Neil Young exigiu que suas músicas fossem removidas do Spotify após streaming recusar banir podcast de Joe Rogan
Ethan Millman | Rolling Stone EUA. Tradução: Marina Sakai (sob supervisão de Yolanda Reis) Publicado em 26/01/2022, às 20h38 - Atualizado em 27/01/2022, às 10h28
Seguindo as exigências de Neil Young de que sua música seja removida do Spotify em protesto à disseminação de informações sobre covid-19 no podcast do comediante Joe Rogan, o serviço de streaming retirará sua música, como informou Young em uma carta em seu site nesta quarta, 26 de janeiro. O Spotify também confirmou a notícia com um próprio comunicado.
Young postou uma carta excluída em seu site na segunda, 24 de janeiro, endereçada à sua administração e gravadora exigindo que sua música fosse removida do Spotify, observando que a empresa pode ter “Rogan or Young. Não os dois.”
O Wall Street Journal noticiou pela primeira vez que o Spotify derrubará o catálogo de Young. Embora sua música ainda esteja na plataforma no momento da publicação deste texto, provavelmente sairá do streaming dentro de algumas horas.
Na nova carta de Young, o músico critica o Spotify como “uma força muito prejudicial por meio da desinformação pública e mentiras sobre o Covid.” Agradeceu à sua gravadora Warner Records por apoiá-lo em sua decisão e observou que a maior parte de sua receita de streaming vem do Spotify.
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O Spotify representa 60% do streaming da minha música para ouvintes em todo o mundo, quase todos os discos que lancei estão disponíveis — o trabalho da minha vida inteira — uma grande perda para minha gravadora absorver. Ainda assim, meus amigos da Warner Brothers Reprise me apoiaram, reconhecendo a ameaça que a desinformação do Covid no Spotify representava para o mundo — principalmente para nossos jovens que pensam que tudo o que ouvem no Spotify é verdade. Infelizmente, não é.
Em uma carta de acompanhamento postada logo após o anúncio inicial, Young agradeceu a Merck Mercuriadis e seu fundo Hipgnosis Songs, que comprou uma participação nos direitos de publicação de Young no ano passado. Também chamou o fundador do Spotify, Daniel Ek, de amigo e disse que estava desapontado por Ek ter “tomado as medidas que tomou, porque impediu que minha música fosse compartilhada em sua plataforma SPOTIFY”.
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Um representante de Mercuriadis não respondeu a um pedido de comentário da Rolling Stone EUA, mas o Hipgnosis Studios postou uma captura de tela da carta aberta de Young no Instagram na terça, 25, com a mensagem "ARRASOU NEIL" e cinco emojis de palmas.
Young concluiu sua carta inicial pedindo que mais artistas e empresas adotassem uma postura semelhante e tirassem suas músicas do Spotify para “parar de apoiar a desinformação mortal do Spotify sobre o Covid.” Os representantes de Young não quiseram comentar.
Joe Rogan despertou considerável controvérsia sobre seu programa de plataforma de teorias antivacina. Centenas de médicos assinaram uma carta no início de janeiro de 2022 exigindo que o Spotify faça mais acerca da desinformação sobre Covid na plataforma após o episódio do podcast do comediante com o Dr. Robert Malone, que divulgou declarações falsas sobre a vacina. O Spotify comprou os direitos do podcast de Rogan no ano passado e, desde então, recebeu fortes críticas por sua responsabilidade de moderar o conteúdo que possui.
“Queremos que todo o conteúdo de música e áudio do mundo esteja disponível para os usuários do Spotify,” disse a empresa em comunicado.
“Com isso vem uma grande responsabilidade em equilibrar a segurança para os ouvintes e a liberdade para os criadores. Temos políticas de conteúdo detalhadas em vigor e removemos mais de 20 mil episódios de podcasts relacionados ao Covid-19 desde o início da pandemia. Lamentamos a decisão de Neil de remover sua música do Spotify, mas esperamos recebê-lo de volta em breve."
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