Criador da Carlos Capslock, Paulo Tessuto se apresenta neste sábado, 14, no Tomorrowland; confira entrevista com o DJ
Heloísa Lisboa (@helocoptero) Publicado em 13/10/2023, às 18h30
O DJ e produtor Paulo Tessuto chega a quase duas décadas de carreira com uma conquista significativa: o nome incorporado no line-up do Tomorrowland. A participação do artista no festival está marcada para acontecer neste sábado, 14.
Tessuto é responsável pela criação de uma das festas mais importantes para a cena tida como underground da música eletrônica no país e até mesmo no mundo. De jogador de basquete, ele passou a ser Carlos Capslock, alter-ego que intitula também evento que agita as noites por aí de tempos em tempos.
A Carlos Capslock completou 12 anos em 2023 e foi influência para outras diversas festas do estilo: "O movimento de festas independentes (que a Capslock foi precursora como a primeira festa de música eletrônica do Brasil nesse segmento) influenciou e ajudou a moldar toda uma geração de promoters e clubbers," apontou Paulo. A próxima acontece em 28 de outubro, com temática de Halloween, e ainda dá tempo de participar.
O envolvimento inclusivo de um público diverso pela Capslock é outro reflexo relevante da ideia desenvolvida por Tessuto. "Os RPs do nosso ecossistema também trabalham seus mailings com um olhar étnico-racial e socioeconômico para que consigamos a proporcionalidade desejada, além de presenças LGBT+," afirmou o artista, que assume a personagem Carlos como uma drag queen.
Confira entrevista completa com Paulo Tessuto e saiba o que esperar do show do DJ no Tomorrowland:
Rolling Stone Brasil: Quais artistas está ansioso para assistir no Tomorrowland?
Paulo Tessuto: Estou animadão para ouvir o set da Anna com o Vintage Culture, DJ Boring e Hector Oaks. Tem muita gente legal. Tá difícil escolher [Risos].
Rolling Stone Brasil: O que os fãs podem esperar da sua apresentação no festival?
Paulo Tessuto: Muita criatividade e mistério. Coisas que estão sempre presentes nos meus sets. Além disso, estou customizando um look exclusivo para usar na minha apresentação a pedido da Absolut.
Rolling Stone Brasil: Como surgiu a Carlos Capslock, contexto e nome?
Paulo Tessuto: Foi uma coisa assim, muito despretensiosa. A ideia era criar um personagem com as iniciais do nome e sobrenome com a mesma letra. Foi num chillout com amigos. Nunca imaginei que o personagem tomaria a proporção que tomou e muito menos que seria uma intervenção cultural reconhecida mundialmente.
Rolling Stone Brasil: Quais os impactos da Carlos Capslock na cena da música eletrônica no Brasil?
Paulo Tessuto: Para mim, é sempre muito difícil falar sobre eu mesmo e sobre como as minhas ideias impactam o cenário nacional. O que eu posso te dizer é que o movimento de festas independentes (que a Capslock foi precursora como a primeira festa de música eletrônica do Brasil nesse segmento) influenciou e ajudou a moldar toda uma geração de promoters e clubbers. Posteriormente, nos tornamos referência e fonte de inspiração para agências e grandes festivais por todo o Brasil, tanto nacionais como internacionais.
Rolling Stone Brasil: O que mudou do início da sua carreira para cá?
Paulo Tessuto: Muita coisa muda a todo momento na nossa carreira e eu fico muito feliz de conquistar as coisas pouco a pouco. É muito legal poder acessar lugares e pessoas que eu jamais imaginei poder acessar. Hoje em dia eu divido o palco com muitas artistas que eu admirava há 15 anos, quando eu comecei a tocar. Isso é incrível!
Também consegui viajar para muitos países que jamais pensei em poder conhecer. A primeira vez que viajei de avião foi através da minha carreira, quando fui tocar no Rio de Janeiro, que, inclusive, eu também não conhecia. Minha família nunca teve condição de me levar para viajar, então eu conheci o Brasil através da minha carreira. Fico muito feliz em poder conquistar tudo isso pouco a pouco.
Rolling Stone Brasil: Como é sua relação com a música eletrônica?
Paulo Tessuto: É uma relação que está em eterna renovação e que me leva a lugares que sempre quis conhecer. Como não amar?
Rolling Stone Brasil: Pode me contar como funciona o processo de curadoria para a Carlos Capslock?
Paulo Tessuto: Eu frequento eventos, ouço podcasts e confiro os line-ups de eventos ao redor do mundo, e a partir disso começo a pensar em quem queremos ter ao nosso lado. É importante lembrar que o processo sempre é moroso e muito trabalhoso. Muita coisa depende de vários fatores que fogem do nosso controle para que um booking dê certo. Tem que ter MUITA paciência.
Rolling Stone Brasil: Como insere diversidade no seu trabalho?
Paulo Tessuto: Na Carlos Capslock, as pautas de diversidade, proporcionalidade e inclusão são articuladas em conjunto com especialistas. Com o público, por exemplo, temos a lista trans e não-binárie, que é uma política pública aplicada e organizada sempre por parceiras e parceiros que tenham a sensibilidade e o conhecimento de inserir esses corpos e vivências da melhor forma. Além disso, os RPs do nosso ecossistema também trabalham seus mailings com um olhar étnico-racial e socioeconômico para que consigamos a proporcionalidade desejada, além de presenças LGBT+.
Quando falamos de artístico, para além da curadoria sonora e visual, temos também o compromisso de equilibrar o casting com a mesma atenção mencionada anteriormente.
Rolling Stone Brasil: O que espera do seu futuro?
Paulo Tessuto: Eu espero que no futuro eu possa viver em um mundo muito mais inclusivo e acolhedor, onde as pessoas possam ter cada vez mais a capacidade de se sensibilizar com problemas que as afetam diretamente. Além disso, eu espero poder fazer parte dessa construção com a projeção que eu tenho como artista.
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