O forte relato de Demi Lovato após superar 5 internações para tratar saúde mental

Demi Lovato já foi viciada em crack, metanfetamina e heroína. Em 2018, ela teve uma overdose da última droga e sofreu uma parada cardíaca, além de três derrames. A própria cantora conta essa história no documentário Dancing with the Devil, lançado por ela em 2021, ano em que conseguiu se afastar de vez dos entorpecentes mais pesados.

Desde então, a artista americana não tem problemas em falar sobre a época mais difícil de sua vida. Em um evento beneficente do Centro de Saúde Mental Para Jovens, da Igreja Presbiteriana, em Nova York, no último dia 3 de junho, a artista participou de um bate-papo com o médico psiquiatra Charlie Shaffer, médico psiquiatra e um dos diretores do local.

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Na ocasião, Lovato compartilhou sua experiência ao longo de cinco internações e como finalmente começou a se recuperar (via People):

“Eu estive internada cinco vezes e, por algum motivo, a cada vez que eu voltava para um centro de tratamento, me sentia derrotada. Conheço essa experiência em primeira mão, mas acho que o brilho de esperança foi quando eu comecei a focar no trabalho e comecei, quer seja trabalho, um programa ou falar com minha equipe de tratamento e construir relações ali.”

Ao refletir sobre o início da melhora, ela destacou:

“Eu acho que o brilho da esperança começou a mudar quando eu comecei a encontrar alegria e as pequenas coisas da vida. E isso era algo tão estranho para mim antes, porque eu estava tão, tão acostumada a não ver esperança.”

Cinco internações

Ainda em seu relato, Demi Lovato disse que seu quinto tratamento de saúde mental como paciente em internação mudou toda a sua perspectiva. Ela explicou:

“Parecia que tinha chegado ao fundo do poço e sabia o que precisava fazer, que era viver uma vida em recuperação. Foi algo que adiei por tanto tempo. Também precisava da medicação certa. Ajudou muito, não só a mim, como muitas pessoas.”

Por fim, a artista destacou que suas questões de saúde mental não definem quem ela é.

“Só quando entrei em tratamento pela primeira vez é que percebi que isso não é quem eu sou. É apenas uma parte do que me faz ser quem sou. Minhas lutas me transformaram na cerâmica que você vê hoje, mas nunca foi a minha identidade desde então.”

Sequelas da dependência química

Demi Lovato não é abstêmia: ela continua usando maconha e consumindo álcool, ainda que de forma moderada. Em 2023, durante entrevista a Andy Cohen na SiriusXM (via NME), a artista falou sobre as sequelas que enfrenta até hoje por conta da overdose de heroína que sofreu em 2018. A cantora afirmou:

“Sempre que olho para alguma coisa — tipo, tenho pontos cegos em minha visão quando olho para o seu rosto —, isso é um lembrete constante para permanecer no caminho correto, porque nunca quero que isso aconteça novamente.”

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Demi não se mostra arrependida, mas quase abre uma exceção para o acontecimento. Ela contou o que gostaria de ter ouvido, e que poderia ter evitado a experiência que deixou marcas.

“Eu não mudaria meu caminho porque não me arrependo… [Mas] a coisa mais próxima que chego de um arrependimento é de quando tive uma overdose. Eu gostaria que alguém tivesse me dito, primeiro, que eu era bonita — porque eu não acreditava nisso — e, segundo, que alguém tivesse me dito que se você apenas aguardar com a dor, ela passa.”

Demi Lovato hoje

Após o lançamento de Dancing with the Devil... the Art of Starting Over (2021), Demi Lovato deu uma guinada em sua sonoridade em direção ao rock com o álbum Holy Fvck (2022). Em 2023, ela lançou o disco de remixes Revamped, que traz novas versões de músicas antigas com o peso instrumental do álbum anterior.

Demi ainda colaborou com Slash (Guns N’ Roses) no cover de “Papa Was a Rolling Stone” (do Undisputed Truth e famosa pela versão do The Temptations), lançado no mais recente álbum solo do guitarrista, Orgy of the Damned (2024), retribuindo a uma participação dele em Revamped. A cantora também estará no filme Tow, dirigido por Stephanie Lang, que deve chegar no segundo semestre deste ano.

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Com colaboração de André Luiz Fernandes.