Lendário guitarrista foi direto e sincerão ao compartilhar por que sua banda se tornou uma das maiores da história
Igor Miranda Publicado em 10/09/2023, às 14h48
Em diversos sentidos, o Led Zeppelin foi uma das maiores bandas de todos os tempos. Vendas, popularidade, tamanho de shows, pioneirismo, influência… o grupo formado por Robert Plant (voz), Jimmy Page (guitarra), John Paul Jones (baixo) e John Bonham (bateria) fez história a ponto de estarmos discutindo seus feitos, de tantas décadas atrás - já que o grupo foi encerrado em 1980.
Mas onde está o grande segredo do Zeppelin? Em entrevista de 2015 ao jornal The Guardian, Page foi direto e sincerão ao refletir sobre qual foi o grande mérito da banda em seus 12 anos de atividade.
Na ocasião, ele estava falando sobre Led Zeppelin Deluxe Edition, uma série de relançamentos luxuosos dos álbuns da banda, com novidades entre 2014 e 2015. Nos anos anteriores, Jimmy precisou revisitar todo o catálogo do grupo, não apenas pelo fato de as músicas desses discos passarem por processo de remasterização, como também porque uma das premissas era incluir faixas adicionais inéditas ou em versões alternativas.
Diante disso, Page compartilhou qual foi a grande conclusão dele sobre o Led Zeppelin ao montar as reedições de todo o catálogo. A resposta foi:
“Apenas reforçou o que eu já sabia: que éramos quatro músicos mestres no que faziam.”
Colocado dessa forma, parece simples resumir o mérito de uma banda a “todos serem mestres”, não é verdade? Porém, Jimmy destacou mais um ponto curioso: na opinião dele, os integrantes do grupo (ele incluso) eram tão bons em suas áreas que acabariam “funcionando” tanto no coletivo quanto individualmente.
“A alquimia daquilo era muito, muito especial, era única. O escopo do que podíamos fazer individual ou coletivamente era incomparável.”
Outra opinião compartilhada por Jimmy Page tem a ver com o ponto forte do Led Zeppelin, em sua opinião. Para ele, o grupo se destacava de verdade nos discos, na “música gravada”, e não nos shows, como a maior parte das bandas de rock.
“Se você disser o nome do Led Zeppelin para alguém, então algo virá à sua mente – riffs, ou uma linha vocal, ou o que quer que seja. Tudo o que tentei fazer [em Led Zeppelin Deluxe Edition] foi apresentar um portal para a época em que essas coisas foram registradas. É a música gravada que manteve o Led Zeppelin na vanguarda. E tornou vital ouvir jovens músicos. O conjunto de relançamentos se tornou um ótimo livro didático.”
Ainda durante a entrevista, Jimmy Page foi perguntado sobre qual seria o direcionamento do Led Zeppelin caso a banda não tivesse encerrado suas atividades em 1980. Na época, o grupo decidiu pelo fim após a morte do baterista John Bonham.
Como eles vinham de um álbum (In Through the Out Door, de 1979) considerado mais “leve” por conta do forte uso de teclados, Page acreditava que o disco seguinte seria mais orientado às guitarras.
“John e eu gostávamos de discutir o que curtiríamos fazer no próximo álbum. Se você ouvir a discografia do Led Zeppelin do começo ao fim, poderá ouvir todas as coisas que gosto de fazer – riffs que seriam bastante complicados, interessantes, provocativos. E ele adorava tocar esse tipo de coisa. Então, definitivamente teríamos feito alguns riffs de guitarra, porque ele adorou tudo isso e porque tínhamos acabado de fazer um álbum guiado por teclados (In Through the Out Door).”
Outra questão curiosa apresentada a Page é se ele pretendia voltar a participar mais do processo criativo do Zeppelin. Em In Through the Out Door, a predominância dos teclados se deu justamente porque John Paul Jones apareceu mais como compositor. Ele respondeu:
“Não faço ideia [se voltaria a contribuir mais]. O que eu sei é que John Paul Jones criou músicas inteiras [para In Through the Out Door] e Robert estava escrevendo as letras – eu não iria escrever as letras. Então esse parecia ser o caminho que estava acontecendo naquele momento. Não me incomodou em nada. Pelo que pude ver, foi apenas a progressão natural.”
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