Céu e Boogarins tocam no festival No Ar Coquetel Molotov, nos dias 13 e 14 de novembro, em Olinda, Pernambuco
Redação Publicado em 12/11/2021, às 14h22
A 18.ª edição do festival No Ar Coquetel Molotov acompanha a volta dos eventos no Brasil após período de incertezas durante pandemia de covid-19. Os shows ocorrerão nos dias 13 e 14 de novembro deste ano, no Teatro Guararapes, em Olinda, Pernambuco.
Com estilos diversos, ressaltando parte da cena alternativa brasileira, o festival mistura o sucesso e experiência de nomes como Mateus Aleluia, com a juventude de artistas como Marina Sena. Luana Flores feat. Jessica Caitano, Mulungu feat. Pierre Tenório, Lia de Itamaracá, Luiz Lins e Romero Ferro também integram o lineup.
A banda psicodélica de Goiás Boogarins se juntará à cantora Céu em um dos shows de destaque do No Ar Coquetel Molotov. A artista paulistana chegará embalada com o recém-lançado disco Um Gosto de Sol (2021), o qual leva o nome de música composta por Milton Nascimento e Ronaldo Bastos, e tem colaboração de Andreas Kisser, do Sepultura.
Boogarins, por sua vez, apresenta repertório conceituado e experiência em shows de grande porte. O grupo, formado por Benke Ferraz, Dinho Almeida, Raphael Vaz e Ynaiã Benthroldo, é veterano de festivais, incluindo Coquetel Molotov. Em abril deste ano, lançaram o disco Manchaca Vol. 2, com sobras de estúdio, misturas sonoras e gravações feitas pelo celular.
Para a Rolling Stone Brasil, Boogarins e Céu entrevistaram um ao outro, com direito a perguntas sobre projetos futuros. Leia o papo entre os artistas:
A gente se conheceu na passagem de som de um festival. Não fomos apresentados, mas eu fiquei ouvindo eles. Tenho impressão que era o Caravana Sereia Bloom (2012) no Bananada, e apaixonei nesses bebês. Achei muito incrível. Depois, confirmei, quando assisti ao show deles no Multishow.
Tenho várias bandas dos sonhos, mas vou colocar aqui Aston Barret no baixo, Mitch Mitchel na bateria, Dorothy Ashby na harpa. Na guitarra, chamaria Wes Montgomery e, quando fosse mais para o violão, chamaria a Rosinha de Valença. Fala sério, essa banda! Ai, ai…
(Nota: Aston Barret é um baixista jamaicano, conhecido pela banda The Wailers e faixas com Bob Marley. Mitch Mitchel, baterista, tocou com Jimi Hendrix. Wes Wes Montgomery tocava jazz, e marcou a guitarra no estilo. Rosinha de Valença, do Rio de Janeiro, foi uma das maiores compositoras brasileiras)
Bem, eu gravaria os Boogarins, a Ana Frango Elétrico, Steve Lacey, Tim Bernardes, Raquel Reis, Luiza Lian, Duda Beat, Priscila Tossin, Ferrugem, Giovani Cidreira, Gloria Groove, Rico Dalasam, Tassia Reis. É muita gente que eu gravaria, viu?
Dinho: Não vou lembrar o ano, exatamente, mas rolou um momento que meus irmãos (especialmente minha irmã) escutavam os dois primeiros álbuns da Céu incessantemente. As músicas me envolviam de um jeito muito gostoso, apesar de estar numa fase mais “roqueira” da juventude, e tal. O tom macio e cheio de desenhos da voz me faziam pensar em como aquela voz era potente e suave, cheia de sentimento, mas que entrava de um jeito leve na cabeça. Me sinto muito influenciado pela voz da Céu e sempre que escuto, penso: "Um dia, chego lá."
Ynaiã: Quando mais novo, queria ser piloto da aeronáutica. Mas logo desisti da ideia. Quando chegaram meus 15, 16 anos, decidi trabalhar com música, mas sempre tive História como segunda opção, para faculdade... Pensei em ser biólogo, também... Mas, quando passei no vestibular para música na UFMT, tudo ficou mais claro para mim. Comecei a produzir eventos, festivais, tive várias bandas… Nunca mais pensei em ter outra "profissão."
A certeza é que a gravação será no ano que vem. Nos últimos meses, temos nos reunido para registrar demos, arranjar canções e imaginar possibilidades. Isso é inédito: andar devagar com as ideias. Quando fecharmos esse pacotão, estaremos de ouvidos abertos para decidir onde gravar e se chamamos alguém para produzir o disco. Parece que vai acontecer um disco mais ao vivo, como foi o processo do Manual, em 2014, quando captávamos todos tocando juntos. Mas agora são oito (!) anos depois, conhecemos mais a nossa música e estamos mais abertos às novidades que nos surpreendem nela. Vai ser empolgante! Disco de regravações só se for Boogarins toca Céu.
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