Lendária banda de heavy metal tem, de certa forma, relação de amor e ódio com o país que representa o principal mercado consumidor de música no mundo
Igor Miranda Publicado em 22/04/2023, às 11h37 - Atualizado em 27/04/2023, às 09h53
Ninguém duvida que o Iron Maiden é um grande fenômeno de popularidade, mas o grande trunfo da banda sempre esteve em seus shows. Os álbuns da banda britânica registraram boas vendas, é claro, mas em números menores que seu equivalente em popularidade nos Estados Unidos, o Metallica.
Pesou contra o Maiden o fato de nunca ter estourado de verdade com um single no mercado americano. Até a virada do século, seu disco que conquistou a posição mais alta nas paradas do país foi Somewhere in Time (1986), com uma 11ª posição que não representa exatamente a grandeza da banda.
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Seu sucessor poderia ter se transformado em um sucesso de vendas até maior nos EUA. Um artigo no site Igor Miranda, escrito pelo jornalista Marcelo Vieira, aponta que Seventh Son of a Seventh Son (1988) é o álbum do Iron Maiden mais comercializado em todo o mundo, no embalo de músicas como “Can I Play with Madness”, “The Evil That Men Do” e “The Clairvoyant”. Porém, os números em território estadunidense caíram das 2 milhões de cópias de Somewhere in Time para a marca de 1,2 milhão.
Na biografia autorizada Run to the Hills (editora Évora, 2014), o baixista e líder do grupo, Steve Harris, destacou que um artista não pode guiar seu trabalho somente pelas vendagens. Há outros elementos a serem considerados para classificar uma obra como “sucesso” ou “fracasso”.
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“As pessoas podem comprar o álbum e não gostar do material; talvez, alguns fãs que compraram Somewhere in Time não tenham gostado dele e, portanto, não compraram o disco seguinte. Não sei.”
Ainda assim, Harris não esconde sua frustração com a falta de receptividade do público americano a Seventh Son of a Seventh Son. Para ele, o álbum que fez o Iron Maiden chegar ao topo da parada britânica pela segunda vez poderia ter sido melhor digerido na terra do Tio Sam.
“Seventh Son of a Seventh Son foi o melhor álbum que fizemos desde Piece of Mind (1983). Eu o adorei por ser mais progressivo. Os teclados se encaixaram com brilhantismo, e fiquei p#to com os americanos porque eles pareciam não aceitar aquilo [os teclados], eles não compreenderam o disco.”
Não foi a primeira vez que o Iron Maiden se estranhou com parte do público dos Estados Unidos. Em 1982, a banda foi criticada por uma fatia conservadora da sociedade americana devido ao álbum The Number of the Beast (1982). Primeiro com Bruce Dickinson nos vocais, o trabalho rendeu acusações de que o grupo estaria promovendo satanismo.
Para se ter ideia: muitas pessoas se organizaram para quebrar e queimar o disco publicamente, de preferência na porta dos shows realizados pelo Maiden no país. Também ao livro Run to the Hills, Steve Harris relembra:
“Foi uma loucura. Eles entenderam de forma completamente equivocada. Obviamente não leram as letras das músicas. Só queriam acreditar em todo aquele lixo sobre nós sermos satanistas.”
Neste caso, porém, pareceu ter o efeito contrário: cada vez mais fãs, especialmente jovens, se interessaram pelo trabalho do Iron Maiden. Falem bem ou falem mal, mas falem de mim!
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