O Judas Priest lançou nesta sexta-feira, 8, 'Invincible Shield', 19º disco da banda
Heloísa Lisboa (@helocoptero) Publicado em 08/03/2024, às 16h59
Lançado nesta sexta-feira, 8, o novo álbum do Judas Priest foi descrito por Ian Hill como uma continuação de Firepower (2018). Em entrevista à Rolling Stone Brasil, o baixista da banda afirmou que Invincible Shield provavelmente também "está dois passos à frente, basicamente por causa da Covid".
Segundo o músico, o disco deveria ter sido lançado há dois anos, mas a pandemia colaborou para que "Richie [Faulkner] aperfeiçoasse as músicas". Embora "nada seja fácil", a composição do álbum "foi um processo simples", inclusive no alinhamento dos padrões de bateria de Scott Travis às linhas de baixo de Hill. "Você pode agradecer à Covid por estarmos dois passos à frente, em vez de apenas um", disse o baixista.
Ian é co-fundador do Judas Priest, mas, ao longo dos 50 anos de banda, escreveu pouquíssimas letras. "Sou pragmático", rebateu. "Estou perfeitamente feliz colocando apenas as linhas de baixo."
"É algo que você terá que perguntar ao Rob", disse Hill quando perguntado sobre o título dado ao novo disco. Invincible Shield — "Escudo Invencível", em tradução livre — é uma espécie de declaração que tenta abarcar a resistência do Judas Priest ao longo de meio século:
Logo nos primórdios, as pessoas estavam — não era chamado de heavy metal naquela época, era chamado de heavy rock... E as pessoas já estavam tentando acabar com ele [heavy metal], mas nós passamos por isso, todas as outras bandas também passaram.
Ian lembrou do julgamento enfrentado pelo grupo inglês em 1990, quando foi processado pela família de dois fãs. Em 1985, Raymond Belknap e James Vance fizeram um pacto para se matarem com um tiro. Belknap faleceu, enquanto Vance viveu por mais três anos com sequelas do incidente. Para os pais dos jovens, as músicas do Judas Priest tiveram influência determinante sobre a decisão de suicídio tomada por Raymond e James. "E teve aquele julgamento estúpido", completou Hill, ao listar obstáculos enfrentados pela banda.
Acho que é uma declaração [o título do disco] de que não importa ao que você nos submeta, nós vamos superar e continuar.
A faixa-título do álbum pode ser a preferida do baixista. "The Serpent and the King" e "Panic Attack", que abrem o disco, também "se destacam". Ele revelou ainda algumas das bandas influenciadas, de alguma maneira, pelo Judas Priest, que gosta de ouvir, como Iron Maiden, Metallica, Def Leppard, Saxon e Anthrax. "É como uma grande família, nós nos amamos e amamos o que fazemos", argumentou.
Invincible Shield não foi gravado a partir de sessões em estúdio. "É engraçado, porque, para esse álbum, nós não fomos ao estúdio. Não podíamos, por causa da Covid", explicou Hill. "Fomos da Covid direto para a turnê de comemoração dos 50 anos de banda."
Desse modo, as músicas foram gravadas remotamente: "Rob [Halford] gravou os vocais remotamente, em Phoenix... Richie gravou no Reino Unido e Scott gravou em Nashville. Glenn [Tipton] gravou no Reino Unido, e minhas linhas de baixo foram feitas em quartos de hotéis".
"Não conseguíamos nos juntar, então, para poupar tempo e acabar com o tédio, gravávamos na estrada. Então, eu ia para os quartos de hotéis, plugava direto no meu computador, o que sempre faço..."
"Foi uma ótima maneira de gravar", concluiu Ian. O disco foi produzido por Andy Sneap, com quem o baixista pôde manipular as faixas minuciosamente: "Éramos só nós dois, então podíamos passar bastante tempo em uma coisa só. Você tem todo o tempo do mundo, e, é claro, não há todas aquelas pessoas te apressando".
A música deve continuar sendo uma forma de espantar o tédio para Hill até o fim de seus dias. Ele confessou que não acredita ter qualificação para fazer qualquer outra atividade e deve fazer parte do Judas Priest até quando seu corpo permitir.
A banda deve desembarcar no Brasil somente em 2025: "Temos que fazer os festivais europeus, esse tipo de coisa... Estados Unidos... Talvez encaixar o Japão antes do Natal, e aí recomeçamos em 2025. Será em 2025".
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