Em entrevista exclusiva, a banda britânica McFly comentou como tem aproveitado os primeiros dias no Brasil e contou tudo que eles podem - até o momento - sobre o próximo álbum, já finalizado
Marina Pastorelli
Publicado em 26/05/2022, às 17h35Aguardado por uma década, o retorno da banda britânica McFly ao Brasil foi animado e nostálgico - em cima do palco e fora dele. Desde a passagem por São Paulo, primeira cidade da turnê, onde uma série de passeios desprevenidos na metrópole rendeu encontro e foto com fãs pelo parque Ibirapuera, os quatro integrantes fizeram história na passagem pelo país - em Belo Horizonte, chegaram a promover um pedido de casamento em pleno palco.
O reencontro era aguardado desde março de 2020, quando precisou ser adiado poucos dias antes da primeira apresentação, por conta da pandemia do coronavírus. De lá para cá, a banda, que completa 20 anos em 2023, lançou duas coletâneas, ‘The Lost Songs’ e ‘Young Dumb Thrills’, e acrescentou ainda mais músicas na lista - que já era grande - de canções que os fãs, já adultos, desejavam ouvir nos shows.
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Pouco antes da segunda apresentação por aqui, em entrevista exclusiva com a Rolling Stone Brasil, Danny Jones (vocalista e guitarrista), Harry Judd (baterista) e Dougie Poynter (baixista), com a ausência do vocalista e guitarrista Tom Fletcher, que teve imprevistos com a voz e precisou se resguardar, falaram sobre o retorno ao Brasil, a dificuldade na escolha da setlist, o novo álbum que deve ser lançado em breve, e muito mais!
Quando questionados, logo no início, sobre a receptividade dos fãs brasileiros e os primeiros dias no país, os integrantes da banda sorriram.
“Tem sido maravilhoso”, pontuou o baterista, que logo se mostrou emocionado e grato com a atenção que eles têm recebido dos fãs na porta do hotel, no aeroporto e ao redor da cidade: “Nós gostamos disso”.
“O clima está perfeito e até fomos correr, a comida tem sido deliciosa, o tempo está ótimo, o show foi divertido”, comentou o baixista.
Um dos grandes desafios para essa turnê era escolher a setlist, como confirmou a banda. Reunir um mix perfeito entre músicas antigas e novas não foi uma tarefa fácil.
‘Josephine’, da coletânea The Lost Songs, lançada em 2020, foi uma que o baterista sugeriu para incluir nos shows: “Eu acho que é uma música legal! E é divertido fazer algo novo. É bom tentar algo novo e também é muito difícil agradar a todos. Muitos fãs pediram ‘That’s the Truth’, ‘Down Goes Another One’, ‘Broccoli’…”, afirmou Harry Judd, que completou: “Essa (‘Broccoli’) era uma que estava na setlist de 2020 para a turnê no Brasil, porque nós sabemos que as pessoas amam, mas quando fomos ensaiar para vir desta vez, percebemos que estava um pouco entediante. Tentamos criar a melhor combinação!”.
E que combinação! Com, em média, 20 faixas nostálgicas ao vivo, as apresentações de São Paulo duraram aproximadamente duas horas e conquistaram a aprovação da maior parte dos fãs. Sobre isso, Danny Jones riu ao lembrar de uma situação engraçada que aconteceu na manhã seguinte ao show do dia 17 de maio: “Eu me encontrei com um dos homens que trabalham com a parte de som e perguntei ‘E aí, o que você achou de ontem?’ e ele respondeu: ‘Maravilhoso, mas loooongo”, contou, gargalhando, ao lembrar da reação do senhor.
E a setlist será a mesma em todos os shows? Harry Judd garante que a intenção é mantê-la intacta em sua maior parte, com poucas exceções que podem ocorrer de acordo com a energia de cada apresentação - como aconteceu com ‘No Worries’ no primeiro dia, que foi puxada pela plateia e Tom Fletcher atendeu ao pedido dos fãs; ou com ‘Not Alone’ no segundo dia, que substituiu ‘Walk in the Sun’, ambas acústicas, cantadas pela voz de Danny Jones.
Durante o bate-papo, a Rolling Stone Brasil abordou também o novo álbum, já finalizado pelo McFly, ainda sem data de lançamento anunciada. “Quando deve ser lançado?”, questionamos, curiosos, ao que Danny Jones respondeu, bem humorado: “Essa é uma ótima pergunta para ser feita aqui, já que estamos na BMG (gravadora)”.
“O que posso dizer é que estamos muito animados com ele e que é algo especial”, garantiu Judd. “Não tem referências com álbuns antigos. É mais pesado, com mais guitarra, inspirado no Rock dos anos 70 e 80”, continuou.
Dougie Poynter explicou: “É mais como nos anos 80, quando a música Pop tinha a pegada do Rock. Ela era cativante, divertida e ainda assim era Rock”.
O vocalista Danny Jones contou que tudo começou após a covid, quando eles construíram o próprio estúdio e estavam prontos para produzir, mas se questionaram: “O que nós somos como BANDA?”
“A parte que mais gostamos é tocar ao vivo. Como podemos colocar isso em um álbum? Pensamos muito nisso e esse novo espaço de gravação que nós temos nos permitiu concluir esse projeto - com esse pensamento”, disse.
Tanto Danny Jones, quanto Harry Judd e Dougie Poynter, consideraram os desafios de se produzir um álbum fora da caixa, afastando o foco nas canções acústicas, “mais naturais e fáceis de fazer”, como eles mesmos disseram, e produzindo faixas mais pensadas, que refletiriam a nova fase do McFly.
A Rolling Stone Brasil tentou descobrir alguns detalhes ainda não revelados sobre o projeto, como nome do álbum ou nome da única música especial que traz referências de álbuns antigos da banda, mas as informações estão “trancadas a sete chaves” e devem ser reveladas em breve pelos próprios integrantes.
“Coisas boas acontecem para aqueles que esperam”, deixou a dica, e finalizou, Harry Judd.
O bate-papo completo, em vídeo, está nas redes sociais da Rolling Stone Brasil. Confira:
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