Capa da edição digital da Rolling Stone Brasil em janeiro, Manu Gavassi recorda suas primeiras experiências como artista e comenta futuros projetos
Pamela Malva Publicado em 24/01/2023, às 20h15
A conversa começa bem humorada. Manu Gavassi está à vontade. Conta uma anedota sobre o almoço e narra uma confusão na agenda. Ri de si mesma. Parece confortável — e está! Aos 30 anos, recém-completos, abraça a maturidade com confiança e confessa que encontrou na calma um caminho pessoal e profissional.
Capricorniana assumida e paulistana até dizer chega, Manu cresceu no meio artístico e fez sucesso já muito nova, lançando dois discos antes de completar 20 anos. “Era uma Manu super bem intencionada e completamente desavisada”, brincou. “Estava muito feliz, muito certa do meu caminho. Queria trabalhar, mas não queria perder minha juventude.”
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Dez anos mais tarde, Gavassi sabe que já não é mais a mesma menina que desbravou a internet. “Eu sou uma mulher de 30 anos, com uma história para contar, que já transitou por várias fases, lugares e etapas”, comentou Manu. No disco mais recente — após o qual recebeu duas vezes o MTV Europe Music Awards como Melhor Artista Brasileira — ela chegou a cantar sobre sua "maturidade seletiva". “Eu sinto saudade da inocência dos 20 anos, mas a maturidade me traz conforto — e eu sempre fui uma alma velha, né.”
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O que Manu chama de "alma velha" talvez seja resultado de quem soube, desde muito cedo, aquilo que queria fazer. Sempre muito incentivada pelos pais, Daniela e Zé Luiz, Manu lembra de um dos seus primeiros testes para o cinema, com a renomada diretora Anna Muylaert (Que Horas Ela Volta?), quando tinha apenas sete anos. Já na ocasião, dava sinais de sua convicção:
No teste, Anna me perguntou: ‘Manu, se eu colocar uma música agora, você dança?’. E eu respondi que não. Eu não entendia por que tinha que dançar, não tinha ensaiado nada. E isso mostra muito bem quem eu sou. Por mais que tenha lapsos de espontaneidade, esse perfil mais controlador sempre existiu em mim.”
Hoje, a artista confessa que lidar com o controle (e com a falta dele) é uma de suas maiores dificuldades — e virou até promessa de Ano Novo.
“Eu sempre precisei ter muito controle das coisas para me sentir segura. Muito disso porque comecei ainda adolescente e, quando cresci, percebi que eu poderia não só opinar, mas eu poderia fazer e decidir tudo. Mas essa é minha promessa para esse ano, meu principal desafio: ficar um pouco mais calma e aprender até a beleza de não ter o controle”, comenta.
"Calma" e "maturidade" não significam pé no freio para a artista, que fez de 2022 um dos anos mais movimentados da carreira. “Foi o ano que eu mais trabalhei”, afirma, categórica. “Eu vi muita gente questionando o prêmio do MTV EMA, porque, para eles, eu ‘sumi’. E eu acho isso muito engraçado.”
Eu fiz muitas coisas ano passado e desde que saí do Big Brother. Fiz uma série, Maldivas, fiz um filme na Amazon, o Me Sinto Bem Com Você, fiz o disco GRACINHA, gravei um álbum visual pro Disney+. Isso sem falar de todos os projetos que ainda não saíram. Então é muito louco ouvir que eu não faço nada”, disse.
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Em 2023, ela lança o Acústico MTV: Manu Gavassi canta O Fruto Proibido, aguardada regravação do disco clássico de 1975 de Rita Lee, que estreia em fevereiro com a bênção da própria Rita e vira agenda de shows pelo Brasil em breve.
Eu acho a Rita muito inquieta como artista e isso me inspira muito”, comentou Manu. “Quando recebi o convite, soube que era o momento certo de homenagear essa mulher que eu amo tanto. Fiquei muito honrada de poder fazer isso, da Rita ter se sentido lisonjeada. É um projeto que eu nem acredito que fiz.”
Mas Manu vai além dos palcos este ano e também estreia no filme 'Não Tem Volta', que gravou com Rafael Infante em um mês e meio. “É uma comédia romântica de ação. Seja lá o que isso for, foi o que a gente fez”, brincou. “Eu adoro atuar e gosto de atuar com pessoas talentosas, que é o caso do Rafael. Me sinto muito confortável em fazer comédia”, comenta — recorrendo novamente, e não à toa, à ideia de conforto em seu presente.
Enquanto deixa para trás um ideal de "ícone de juventude" que a ajudou a pavimentar sua carreira nos últimos 12 anos, Manu vislumbra no horizonte o anacronismo de uma vida dedicada à criação. “Dificilmente eu vou parar de criar nessa vida. Acho que vim nesse mundo para isso. Gosto de criar, de trabalhar, de aprender coisas novas”, afirma. E pondera: “Estou entendendo que já sou quem eu sonhava quando era criança. Isso é maravilhoso. Eu já estou num lugar delicioso."
Texto: Pamela Malva
Fotos: @ivanerick
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