De acordo com o baterista Roger Taylor, vocalista estabeleceu desde o início que temática não seria abordada nas letras da banda; saiba a razão
Igor Miranda Publicado em 09/01/2023, às 20h13
Na posição de uma das maiores bandas da história do rock, o Queen nunca quis envolver-se com temáticas políticas em suas letras. E embora o grupo fosse bastante democrático quanto às suas criações, a decisão nesse caso veio de apenas um integrante: o saudoso vocalista Freddie Mercury, que nos deixou em novembro de 1991 devido a complicações causadas pelo vírus HIV.
A revelação foi feita pelo baterista Roger Taylor, em entrevista de 2021 ao site Music Radar. Na ocasião, ele promovia seu álbum solo Outsider, que traz letras bastante politizadas - o que foi descrito como a grande diferença entre este trabalho e as obras do Queen.
Curiosamente, a opção pelo grupo completo por Brian May (guitarra) e John Deacon (baixo) por não entrar a fundo nessa temática ocorreu mesmo em meio à turbulência política vivenciada pelo Reino Unido, terra natal dos músicos, na década de 1970. E foi justamente esse momento complicado para a sociedade britânica que os motivou a não “mexer no vespeiro”.
“Havia muita coisa política pesada rolando nos anos 70. Logo no início da banda, Freddie disse: ‘Veja bem, eu não quero me envolver nisso. Quero viajar pelo mundo cantando músicas com as quais as pessoas possam se divertir. Não quero transmitir uma mensagem’.”
Taylor admitiu que o ponto de vista apresentado por Mercury é bem interessante. Ainda que tenha abordado temas políticos em Outsider, o baterista disse que fez o máximo para não exagerar na dose.
“Eu não quero sair impondo regras por aí. Espero que eu tenha conseguido ficar do lado certo na linha tênue entre o rock e a política. Tomara que eu nunca chegue ao ponto de perder tempo no palco ao tentar pregar sobre o que há errado no mundo. Freddie jamais me perdoaria.”
Em outra entrevista de 2021, mas ao Telegraph, Roger Taylor falou sobre outro aspecto curioso das composições do Queen: a divisão do dinheiro obtido com as composições. O baterista revelou que toda a grana era dividida igualmente entre os quatro membros, mesmo considerando que muitas músicas eram criadas por somente um ou dois deles.
“De início, os compositores principais eram Freddie e Brian. John e eu começamos a contribuir mais na década de 1980. Daí, Freddie trouxe uma solução incrível: disse que como tudo estava sob o nome do Queen, então, o dinheiro dos direitos das composições seriam divididos de forma igualitária. Não foi das melhores coisas para mim, pois eu estava compondo a maior parte dos hits na época, mas não posso reclamar.”
De fato, o crescimento de Roger Taylor enquanto compositor do Queen na década de 1980 foi visível. O baterista foi o responsável por criar músicas como “Radio Gaga”, “A Kind of Magic” e “Breakthru”, que saíram como singles e se tornaram hits no período citado. Ele também foi coautor de “Innuendo” e “Under Pressure”, parceria do grupo com David Bowie, além de outras canções.
Lady Gaga no Brasil: Subsecretário do Rio de Janeiro confirma show da cantora em 2025
Como o Slipknot foi alvo de ódio de outras bandas em sua 1ª grande turnê
SZA promete mais músicas novas logo após lançar o álbum deluxe "Lana"
Beyoncé, Kendrick Lamar e mais: Confira as músicas favoritas de Barack Obama em 2024
Teimosia: MK e Edgar buscam resgatar a essência do rap clássico em EP
Toninho Geraes se emociona durante audiência sobre plágio contra Adele; gravadora encerra reunião sem proposta de acordo