Às vésperas do lançamento do novo álbum 'Can we please have fun?', banda de Nashville desembarca com energia renovada no Lollapalooza 2024 e deve usar reações do público como teste para nova turnê
Eduardo do Valle (@duduvalle) Publicado em 23/03/2024, às 12h10
A quem tem boa memória, a escalação do Kings of Leon para o Lollapalooza 2024, substituindo o Paramore, pode ter soado... familiar. E nem estamos falando das trocas frequentes de headliners do festival - dessas lembramos bem. A confirmação do quarteto aos 45 do segundo tempo repete o caminho trilhado por eles próprios quando passaram por aqui, também de última hora, em 2019.
Dessa vez, porém, o Kings of Leon chega com a energia renovada. É o que garante Caleb Followill, frontman da banda que ainda inclui seis irmãos, Nathan e Jared Followill, e o primo deles, Matthew Followill. Juntos, eles sobem ao palco do festival em São Paulo, como headliners de sábado (23), como um teste para entender como desenhar a turnê do novo álbum. Chamado Can we please have fun?, o disco é o primeiro do grupo lançado pela Capitol Records tem previsão de lançamento para o dia 10 de maio.
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"É um momento excitante, porque estamos prestes a embarcar com a turnê Can We Please Have Fun?, então tem várias faixas que já gostaríamos de estar tocando", adianta Followill à Rolling Stone Brasil.
"Para esses shows de agora, vamos escolher algumas músicas divertidas e entender as reações, ver o que funciona ou não para incluir ou tirar da turnê."
Não é tarefa fácil para o quarteto. Ainda que lidando com um público fanático, que celebrou a substitução no Lollapalooza anunciada em fevereiro, eles têm pela frente a missão de equilibrar o novo material aos clássicos 25 anos de trabalho em um show de pouco mais de uma hora.
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A seu favor, eles têm um repertório repleto de clássicos: "Use Somebody" e "Molly's Chambers" são faixas quase garantidas no show, assim como "Sex on Fire", que costuma encerrar suas apresentações. Dessa vez, porém, eles devem inserir na setlist ao menos "Mustang", primeira das 12 faixas do novo trabalho.
"Foi difícil escolher entre uma música ou outra", confessa Followill sobre o lançamento de "Mustang" como primeiro single. "São muitos momentos renovadores neste álbum, com faixas completamente únicas. Sabe lá qual delas eu teria escolhido como o primeiro single."
Segundo o cantor, a faixa representa parte do espírito de um disco em que buscou eliminar quase qualquer influência externa no processo de composição: "Sentei em meu escritório e só olhei em volta e usei minha imaginação, como fazia quando era criança. E isso aparece no resultado, quando você ouve as faixas, tem algo nelas que parece, sei lá, inspirador e livre."
Veja abaixo a entrevista completa de Caleb Followill para a Rolling Stone Brasil:
Rolling Stone Brasil: A banda fez 25 anos e agora está com um novo álbum chamado Can we please have fun? (Podemos nos divertir por favor?). Como assim? Vocês não estavam se divertindo até agora?
Caleb Followill: Sim, sim. Nos divertimos bastante. Mal posso esperar para cair na estrada para nos divertirmos ainda mais. Mas sim, esse foi um dos melhores momentos que tive com a banda, só curtindo o processo, amando cada segundo.
Rolling Stone Brasil: À medida que o tempo passa, você acha mais fácil ou mais difícil se divertir fazendo música?
Caleb Followill: Você precisa achar novas formas de aproveitar, creio. Para mim, eu amei o processo de compor este disco, eu realmente só estava tentando ser livre com minha criatividade e não deixando influências externas interferirem nas faixas que estavam sendo escritas. Então aproveitei. Sentei em meu escritório e só olhei em volta e usei minha imaginação, como fazia quando era criança. E isso aparece no resultado, quando você ouve as faixas, tem algo nelas que parece, sei lá, inspirador e livre.
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Rolling Stone Brasil: "Mustang", é claro, demonstra bem o que está dizendo. O que a faixa antecipa sobre o novo disco?
Caleb Followill: Escolher o novo single foi difícil - talvez não para quem estava ao nosso redor. Acho que Kid Harpoon, ele falou rapidamente que "Mustang" ia ser uma faixa de impacto. Mas ainda que "Mustang" seja parte do álbum, todas as canções são tão únicas e diferentes. Foi difícil escolher entre uma música ou outra. São muitos momentos renovadores neste álbum, com faixas completamente únicas. Então, se ouvi-las individualmente, elas vão ganhar sua atenção, mas se ouvi-las em sequência, todas se encaixam, cada uma a seu jeito. Então mal posso esperar para que ouçam as outras músicas. Sabe lá qual delas eu teria escolhido como o primeiro single.
Rolling Stone Brasil: Quanto tempo o álbum demorou para ser produzido?
Caleb Followill: A gravação em si não tomou tanto tempo. Nós entrávamos em estúdio por duas semanas e então ficávamos livres por outras duas semanas. Então a gravação em si durou cerca de dois meses. Mas claro que comecei a escrever tudo uns meses antes e acompanhamos tudo até o final, então ao todo o processo durou uns seis meses, mas a gravação em si rolou em dois meses.
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Rolling Stone Brasil: O disco sai dia 10 de maio, mas antes disso vocês passam pelo Brasil. E já são cinco anos desde que se apresentaram por aqui desde a última vez. Devemos esperar surpresas? Novas faixas ou alguma clássica que vocês não têm tocado?
Caleb Followill: Esse é um momento excitante, porque estamos prestes a embarcar com a turnê Can We Please Have Fun?, então tem várias faixas que já gostaríamos de estar tocando. Ao mesmo tempo, temos um monte de material clássico e estamos decidindo o que entra ou não. Para esses shows de agora, vamos escolher algumas faixas divertidas e entender as reações, ver o que funciona ou não para incluir ou tirar da turnê.
Rolling Stone Brasil: Essa vai ser sua sexta vez no Brasil - onde a sua fanbase é imensa. A primeira visita já tem quase 20 anos. Você guarda alguma lembrança particular de alguma vez que vieram?
Caleb Followill: Sim, cara, tantas boas lembranças do Brasil. Me lembro do que acho que tenha sido nossa primeira turnê por aí. Estávamos em uma pequena turnê divertida com o Arcade Fire e o The Strokes pela América do Sul. Olhando para trás, deve ter sido especial ser fã de rock e ir a um show com essas três bandas. Mas sim, sempre curtimos muito quando vamos ao Brasil. Lindo lugar, lindas pessoas. Nossos fãs daí são excelentes e estamos sempre tentando voltar.
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