- Black Sabbath (2011) Foto: Reprodução
Rock

Ozzy Osbourne e Tony Iommi se odiavam antes do Black Sabbath

Curiosidade foi revelada pelo baixista Geezer Butler, que revelou razão para vocalista e guitarrista não se bicarem nos tempos de juventude

Igor Miranda Publicado em 06/09/2023, às 09h00

Muitas bandas começam após amigos começarem a se interessar, juntos, por música. Este definitivamente não foi o caso do Black Sabbath.

Entre 1968 e 1969, a banda teve alguns nomes diferentes (The Polka Tulk Blues Band e Earth) e experimentou formatos diferentes (com direito a um saxofonista nos tempos de Polka Tulk Blues) até estabelecer sua configuração com Ozzy Osbourne (voz), Tony Iommi (guitarra), Geezer Butler (baixo) e Bill Ward (bateria). E definitivamente a amizade não foi o que atraiu esses caras, especialmente os dois primeiros citados.

Em entrevista à Metal Hammer, Butler relembrou que, de início, Osbourne e Iommi se recusaram a trabalhar juntos. Os dois não se suportavam.

Inicialmente, o baixista contou que estava procurando um vocalista para a banda que tinha na época, Rare Breed. Tony e Bill tinham outro projeto e não estavam envolvidos com este grupo. Certo dia, deparou-se com um anúncio de um cantor que lhe chamou atenção pelo simples fato de ter equipamento próprio à disposição.

“Eu vi este anúncio em um jornal, 'Ozzy Zig wants a Gig’ (em tradução livre, algo como ‘Ozzy Zig quer uma banda’). Havia as palavras mágicas: 'tem seu próprio sistema de PA’. Não importava como ele soava. Tinha o endereço dele, então fui até lá, e no dia seguinte Tony e Bill Ward foram lá com a banda deles.”

O vocalista e o guitarrista foram colegas de escola e não tinham nada de bom para falar um sobre o outro. Por isso, o convite do baixista para o Rare Breed se mostrou mais atraente para Osbourne.

Ozzy estudou com Tony e eles se odiavam. Tony praticava bullying contra ele na escola. Então, Ozzy decidiu que iria comigo porque não queria tocar com Tony. Foi assim que começamos.”

Fim do Rare Breed, início do Black Sabbath

No fim das contas, o Rare Breed durou pouco tempo. Além disso, as coisas começaram a desandar um pouco para Geezer Butler, que foi dispensado de seu emprego formal à época. Nessa época, o baixista tomou a decisão de focar 100% de seu tempo na música.

“Só fizemos dois shows juntos em Rare Breed. Então, fui demitido do trabalho e queria trabalhar com música em tempo integral.”

A saída foi tentar algo com Tony Iommi. O guitarrista tinha uma parceria forte com Bill Ward, então o baterista se envolveu naturalmente. Não havia muita opção para Ozzy Osbourne, logo, ele também entrou.

“Fomos até a casa de Tony para ver se ele conhecia algum baterista. Bill estava lá na casa de Tony. Ele disse: ‘entro nessa banda se Tony entrar’. E lá fomos nós, primeiro como Earth, depois como Sabbath.

Os tempos como Earth

Como dito, o Black Sabbath teve um breve período onde atendeu pelos nomes Polka Tulk Blues Band e Earth. A história é curiosa: a Polka Tulk Blues Band trazia os quatro membros futuramente conhecidos pelo Sabbath além de Jimmy Phillips (amigo de infância de Ozzy) na slide guitar e Alan “Aker” Clarke no saxofone. Os outros músicos viram logo que o sexteto não daria certo, mas em vez de dispensarem Phillips e Clarke, simplesmente acabaram com a banda para iniciar outra: o Earth.

Na configuração de quatro músicos, as coisas começaram a dar certo. Logo o Earth começou a fazer shows em casas noturnas da Inglaterra, especialmente em Birmingham, sua terra natal.

Em entrevista à Rolling Stone EUA (via site Igor Miranda), o vocalista do Judas Priest, Rob Halford, relembrou como soava o Earth antes de se chamar Black Sabbath. Halford também é natural de Birmingham.

“Tenho vagas lembranças de vê-los como Earth em um clube obscuro em Birmingham. Eles tocavam uma espécie de blues pesado, de forma jazzística e progressiva, musicalmente. Havia uma forma livre rolando quando eles tocavam, mas o peso dominava.”

Tal sonoridade guiou os primórdios do Black Sabbath, especialmente seu álbum de estreia, homônimo, lançado em 1970. Para muitos, este disco representa o marco zero do heavy metal. Halford comenta:

“Quando eles viraram Black Sabbath, encontraram a identidade. Os riffs de Tony tiveram um papel mais forte e eles tinham algo único, que os diferenciava de todas as bandas locais ou por aí. Ozzy parecia e soava especial e a dinâmica de Geezer e Bill definiu uma sonoridade que ninguém conseguia igualar.”

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