Na ocasião, três dos quatro integrantes da banda abandonaram o projeto alegando “divergências de ideias profissionais”
Por Igor Miranda (@igormirandasite) Publicado em 27/06/2023, às 16h00
Em 2005, os fãs de Charlie Brown Jr foram surpreendidos com a notícia de que três dos quatro integrantes haviam deixado a banda. O guitarrista Marcão Britto, o baixista Champignon e o baterista Renato Pelado comunicaram, juntos, o rompimento deles com o vocalista Chorão.
Cada instrumentista deu sequência a projetos próprios, enquanto o cantor reformulou o Charlie Brown Jr com outros membros — incluindo a volta do guitarrista Thiago Castanho, que fez parte do grupo em seus anos iniciais. Ainda que o assunto tenha sido discutido de forma ampla pelos músicos com o passar dos anos — até pelo fato de Marcão e Champignon terem retornado em 2011 —, vários tópicos a respeito da separação não foram abordados publicamente.
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Uma biografia sobre Champignon, intitulada Champ: A Incrível História do Baixista Champignon do Charlie Brown Jr e escrita por Pedro de Luna, busca recontar toda a trajetória do baixista, falecido em 2013, o que inclui este episódio em que três quartos do Charlie Brown Jr se dissolveu. Em entrevista ao jornalista Marcelo Vieira para o site IgorMiranda.com.br, o autor apresentou algumas explicações para a dissolução, ocorrida no auge do sucesso do grupo.
Segundo De Luna, os problemas especialmente entre Chorão e os colegas começaram quando o vocalista não permitiu mais um ambiente colaborativo dentro do CBJr. O biógrafo afirma que, ao mesmo tempo, os instrumentistas passaram a compreender melhor o funcionamento da indústria musical “conforme foram circulando no mainstream, conhecendo gente importante — produtores, executivos de gravadora”.
“Começaram a entender como funciona a questão dos direitos autorais. [Começaram a] entender que quem fazia a letra ganhava um valor X, e quem fazia a composição, outro valor X. Isso começou a gerar rusgas entre eles. Dinheiro é uma m#rda, porque corrompe, né?”
A personalidade difícil do vocalista também colaborou para o rompimento, de acordo com o autor da biografia.
“Quando da saída dos integrantes originais, o Chorão estava se sentindo o dono da bola. ‘A banda é minha, eu que criei, tem que ser tudo do meu jeito’. Tanto que a primeira matéria de circulação nacional que explanou o motivo da briga, na revista Capricho, tinha como título ‘Chorão Brown Jr’. Acho que era parte do temperamento dele controlar, querer ser tudo.”
Outro ponto destacado por Pedro de Luna é o comprometimento excessivo de Chorão com o Charlie Brown Jr. O vocalista cobrava que todos os integrantes se dedicassem à banda de uma forma que só ele conseguia, visto que era o único a ter o projeto como algo que ia além da música.
O Charlie Brown Jr foi encerrado em 2013 logo após a morte de Chorão, em 6 de março daquele ano, devido a uma overdose de cocaína. Seis meses depois, em 9 de setembro, Champignon tirou a própria vida.
** No Brasil, o Centro de Valorização da Vida (CVV), associação civil sem fins lucrativos, oferece apoio emocional e prevenção do suicídio, gratuitamente, 24 horas por dia. Qualquer pessoa que queira e precise conversar, pode entrar em contato com o CVV, de forma sigilosa, pelo telefone 188, além de e-mail, chat e Skype, disponíveis no site www.cvv.org.br.
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