Música de Majur lançada nesta sexta, 9, 'Mapa de Estrelas' conta com produção de Max Vianna, filho de Djavan
Felipe Grutter (@felipegrutter) Publicado em 09/12/2022, às 16h11
Pensando no próximo disco de estúdio, sucessor de Ojunifé (2021), Majur lançou o primeiro single do trabalho, intitulado "Mapa de Estrelas," nesta sexta, 9, disponível nas plataformas de áudio. Com diversas canções lançadas ao longo da carreira, esta é, talvez, uma das mais fundamentais.
Durante entrevista exclusiva à Rolling Stone Brasil, Majur falou sobre "Mapa de Estrelas," próximo álbum e sobre os anos iniciais da (relativamente) curta e aclamada carreira. A respeito da nova canção, a cantora explicou: "É o plano, é a estratégia. É o momento que a gente descobre a potência que a gente tem e vai atrás de viver o sonho, de existir através dessa mesma potência."
"Eu nasci cantora e canto desde os cinco anos, amo cantar. Até hoje eu corro atrás dos meus sonhos de chegar muito mais longe do que eu estou agora, e de onde eu quero estar daqui alguns anos," continuou a artista.
Essa música representa a força que eu sinto ao amar a mim mesma, ao meu caminho, a minha vida. E é a mesma força que faz eu correr atrás de tudo isso e de não desistir diante das dificuldades e dos não-acessos também.
Além de ser bastante importante para ela, Majur também explicou como a música serve para diversas outras pessoas, para entenderem "que potencialidade é essa que elas têm, não ter medo de nada, nem ninguém e correr atrás, de fato fazer acontecer." Esse tema, inclusive, conversa bastante com um lema de vida da cantora: "Pra gente realizar um sonho basta estar vivo, respirar."
Majur não estava sozinha na produção de "Mapa de Estrelas": ela fez parceria "impecável" com Max Vianna, filho de Djavan que produziu a faixa. "Muita gente o conhece. Ele é guitarrista, arranjador, produtor musical e eu não sei o que dizer, porque não posso contar muitas coisas ainda, porém esse disco é um level up da minha carreira."
Vianna não foi a única parceria de peso no próximo álbum da cantora. Ivete Sangalo está em uma das músicas, a qual ainda não foi lançada. Essa colaboração foi um sonho se tornando realidade: "Veveta é uma referência da música e do axé em Salvador, eu sou apaixonada pela musicalidade dela." Majur ainda prometeu: podemos esperar mais surpresas do disco. Leia a entrevista completa abaixo:
Rolling Stone Brasil: Dia 8 agora você lança "Mapa de Estrelas". Fala um pouco sobre o processo de criação dela. O que ela significa para você como pessoa e artista?
"Mapa de Estrelas" é o plano, é a estratégia. É o momento que a gente descobre a potência que a gente tem e vai atrás de viver o sonho, de existir através dessa mesma potência. Eu nasci cantora e canto desde os cinco anos, amo cantar. Até hoje eu corro atrás dos meus sonhos de chegar muito mais longe do que eu estou agora, e de onde eu quero estar daqui a alguns anos. Essa música representa a força que eu sinto ao amar a mim mesma, ao meu caminho, a minha vida. E é a mesma força que faz eu correr atrás de tudo isso e de não desistir diante das dificuldades e dos não-acessos também. “Mapa de Estrelas”, agora, vai servir para tantas outras pessoas, para que elas também possam entender que potencialidade é essa que elas têm, não ter medo de nada, nem ninguém e correr atrás, de fato, fazer acontecer. Eu tenho um lema que eu falo sempre, "para gente realizar um sonho basta estar vivo, respirar." Então, se sinta vivo e corra atrás dos seus sonhos.
"Mapa de Estrelas" faz parte do seu próximo disco de estúdio, seu segundo. Como foi o processo criativo dele?
Eu criei essa música quando estava pensando na ideia de “nossa, preciso dizer o que estou sentindo agora, quero criar um disco onde vou trazer jazz, blues, soul, muito mais do afropop”. E, eu precisava colocar isso, por onde eu ia colocar? Como eu ia dizer? Como eu ia fazer? "Mapa de Estrelas" é o momento em que eu “faço uma estratégia” mais uma vez, a nova possibilidade de existir na música e de fazer música. Eu vou trazer, como sempre, um som novo e original, com características muito próprias, de estudos de muitos anos. E, para isso, fiz uma parceria impecável com o mestre Max Vianna. Muita gente conhece ele, seu trabalho, ele é guitarrista, arranjador, produtor musical e eu não sei o que dizer, porque não posso contar muitas coisas ainda, porém esse disco é um level up da minha carreira.
Entre Ojunifé e seu próximo disco, o que você aprendeu nesse tempo todo? Qual a diferença dessas duas Majur?
