Em entrevista à Rolling Stone Brasil nos bastidores de show no Tokio Marine Hall, em São Paulo, Living Colour exaltou fãs, músicos e imprensa no país
por Luis Maluf, com colaboração de Fernando Rensi e Felipe Soares Publicado em 14/10/2024, às 14h40 - Atualizado às 18h52
Durante o triunfante retorno da icônica banda de rock estadunidense Living Colour, formada por Corey Glover (vocal), Vernon Reid (guitarra), Doug Wimbish (baixista) e William Calhoun (bateria), conversou com a Rolling Stone Brasil, nos bastidores da apresentação que aconteceu no último sábado, 12, no Tokio Marine Hall, em São Paulo.
Na correria para os quatro shows ao todo no país, os artistas falavam enquanto arrumavam as malas e ajeitava tudo para a turnê. Principalmente, o quarteto falou sobre a relação com o Brasil, e como o país mudou desde a última vez na qual vieram para a América do Sul. Leia abaixo:
O Brasil mudou muito desde a última vez que vocês vieram para cá?
Vernon Reid: O Brasil está passando por toda uma convulsão política. Com a mudança de administrações, muito populismo. Quer dizer, não viemos aqui com [Jair] Bolsonaro como presidente. Mas, você sabe, eu tenho amigos aqui. Houve muita disputa política, e até entre pessoas e famílias. Você sabe o que eu quero dizer. Acho que há um sentimento em algumas pessoas de que o país está tentando voltar. É uma vibe diferente. Pense bem, não havia Facebook, não havia e-mail. As redes sociais não existiam. A internet talvez estivesse nos estágios iniciais, e isso foi uma mudança fundamental, especialmente aqui, porque este é um país que entende muito de tecnologia. Você sabe, este também é um país muito engajado socialmente. Então, a mídia social aqui é um grande negócio, porque é uma sociedade onde as pessoas interagem, têm conflitos e fazem todas as coisas. A ascensão disso seria uma grande mudança.
No Rock in Rio 2022, vocês foram uma das presenças mais importantes do rock. Muita gente pede o retorno da banda no festival e até no The Town, que é do mesmo dono. Vocês aceitariam em participar novamente?
William Calhoun: Sim, apenas uma resposta curta. É bom estar de volta aqui. É bom ver todos os fãs. Você anda pela rua, entra em galerias, ou conversa sobre colegas, até conhece pessoas. Eles vieram nos ver em 1993 e ainda falam sobre isso. Algumas pessoas que conheci nesta turnê me mostraram fotos que tirei com eles em 1993, e agora tiramos outra. Portanto, este é um público incrivelmente leal do Living Color. Eu diria provavelmente o mais leal e o mais consistente desde 1989 para nós. Quando chegamos aqui, é sempre ótimo. Fãs, músicos, imprensa... todo mundo realmente respeita e ama a banda. É, honestamente, emocionante tocar e ouvir isso vindo do público aqui. Então adoramos vir aqui e sempre foi fantástico. Então, sim, estaremos envolvidos com outras pessoas.
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William, você é o mais brasileiro da banda. Mora aqui e ama o Brasil. Tem algum ritmo do país que você se inspira?
William Calhoun: Maracatu é o número um. Este é o número um. Carlinhos Brown me disse para ir para Recife. Eu também estava apaixonado por Timbalada. Carlinhos me disse: "Você precisa fazer duas coisas aqui em cima: forró e maracatu," esse é o que me fez sentir elétrico quando cheguei aqui.
Você fala português?
William Calhoun: Não, sinto muito. A culpa é minha. Já está na hora. Você pode recomendar professores?
Está tudo bem! Doug, você traz a grande festa do show. Todo mundo diz isso. Você concorda?
Doug Wimbish: Só vim tocar com meus irmãos. Cada show é realizado com amor, frequência... nem mais, nem menos. Você sabe, estou aqui apenas para proporcionar diversão e boas vibrações para este dia e para as pessoas aqui no Brasil. Quando subo no palco quero contribuir, levo isso a sério. É como um mata-mata. Não estou aqui tentando apenas voltar às pesquisas e todo esse tipo de coisa. São, você sabe, anos tocando e vindo para o Brasil. Quero vir e naturalmente entreter e levar a vibe para as pessoas. Isso é o que fazemos. Nós nos alimentamos das pessoas.
Cory, como você mantém sua voz nesse nível alto? Você pratica muito?
Corey Glover: Durmo. Durmo por muitas horas.
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