Cantora destacou que música em questão apresenta influência de “Be My Baby”, clássico das Ronettes lançado em 1963
Igor Miranda Publicado em 16/03/2023, às 11h45
A carreira de Pitty conta com uma série de hits lançados desde seu primeiro álbum, Admirável Chip Novo (2003). Músicas como “Equalize”, “Na Sua Estante”, “Teto de Vidro”, “Máscara”, “Semana Que Vem” e “Déjà Vu” estão entre as mais tocadas da artista nas plataformas de streaming e costumam estar presentes em todos os seus shows.
Porém, há uma canção que não está entre as citadas no parágrafo anterior e que entra na lista de grandes hits de Pitty, embora seu destino original parecesse ser outro: “Me Adora”. Divulgada no álbum Chiaroscuro (2009), a faixa - hoje a terceira mais reproduzida da cantora no Spotify - fez muito sucesso na época de seu lançamento, além de ter se mantido como uma das favoritas dos fãs.
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Em entrevista ao G1, a cantora admitiu que tinha um plano bem ambicioso para “Me Adora”: transformá-la em uma “pérola pop pesada”. Uma de suas referências principais foi a clássica “Be My Baby”, das Ronettes. Contudo, a presença de um palavrão justo no refrão da música levava ao pensamento de que a repercussão seria limitada.
“Onde eu vou me falam sobre essa música e é muito louco pensar que quando eu coloquei no Chiaroscuro, era minha aposta para single e ninguém queria tocar, né? Porque tem ‘que me acha f#da’ (na letra).”
O receio com a palavra em questão foi perdido pela própria sociedade com o passar dos anos, de acordo com a artista.
“Tanto tempo depois, virou tão banal. Você vê tantas músicas hoje que tem essa palavra. Na época, era inimaginável. Eu acho que o grande twist da canção pop que eu queria fazer era justamente ter uma palavra que fosse de certa forma um tanto quanto perigosa e um pouco proibida. Então, a música vai ser tão pop que a gente vai ser meio que obrigado a dizer essa frase. [risos] Era uma provocação mesmo.”
Em outro momento da conversa, Pitty foi convidada a apontar quais outras músicas de seu catálogo seriam parecidas com “Me Adora”. O entrevistador disse lembrar apenas de canções mais baladas, como “Equalize” e “Na Sua Estante”, e pesadas, como “Máscara”. Ela respondeu:
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“‘Me Adora’ é de fato uma música muito singular, muito única. Eu me sinto uma antena por ter intermediado essa relação dessa canção com a gente aqui, né? [...] Ela foi single e ganha uma proporção maior. Mas, por exemplo, ‘Desconstruindo Amélia’ tem esse potencial, essa singularidade, porque eu não sei se as pessoas percebem. Mas quem conhece o trabalho a fundo, que não ouve só os singles, percebe a minha relação com blues, com jazz, mas principalmente com blues e com R&B, né? Tanto ‘Me Adora’, quanto ‘Desconstruindo Amélia’, ‘Relação Contida’, são músicas que têm essa relação com blues, que tem essa parada. ‘Sete Vidas’, o single, também tem essa coisa, essa batida R&B, que é uma coisa do pré-rock and roll, né?”
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