Atordoado por perdas recentes e infeliz com suas contribuições, artista passou a se dedicar exclusivamente à carreira solo em 2002
Por Igor Miranda (@igormirandasite) Publicado em 13/11/2024, às 08h00
Nando Reis foi um dos fundadores do Titãs, em 1982, e permaneceu até 2002, logo após o lançamento do álbum A Melhor Banda de Todos os Tempos da Última Semana (2001). À época, optou por se dedicar exclusivamente à carreira solo, iniciada em 1995.
Em entrevista a Lucas Brêda para a Folha de S.Paulo, o artista relembrou diversos temas ligados à sua vida e carreira — incluindo a saída do grupo. Na época, foi apontada como razão para o rompimento uma incompatibilidade de pensamentos e objetivos, além do fato de que estava contribuindo com poucas composições nos últimos trabalhos com a banda. Agora, ao refletir sobre o caminho que percorreu naquele momento, declarou:
Saí da banda, onde havia uma espécie de amarra, e me separei, estava solto e era jovem. Usei muita droga. Estava feliz e excitado com a possibilidade de me dedicar ao meu trabalho, à liberdade. Vivi com o pé no acelerador."
Reis explica que o uso de drogas não impactou negativamente em sua produção em estúdio. Todavia, não é possível dizer o mesmo das apresentações.
Incomodado, o cantor apontou arrependimento em relação a isso. Ele disse:
Fui muito relapso nas minhas apresentações ao vivo, tem uma parte que é muito ruim. Acho isso horrível, certo? Prefiro nem falar."
A saída de Nando dos Titãs e sua situação psicológica também tiveram relação direta com perdas recentes. Durante as gravações de A Melhor Banda de Todos os Tempos da Última Semana, o guitarrista do grupo, Marcelo Fromer, morreu em decorrência de um atropelamento. No fim do mesmo ano, faleceu Cássia Eller, uma das principais parceiras musicais de Reis.
O primeiro álbum solo de Nando Reis, 12 de Janeiro (1995), trouxe basicamente sobras de suas sugestões para Titanomaquia (1993), do Titãs. Em 2000, saiu Para Quando o Arco-Íris Encontrar o Pote de Ouro, disco gravado em Seattle e que inclui canções gravadas anteriormente por Cássia Eller.
Infernal (2001) segue a mesma linha de composição do trabalho anterior e foi o último registrado por Reis ainda enquanto membro do grupo que o consagrou. Em A Letra A (2003), Sim e Não (2006), Drês (2009), Sei (2012) e Jardim-Pomar (2016), ele contou com uma banda de apoio chamada de Os Infernais, que passou a acompanhá-lo também nas apresentações ao vivo.
Em 2019, saiu Não Sou Nenhum Roberto, Mas Às Vezes Chego Perto, com releituras do cantor Roberto Carlos. Em 2022, pouco antes de se juntar à turnê de reunião do Titãs, Nando fez uma parceria com Pitty, intitulada PittyNando, que gerou o disco As Suas, As Minhas e As Nossas (2022).
Atualmente, o cantor divulga Uma Estrela Misteriosa, projeto dividido em quatro álbuns que vem sendo disponibilizado aos poucos desde julho.
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Colaborou: André Luiz Fernandes.
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