Uma das atrações do MECA (Inhotim) 2023, Luedji Luna falou com Rolling Stone Brasil sobre o festival, carreira, maternidade e mais
Felipe Grutter (@felipegrutter) Publicado em 26/07/2023, às 17h00
Diretamente de Salvador, Bahia, Luedji Luna conquista mais espaços na carreira - tanto que ela afirma como "estamos fazendo história na música brasileira." Além de participar de festivais importantes no Brasil, a cantora de 36 anos fez turnê recente na Europa e Canadá e lançou o ótimo disco Bom Mesmo É Estar Debaixo D'água Deluxe (2022), o terceiro da discografia, recentemente.
Atração do MECA (Inhotim) no segundo dia do festival que acontece em Brumadinho, Minas Gerais, Luna não tem melhor momento para se apresentar ao vivo, visto que acabou de voltar da turnê na gringa supracitada, e a "minha banda tá coesa, afinada e eu estou muito à vontade fazendo esse show."
Durante entrevista à Rolling Stone Brasil, a artista falou sobre o evento mineiro, carreira, as duas partes de Bom Mesmo É Estar Debaixo D'água, maternidade e mais. Sobre o MECA, público e fãs podem esperar o show completo do último disco dela.
O show do Deluxe cresce mais a cada dia que passa. Acabamos de voltar da Europa, então a banda tá coesa, afinada e eu estou muito à vontade fazendo esse show, então vai um show diferente do que fiz em BH, porque já é outra banda e outra cantora.
Além disso, Luedji Luna comentou sobre a importância de um festival focado na música brasileira: "Acho massa festivais que contemplam artistas do mundo todo, mas precisamos muito celebrar, valorizar e mostrar toda diversidade que é a música brasileira hoje. Não só o MECA (Inhotim) como outros festivais fazem isso com muita maestria. Afinal de contas, também estamos no Brasil."
Apesar de ser um álbum que se sustente sozinho, Bom Mesmo É Estar Debaixo D'água Deluxe é um complemento do sucessor, lançado em 2020, durante pandemia de covid-19. Luna decidiu seguir com essa narrativa justamente porque não conseguiu realizar shows do primeiro trabalho dessa "saga," e conseguiu levá-lo em algumas lives.
Senti que [o primeiro Bom Mesmo É Estar Debaixo D'água] nasceu num contexto estranho e eu não queria encerrar essa história, até porque é ainda um tema muito profundo, muito complexo, cheio de canções, um tema que não se esgotou.
Por falar no Deluxe, ele abre com uma questão bastante profunda e filosófica: "O que é o amor?" Nem mesmo Luedji Luna achou essa resposta, mas ela procura por uma solução. "Tento respondê-la desde o primeiro disco, e continuo com essa pesquisa no volume 2, mas fico com uma citação do poeta baiano Lande Onawale, que disse que o amor é tudo que mói depois o que faz curar."
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Nesse período pós-pandêmico, com retorno dos shows e tudo mais, diversos artistas praticamente não param por um segundo. Após lançar Bom Mesmo É Estar Debaixo D'água Deluxe, Luedji Luna já partiu para a estrada.
"[A turnê estrangeira] foi demais! Mas cansativo como sempre é, porque na primeira semana fiz um país por dia praticamente, viajando de trem de avião, então isso de se deslocar contribui, mas o público foi muito caloroso e abraçou a música," disse.
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Além da esperada aparição de brasileiros nos shows, pessoas de diversos lugares foram assistir à cantora ao vivo, como Guiné-Bissau, Angola e até Estônia. Inclusive, essa presença de gringos também é bastante essencial:
É ótimo ter esse feedback quando você sai do país para compreender que a sua música e carreira podem chegar a todos os lugares - e que a música não tem limite.
Com diversos hits e presença poderosa nos palcos, Luedji Luna também gosta de dedicar o próprio tempo em casa quando não está em turnê. Mãe de Dayo e esposa do rapper Zudizilla, ela curte bastante de um tempo "off."
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"Também quero descansar um pouco nas horas vagas, conseguir conciliar essa carreira se espraiando com a vida doméstica que eu amo," explicou. "Antes de vir para cá, fiz umas compras! Adoro fazer uma faxina, skincare, arrumar meu armário, cuidar do meu filho… essas coisas de dona de casa eu adoro [risos]."
Nascido em 2020, Dayo ganhou uma música em homenagem a ele, intitulada "Ameixa," ao completar um ano durante a pandemia. Como não podiam convidar outras pessoas por conta do isolamento social, Luedji Luna e Zudizilla decidiram criar a canção e clipe para registrar um momento tão especial.
A maternidade me modificou como mulher. Sou muito mais assertiva, consigo me impor mais no mundo, impor meus desejos e opiniões. Consigo dizer 'não,' colocar limite para as pessoas. A maternidade me empoderou como mulher e isso, definitivamente, reflete na minha carreira, relações que estabeleço no trabalho. Tem sido ótimo esse crescimento como ser humano, mesmo.
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Além dessa turnê na Europa e Canadá e apresentação nos principais festivais do Brasil, a cantora até foi considerada como "diva brasileira em ascensão" pelo Grammy. Com diversos outros objetivos cumpridos, Luedji Luna ainda tem alguns sonhos pela frente.
"Eu quero fazer uma turnê robusta nos Estados Unidos e América do Norte, principalmente EUA. Canadá, já fui algumas vezes, mas nos Estados Unidos só fui uma vez e apenas em duas cidades, então queria dialogar mais com artistas norte-americanos e transitar mais no mercado de lá," afirmou. Luna também quer participação em grandes premiações.
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"Quero muito cantar no BET [Awards], ser indicada ao Grammy internacional e latino. Queria ganhar um Grammy, cantar no Coachella, cantar no Japão - e acho que isso vai acontecer já - e em outros continentes, como Oceania e Ásia, sair um pouco desse eixo Europa," falou.
Quero muito ser capa da Rolling Stone, uma revista histórica e estamos fazendo história na música brasileira. Mas eu acho que a ambição, desejo e sonhos são o que mobilizam a gente, para trabalhar e dar nosso melhor. Sou muito grata por tudo, mas tem coisas específicas que dá para conseguir.
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