- Mike Mills (Foto: Scott Dudelson/Getty Images)
"COISAS DEMAIS"

O pior disco do R.E.M. na opinião de Mike Mills

Baixista ofereceu explicação profunda ao citar álbum que recebe título ingrato em seu ponto de vista

Igor Miranda (@igormirandasite) Publicado em 22/11/2024, às 08h00

Na ativa entre 1980 e 2011, o R.E.M. lançou quinze álbuns de estúdio. Montou uma das discografias mais consistentes e respeitadas da história do rock alternativo.

Entretanto, é normal haver ao menos um trabalho que não é visto tão bem pelos fãs quanto o resto. Mike Mills tem até o seu escolhido — que vai ao encontro da opção de vários admiradores.

Em entrevista ao jornalista Jeff Tamarkin (via Far Out Magazine), o baixista do R.E.M. citou Around the Sun (2004) como o álbum mais fraco da banda. Entretanto, ele ofereceu uma explicação mais profunda para os problemas do disco, responsável por trazer faixas como “Leaving New York”, “Aftermath”, “Electron Blue” e “Wanderlust”.

Mills comentou:

As pessoas acham Around the Sun nosso trabalho mais fraco, e eu concordo. Mas não é por causa das músicas. As músicas são boas. O que aconteceu foi que tentamos fazer coisas demais.”

Segundo o integrante, as sessões do álbum sofreram por consequência da agenda cheia do grupo. Também havia obrigações contratuais com a gravadora, a Warner Music. Ele disse:

Paramos as gravações, fizemos uma coletânea de greatest hits, uma turnê e aí tentamos finalizar o álbum. Isso não foi certo para as canções porque dificultou nossa concentração”.

Mills ainda fez questão de tirar a culpa do produtor Pat McCarthy após críticas negativas quanto ao teor do álbum. A banda é que vacilou, em sua concepção. Ele afirmou:

Não é culpa do Pat McCarthy. É nossa responsabilidade; a gente simplesmente perdeu a manha.”

Em entrevistas subsequentes, o vocalista Michael Stipe reconheceu que o resultado das gravações de Around the Sun ficou aquém das expectativas dos integrantes. Especialmente com relação a quantidade de canções lentas no álbum.

O lançamento seguinte deles, Accelerate (2008), foi concebido como uma reação a isso — e significou um retorno à forma para o R.E.M.

R.E.M. em 2024 (Foto: Bennett Raglin/Getty Images)

 

R.E.M. e a saída de seu baterista

A carreira do R.E.M. é dividida em duas partes. Pelos primeiros 15 anos de carreira, o quarteto era formado por Michael Stipe (vocais), Peter Buck (guitarra), Mike Mills (baixo) e Bill Berry (bateria).

A estrutura da banda era igualitária. Todos os integrantes dividiam entre si as responsabilidades criativas, as decisões e até mesmo os lucros.

Entretanto, Berry deixou a formação em 1997. O baterista sofreu um aneurisma cerebral durante um show na Suíça dois anos antes. As sequelas físicas do episódio impactaram em sua rotina na estrada.

O músico comunicou aos companheiros seu desejo antes de começarem as gravações do que viria a ser o álbum Up (1998), com um único pedido: a banda não terminar por causa de sua saída.

Curiosamente, Around the Sun marca a estreia daquele que se tornaria seu substituto permanente: Bill Rieflin. Embora nunca tenha sido creditado como integrante, o baterista permaneceu com a banda até o encerramento das atividades, em 2011.

+++LEIA MAIS: R.E.M. não se reunirá para tocar novamente: ‘Nunca seria tão bom’

Colaborou: Pedro Hollanda.

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