John 5 diz nunca ter sido afetado pelo problema em questão, mas aponta que muitos desistem de aprender instrumentos em função disso
Igor Miranda Publicado em 09/08/2024, às 09h00
Existem métodos diversos para se ensinar uma pessoa a tocar um instrumento musical. Porém, na opinião de John 5, as formas de maior efetividade passam diretamente pelo estímulo ao aluno por intermédio de seus gostos.
O guitarrista que hoje integra o Mötley Crüe, mas antes trabalhou com David Lee Roth, Marilyn Manson e Rob Zombie, refletiu sobre o assunto em entrevista à Guitar Player (via Guitar.com). Para o veterano do instrumento, ignorar as preferências do aspirante a músico ao lhe mostrar como tocar é um dos maiores erros de quem transmite o conhecimento — e faz com que novatos abandonem a prática logo de cara.
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“É muito importante tornar a prática uma atividade agradável, especialmente quando você está apenas começando. A inspiração é a chave para se divertir ao aprender um instrumento.”
De acordo com 5, o ensino de música, na maioria dos casos, deve ser feito de forma personalizada. É importante conhecer as preferências do aluno e trabalhar em cima delas logo de início, evitando desistências prematuras.
“Se você é professor de violão ou guitarra, em vez de dar aos alunos algumas escalas ou ‘Maria Tinha um Carneirinho’ (‘Mary Had a Little Lamb’, canção tradicional americana) logo de cara, tente descobrir do que eles gostam.”
Um exemplo, provavelmente inspirado no gosto do próprio músico, foi mencionado na sequência.
“Talvez haja um aluno vestindo uma camisa do AC/DC. Perfeito! Ensine a ele ‘Highway to Hell’ e veja seus olhos brilharem. Ele ficará tão animado que nunca mais vai querer largar o instrumento.”
Ao falar sobre sua própria experiência ao começar a tocar guitarra, John 5 declarou que nem mesmo um professor pouco interessado em seus gostos seria capaz de deixá-lo desanimado. O músico afirma que, desde o início, sempre foi muito obcecado pelo instrumento musical.
“Sou meio diferente de muitos músicos, porque eu era tão obcecado pela guitarra quando comecei. Até hoje sou. Eu queria aprender minhas lições completamente. O que quer que fosse colocado na minha frente, eu queria executar 100%. Meio que tratei cada aula como se fosse fazer um show. Foi assim que me senti e foi muito divertido para mim.”
O artista de 53 anos também celebrou o momento atual ao dizer que há muito conteúdo disponível online. É importante, claro, ter orientação de alguém mais experiente para orientar em meio a tanto material, mas a situação nos dias de hoje é menos complexa do que em tempos pré-internet.
“Vá atrás de tudo o que ajuda você a permanecer engajado e capaz de desfrutar da prática. Hoje em dia há muito conteúdo disponível, como no Instagram e no YouTube. Então, você pode simplesmente navegar e encontrar coisas que te deixem inspirado.”
Em outra entrevista, para a revista Guitar World (via site Igor Miranda), o americano de nome real John William Lowery revelou qual o maior guitarrista de todos os tempos em sua opinião.
Na ocasião, ele foi convidado a listar os 10 nomes que moldaram seu som. O primeiro lugar foi de ninguém menos que Eddie Van Halen, saudoso revolucionário do instrumento que nos deixou aos 65 anos, em 2020.
Ao mencionar Eddie, John reconheceu que este é o “número um de muitas outras pessoas”. Ele declarou:
“É outro que se enquadra no que descrevi antes como genial. Criou algo que mudou o mundo para sempre – é muito difícil de explicar, mas é simplesmente inacreditável.”
Em seguida, o integrante do Mötley Crüe apontou que a relevância de Van Halen no mundo da música não se resume às suas inovações na guitarra. Ele e sua banda também eram grandes compositores.
“Ele fez isso com suas composições, seu jeito incrível de tocar guitarra e também com suas invenções e designs. Fiquei obcecado por ele, como todos os outros guitarristas do mundo. Graças a Deus tivemos Eddie Van Halen, isso é certo.”
Eddie Van Halen é mencionado como o responsável por desenvolver a habilidade de tapping, quando se utiliza as duas mãos para tirar sons da guitarra. A técnica não foi criada por ele, mas ganhou nova força em sua execução. Também trabalhou em inovações no campo da aparelhagem, com direito a utilizar amplificadores em voltagem reduzida para obter sonoridades distorcidas sem “sujá-las” demais.
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