Guitarrista fez um top 4 composto de dois cantores de carreira iniciada muito antes do Guns N’ Roses e outros dois com quem teve a chance de trabalhar
Igor Miranda Publicado em 15/01/2023, às 13h00 - Atualizado em 23/01/2023, às 10h06
Slash nunca precisou assumir o microfone em sua carreira. Pudera: o guitarrista já trabalhou com alguns dos maiores vocalistas da história do rock, como Axl Rose (no Guns N’ Roses), Scott Weiland (no Velvet Revolver), Myles Kennedy (junto do projeto solo The Conspirators), Michael Jackson e convidados de seu disco solo de 2010 como Alice Cooper, Iggy Pop, Chris Cornell, Ozzy Osbourne, Ian Astbury, entre outros.
Dessa forma, devemos dar ouvido ao músico da cartola quando ele resolve listar quais os melhores cantores de todos os tempos. Em lista feita durante entrevista à revista Forbes, no ano de 2018, ele revelou seu top 4 e surpreendeu ao formar uma lista com dois roqueiros e outros dois de gêneros diferentes.
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Primeiro, Slash revelou que os dois melhores vocalistas em sua opinião são:
- Mick Jagger, eterno frontman dos Rolling Stones;
- James Brown, o saudoso “padrinho do soul” falecido em 2006.
Depois, prestou homenagens a dois cantores com os quais trabalhou:
- Axl Rose, parceiro de Guns N’ Roses;
- Michael Jackson, o “rei do pop” com quem gravou diversas colaborações antes de ele nos deixar em 2009.
Na ocasião, o guitarrista explicou suas escolhas citando não apenas talento vocal, como também o comprometimento à performance de forma geral.
“Preciso dar esse título a Mick Jagger e James Brown. Tenho consciência que eles são muito semelhantes, porém, ambos são marcados pelo comprometimento. E também Michael. Axl é também um dos melhores frontmen de todos os tempos. Eles são extremamente comprometidos com o show e muito conscientes da importância dessa dinâmica.”
A parceria entre Axl Rose e Slash dispensa apresentações. Apesar dos conflitos - que ficaram no passado -, os dois construíram uma obra grandiosa com o Guns N’ Roses. Slash entrou para a banda ainda em 1985, ano de fundação, na vaga deixada por Tracii Guns (que formaria outro grupo, L.A. Guns). Trabalharam juntos até 1996, quando o músico da cartola anunciou sua saída.
A retomada da colaboração se deu em 2016, após cantor e guitarrista fazerem as pazes e deixarem de lado as tretas que os separaram duas décadas antes. Na época, o baixista Duff McKagan também retornou ao grupo.
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Em entrevista de 2020 à revista britânica Kerrang!, Slash relembrou o seu sentimento ao ouvir Axl Rose pela primeira vez. O contato inicial se deu por intermédio de uma fita trazida pelo guitarrista Izzy Stradlin, com quem também formou uma afiada parceria nos tempos clássicos de Guns.
“Escutei Axl cantar pela primeira vez em uma fita que Izzy trouxe até minha casa. Tinha muito ruído, mas aí entrou aquela voz bem aguda e intensa. Senti de primeira que era algo emocionante, havia algo melódico e ao mesmo tempo de blues, o que é muito raro nesse tipo de voz.”
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De acordo com Slash, não era fácil naqueles tempos encontrar alguém que aguentasse interpretar aquele tipo de melodia de modo tão natural. Então, ele se convenceu a assistir a um show que Axl e Izzy fariam naqueles tempos.
“Fui sem saber que iria ver aquele mesmo cara da fita cassete. Eles mandavam muito bem no palco. Izzy descia a guitarra até a altura o joelho deslizando com o slide enquanto Axl ficava se contorcendo. Era demais.”
Durante a mesma entrevista à Kerrang!, Slash relembrou o trabalho ao lado de Michael Jackson. Os dois colaboraram inicialmente com a música “Give In to Me”, lançada pelo astro pop no álbum Dangerous (1991), além da passagem introdutória do hit “Black or White” - muitas pessoas pensam que o integrante do Guns N’ Roses gravou o riff principal, mas este foi tocado por Bill Bottrell. Depois, o guitarrista participou das músicas “D.S.” (no álbum HIStory: Past, Present and Future, Book I - 1995), “Morphine” (no disco de remixes Blood on the Dance Floor: HIStory in the Mix - 1997) e “Privacy” (no trabalho Invincible - 2001), além de ter feito shows ao lado de Michael.
Apesar do talento incontestável do chamado “rei do pop”, havia uma pressão causada pela fama com a qual ele sofria bastante, de acordo com Slash.
“Michael era muito profissional. Muito talentoso, estava em um alto patamar. Ele era musicalmente fluido, o que é o principal. Era muito profissional em cima do palco. Porém, quando não estava trabalhando, dava para ver como ele era refém de seu próprio sucesso. Tinha muita gente em seu entorno, muitos bajuladores que só diziam ‘sim’ ao que ele falava. Ele parecia saber que 90% daquela gente era falsa. Dava pena.”
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