Ojunifé significa nascimento, renascimento. Eu me senti viva a partir do momento que eu me encontrei, que eu me entendi como mulher trans, que eu me entendi enquanto corpo social, onde o que eu podia fazer, como eu poderia andar e viver. Esse processo se deu a partir de uma feitura, eu sou feita de santo na religião do Candomblé e Ojunifé significa o meu novo nome em Yorubá, que significa “olhos do amor”. Eu trouxe isso, queria colocar pra fora o que eu estava sentindo, a dor e a delícia de viver nesse corpo. Já nesse novo trabalho eu me senti realizada, sou a primeira capa da Vogue Noivas, eu me casei recentemente também, consegui alcançar milhares de pessoas no Brasil e fora do Brasil com a música “Amarelo”, com tantas outras canções que lancei, meu hit “Andarilho”, que já tá com quase 9 milhões. Tanta coisa boa aconteceu depois desse processo de encontro comigo mesma e eu acho que vou trazer essa felicidade nesse disco, eu vou trazer o solar. Aquele sol que estava ali em cima do palco de Ojunifé, agora ele tá em mim e eu vou exalar esse sol em mim.
Vi que você tem uma colaboração com Ivete Sangalo no próximo álbum. Como foi trabalhar com ela? Como surgiu essa parceria?
Gravar com Veveta foi um dos momentos mais incríveis. Esse disco tem muitas surpresas, tem outros feats, mas especificamente gravar com Veveta tem vários significados. A Veveta é uma referência da música e do axé em Salvador, eu sou apaixonada pela musicalidade dela, inclusive isso está presente no meu novo trabalho, várias referências, especificamente da minha cidade. Pra mim foi muito orgulho, de perceber que essa rainha que vocês conhecem e que, de fato, é o que é, esse amor, essa paixão, esse afeto, essa mulher carinhosa e maravilhosa mais uma vez abre o braço pra uma artista nova, que está no seu segundo disco. E.. nossa! Extremamente deusa, assim. Eu ficaria aqui horas falando da Veveta, porque ela representa muito pra nossa Bahia e pra música brasileira, a grandeza que essa mulher é,a potência que ela é. Eu to muito feliz, muito animada, a música é a coisa mais linda do mundo e foi uma delícia, né? A Veveta é muito palhaça, a gente estava se acabando de rir, criando meio mundo de piada, toda hora compartilhando histórias… é maravilhosa demais.
Além disso, você trabalhou com Max Viana em "Mapa de Estrelas". Como foi trabalhar com ele? Você também trabalhou com ele em outra faixa do disco novo?
Nossa gente, trabalhar com o Max é um luxo. No momento que eu encontrei o Max, que eu fui atrás dele, fizemos uma reunião em um jantar e eu fiz o convite do disco. Ele ficou super feliz, porque ele conhecia minha voz e ele super elogiou minha voz, enquanto eu estava ali como cantora, elogiando e vendo na minha frente o mestre. De fato é uma pessoa incrível que abriu a porta dos seus estúdios e a gente começou a estudar as músicas que eu tinha criado. E no primeiro momento o Max já entendeu, pegou e sacou! Ele é muito rápido e a gente teve esse compartilhamento genuíno, sabe? Eu consigo falar e o Max consegue entrar na minha cabeça e tirar aquilo que eu tô sentindo, é muito foda.
Mudando um pouco de assunto, como está sendo para você esse último ano com retorno de shows ao vivo e festivais? O que você fez durante aquele período de isolamento?
Ótimo poder voltar e viver os festivais. Ojunifé me trouxe a possibilidade de ir em quase todos os festivais do Brasil, eu fui headliner de vários festivais também, isso foi incrível. Foram experiências que mudaram minha vida e trouxeram uma qualidade melhor para meu trabalho, eu precisava ver essa vida dos shows, de estar na rua, experimentar com a banda em cima do palco, de viver o som ao vivo. Eu sou uma cantora que gosta de cantar ao vivo, então foi muito enriquecedor todo esse processo. Os festivais super abertos realizando o que a gente precisava, a música precisava salvar a gente de todo esse isolamento, de tudo que a gente viveu até agora. Então, foi um momento muito incrível nesses últimos anos, apesar de tudo que a gente viveu e sofreu. Mas agora a gente pode respirar melhor e pensar no futuro, porque agora temos um novo caminho pela frente.
Com uma carreira relativamente "curta", você já fez coisas bastante interessantes. Como você enxerga seu atual momento?
Vocês vão ver no clipe que eu tô subindo e, de fato, é como eu me sinto nesse momento. Cada vez que eu lanço algum trabalho, que eu consigo acessar algum espaço, eu me sinto subindo, sabe? É mais um level e ainda não cheguei, ainda tem muito mais, muito maior, muito mais pessoas, muito mais corações, muito mais olhares. Eu tenho muitos sonhos, eu sou uma colecionadora de sonhos e quero realizá-los.
O que os fãs podem esperar de Majur daqui para frente? O que você planeja além do álbum?
É chegada a nova era. E esse disco vai trazer completamente uma nova era, vai ser sentido nos sons, nas batidas, a gente traz coisas novas e, como já falei aqui antes, algumas referências, mas tem muita coisa pra mexer, pra acumular. A música com Veveta, por exemplo, é extremamente energética, tem outra música com outro feat também que já traz esse mesmo sentimento, essa mesma sensação. A gente vai curtir muito nesse show, a gente vai pular muito, a gente vai cantar muito, vai ser muito bom, tô ansiosa.
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