- Artistas na capa do EP (Foto: Divulgação/ Lana Pinho)

Orgulho de Ser: Disco reúne vozes LGBTQIA+ e comemora diversidade [EXCLUSIVA]

Com direção artística de Romero Ferro, o álbum surgiu em homenagem ao Mês do Orgulho e conta com nove grandes sucessos

Pamela Malva Publicado em 24/08/2022, às 20h00

A SUBA MSK, a Blue Stage e a MSK Records uniram forças para o lançamento do álbum Orgulho de Ser, fruto de um projeto em homenagem ao Mês do Orgulho LGBTQIA+. Com direção artística de Romero Ferro, o disco foi disponibilizado recentemente, com exclusividade no Apple Music, e conta com sucessos de sete artistas da comunidade LGBTQIA+.

São nove faixas no total, sendo que o carro chefe é ‘Tolerância Zero’, sucesso de Ferro, que ganhou uma versão de luxo com a participação dos artistas convidados. O disco ainda conta com produções de Johnny Hooker, Doralyce, Hiran, Mel, Katú Mirim e Filipe Catto.

Com exclusividade à Rolling Stone Brasil, Ferro, que também ficou responsável pela curadoria do disco, elogiou as vozes convidadas. “São artistas incríveis, com histórias transformadoras, no momento em que a arte está tão sucateada, tão sensível”, afirmou ele. “Feliz que a TIM e o Apple Music nos abraçaram e viabilizaram essa história junto.”

Fazer esse projeto foi a realização de um sonho pra mim, como artista, como diretor artístico. O momento no Brasil é crucial, e ter 7 vozes potentes falando sobre o combate à intolerância é urgente! Precisamos continuar a luta, que é diária e o orgulho não é só durante o mês de junho”, pontuou Romero Ferro.
As vozes convidadas durante as gravações no Blue Note (Foto: Divulgação/ Lana Pinho)

 

+++LEIA MAIS: Tolentino homenageia amores nunca vividos em 'Trancado', seu novo single

Para o pernambucano Jonnhy Hooker, as parcerias do álbum são a característica mais importante da produção. “Cantar com minhas irmãs artistas imensuráveis nesse projeto importantíssimo, que mostra a face do Brasil de verdade, me faz acreditar novamente que podemos voltar a ser um país”, afirmou o cantor, à Rolling Stone.

Filipe Catto, artista trans não binária que, desde jovem, já ganhou fama em projetos com características de MPB, samba, tango moderno, jazz, rock e bolero, também comentou a importância do projeto e da seleção de artistas - parceiros de vida e de causa:

“Foi muito lindo poder estar neste projeto com tanta gente que eu admiro e acredito profundamente. Chega uma hora no meio da batalha que a gente para e olha para o lado e reconhece quem tá ali dando o sangue também. Da gosto de ver tanta artista potente, autêntica, visceral transgredindo as regras e impondo sua arte no mundo. E apesar de sermos muito diferentes, temos uma ferida em comum ali, algo exposto que eh nossa própria vivência sendo marginalizadas todos estes anos. Por isso ocupar este espaço é fundamental, pra que isto se alargue no futuro e abrigue mais pessoas que precisam de acolhimento e compreensão neste lugar tão cafona chamado sociedade patriarcal.”

Já na opinião de Doralyce, uma mulher preta bissexual, o disco Orgulho de Ser fala “sobre a liberdade dos nossos afetos, é sobre o discurso de amor”, já que “toda vez que você promove um discurso de amor, você mata um discurso de ódio”.

Conhecida como vocalista da Banda Uó, a cantora Mel diz acreditar que o álbum “foi um movimento super necessário para esse retorno aos palcos”. Natural de Goiânia, a mulher trans preta explicou que, após as comemorações do Mês do Orgulho, a ideia de “unir artistas LGBTs tão reconhecidos e talentosos é o início de uma nova história a ser contada”.

E ter feito essa troca tão diversa ao lado de todes, cantando ‘Tolerância Zero’, é a confirmação de que não seremos mais silenciades”, afirmou.
Mel durante sua apresentação no Blue Note (Foto: Divulgação/ Lana Pinho)

 

+++LEIA MAIS: Renaissance: Lil Nas X elogia álbum de Beyoncé: 'Mudou minha vida'

Também com exclusividade à Rolling Stone Brasil, a cantora, rapper e ativista pela causa indígena Katú Mirim afirmou que “trabalhar nesse projeto foi um ato de carinho com a comunidade LGBTQIA+”, pontuando que tal carinho foi visto também nos bastidores, “e não somente pensando na entrega final”. Em seguida, continuou:

Mais que isso, estar em cima de um palco e gritar minha lesbianidade, assegurar um lugar de destaque para as sapatões, como diz minha esposa, ‘nosso povo’. E em seguida, falar da minha outra comunidade nas minhas músicas, falar sobre minhas e outras vivências indígenas... Apresentar para a comunidade LGBTQIA+ branca os viveres dos diversos tybyras. Os LGBTQIA+ que viviam nessas terras antes de darem nome, e fazer essa ponte importante entre as comunidades.”
Katú Mirim durante sua apresentação no Blue Note (Foto: Divulgação/ Lana Pinho)

 

Além dos nomes já citados, o álbum também conta com o cantor baiano gay e negro Hiran, cujas produções têm se destacado no universo do rap queer nacional.

Gravado durante uma apresentação das vozes convidadas no Blue Note, em São Paulo, o disco com co-criação e produção da agência SUBA está disponível com exclusividade no Apple Music. Apresentado pela TIM, o álbum faz parte do programa de diversidade da empresa e nasceu de uma iniciativa para celebrar o Dia Internacional do Orgulho LGBTI+.

+++LEIA MAIS: 14 hinos para celebrar o Dia do Orgulho LGBTQ+ [LISTA]

entretenimento música notícia representatividade LGBTQIA+ Hiran Filipe Catto Katú Mirim Johnny Hooker Doralyce Romero Ferro Mel

Leia também

Rita Lee: Cantora deixou música inédita para Maria Bethânia antes de morrer


Obra inédita de Mozart é descoberta em Leipzig, Alemanha; entenda


Caio Luccas lança novo álbum pouco antes de cantar no Rock in Rio: 'Recorte de altos e baixos da minha vida'


"Não há dúvida de que as pessoas estão amando", diz Joss Stone sobre shows no Brasil


Literal, Joss Stone não queria celebrar 20 anos de carreira no 21º ano: "Não conseguiria"


Joss Stone traz celebração de 20 anos de carreira para o Brasil: "Crescemos juntos"