Antes de hiato, Biel Basile, Guilherme D'Almeida e Tim Bernardes fazem último show no Brasil na noite desta sexta, 6, no Coala Festival
Felipe Grutter (@felipegrutter) Publicado em 06/09/2024, às 16h10
Após uma célebre carreira de 15 anos, a banda paulistana de indie rock O Terno está nos últimos passos para iniciar um hiato por tempo indeterminado. O último show do grupo, formado por Biel Basile, Guilherme D'Almeida e Tim Bernardes, acontece na noite desta sexta, 6, no Coala Festival.
A apresentação em questão está marcada para 20h40 (horário de Brasília), no Palco Principal do evento em São Paulo. Alguns meses depois, o trio desembarca no Japão (2 e 5 de novembro) e Portugal (18 e 21 de novembro). Então, demoraremos algum tempo para ouvir ou ver O Terno novamente.
Durante entrevista à Rolling Stone Brasil, Tim Bernardes explicou como o trabalho com o grupo foi bastante longo, mas agora eles conseguem reparar e entender melhor tudo o que fizeram na música brasileira nestes 15 anos. "No passar dos anos, enquanto estamos construindo, conseguimos olhar apenas sempre o próximo passo," disse o cantor.
"O Terno começou em 2009, uma época em que a música independente e alternativa ainda tinha um espaço muito pequeno," relembrou. "Em um momento no qual a rede social ainda estava meio engatando e os streamings ainda não tinham começado. Então tudo isso aconteceu de uma vez e conseguimos nos desenvolver e amadurecer musicalmente como banda."
Conseguimos alcançar um público que é muito maior do que poderíamos ter imaginado no começo, e isso mesmo sem uma presença frequente em TV e Rádio. Mais que tudo, é muito interessante reparar que conseguimos desenvolver um estilo próprio.
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Claro, a cena do indie rock de 2009 é muito diferente do que vemos em 2024. Não à toa, O Terno é uma das principais atrações em um grande festival na capital paulista. Com o desuso de CDs e fim da MTV, um canal que promovia diversas bandas e artistas iniciantes, a banda conseguiu ganhar bastante força com o crescimento de Facebook, Instagram e streamings
"De alguma forma, muitas conquistas d'O Terno foram também pavimentação para outras pessoas que podem vir depois e que, além disso, podem levar tudo mais adiante," denotou Tim Bernardes. "O Terno transcendeu um pouco o indie rock, e isso também se desenvolveu muito no público que ouvia esse gênero. Houve uma mistura de música brasileira e o rock 'n roll. E acho que o gênero conseguiu seguir seu próprio caminho."
A jornada é longa e com diversas fases. Cada fase tem muitos desdobramentos, mas sempre houveram momentos marcantes, como gravar as músicas, fazer clipes e ganhar prêmios, como o Prêmio Multishow. Foi marcante também conseguirmos financiar nosso disco com Catarse, um financiamento coletivo, e ter feito o primeiro Lollapalooza. O Melhor do Que Parece (2016) é um marco de quando a banda realmente conseguiu chegar em mais pessoas. Nós já tínhamos um canal com nosso público nas redes sociais e o disco conseguiu tocar muito as pessoas. O Atrás/Além (2019) já é O Terno mais maduro e com o público mais amadurecido.
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