me diz, vocês estavam com saudade desse novo repertório, mesmo com os singles que vocês já tinham lançado na pandemia?
Rogério Flausino:
"A gente é uma banda de música, nós estamos aqui por causa disso, nossos sonhos sempre foram fazer um disco, depois o segundo, depois o terceiro, e a gente segue.
Então, quando a gente parou para fazer o De Volta ao Novo, a gente estava saindo do acústico. Foram quase três anos de turnê. A gente falou, cara, vamos fazer um disco novo e tal. Começamos o trabalho, e aí a De Volta ao Novo, a canção, a faixa título, ela já estava ali. E aí chega aquele momento: nós vamos mergulhar num processo artístico e tal. E isso é muito legal."
Rolling Stone Brasil: Quais são as faixas que você destacaria no Volume 2?
Rogério Flausino:
"Eu gosto muito de Eu Queria Ser, que é uma parceria com o Sérgio Britto. É uma música que tem uma simplicidade e uma verdade que me tocam muito. Também tem Amor Não Se Resume em Palavras, uma parceria que traz uma reflexão sobre o poder das palavras e do amor. Mas eu acho que todas as faixas têm um papel importante neste álbum. Cada uma traz uma parte da nossa história e do que vivemos nos últimos anos."
Rolling Stone Brasil: E quanto a construção do álbum em sí? A criação do conceito?
Rogério Flausino:
Durante a pandemia, algumas pessoas começaram a falar sobre o novo normal, veio essa expressão, né? Novo normal é o c******, sacou? Isso não é normal, isso não é normal. E não quero que seja normal. Não é normal uma banda estar dentro de casa, uma banda tem que estar na estrada, olhando pra galera e cantando com ela, e tudo mais.
A pandemia não passava nunca. Eu falei, meu, vamos esquecer isso [lançar um disco] agora. Quando acabar, a gente volta. Quando acabou, a gente foi pra turnê. Não, cara. Que disco? Agora eu quero ver a galera. Vamos ver a galera. E aí, depois dos primeiros seis meses, a gente voltou pro estúdio. E aí chamamos o Rick Bonadio para ajudar, começamos a gravar tudo de novo, o repertório já estava ali e algumas coisas foram compostas da pandemia para cá. E aí a gente começou a sentir que aquele material era realmente novo, que o De Volta ao Novo era novo mesmo, ainda que com canções que a gente tinha feito ali atrás e tal. E é isso.
Rolling Stone Brasil: E sobre o futuro do Jota Quest, o que vocês planejam?
Rogério Flausino:
"A gente tem algumas ideias que estamos desenvolvendo, mas ainda não posso revelar muito. Estamos pensando em algo especial para marcar os 30 anos da banda em 2026. Vai ser um projeto grande, que vai exigir bastante preparação, mas estamos muito empolgados.
A ideia é continuar inovando, sem perder a essência do Jota Quest que os fãs conhecem e amam."
O Jota Quest segue em turnê pelo Brasil, comemorando seus 25 anos de estrada. Para conferir a agenda completa de shows e garantir seus ingressos, acesse o link da JOTA25 aqui.
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