Receio por parte do membro do Kiss surgiu antes do lançamento do álbum Back in Black, primeiro da banda sem o vocalista Bon Scott
Igor Miranda Publicado em 05/09/2023, às 12h30
O título de uma das músicas mais célebres do AC/DC já entrega: é um longo caminho até o topo (“It’s a Long Way to the Top”). Embora seja reconhecido hoje como um dos gigantes do rock, o grupo fundado pelos irmãos guitarristas Angus e Malcolm Young enfrentou vários desafios ao longo de sua trajetória.
O maior deles, sem dúvidas, foi a perda de Bon Scott. O vocalista morreu em fevereiro de 1980, aos 33 anos. Os remanescentes consideraram encerrar a banda, mas sentiram que havia mais a oferecer. Recrutaram o cantor Brian Johnson, então conhecido pelo trabalho com o grupo Geordie, e apenas cinco meses depois lançaram seu primeiro álbum com o novo integrante: Back in Black.
Certamente, nem eles esperaram o sucesso conquistado. Estima-se que o sétimo disco de estúdio do AC/DC tenha mais de 50 milhões de cópias vendidas no mundo todo, sendo um dos trabalhos musicais de maior êxito comercial na história.
Ainda que fosse um grande apoiador do grupo, Paul Stanley estava receoso. O vocalista e guitarrista do Kiss, com quem o AC/DC excursionou na década de 1970, declarou à revista Classic Rock (via site Igor Miranda) ter cogitado que Johnson poderia estragar a química da banda.
“Quando Brian Johnson se juntou ao AC/DC, eu estava curioso – como todo mundo – sobre como isso impactaria a banda e a química que eles tinham com Bon Scott.”
Com um disco do porte de Back in Black servindo como cartão de visitas, não dava para seguir desconfiado. Stanley reconheceu logo na primeira música, “Hells Bells”, que os irmãos Young poderiam seguir em frente.
“O que eles criaram com Back in Black foi simplesmente monumental. A maneira como o álbum começa com Hells Bells me atingiu como a primeira vez que ouvi o Black Sabbath.”
Ainda em sua declaração, Paul Stanley comentou os principais méritos do AC/DC em Back in Black. Para o vocalista e guitarrista, a banda formada na Austrália passou a soar mais “polida”, mas não menos impactante.
“O som se tornou polido até certo ponto. Estavam construindo sobre o que haviam feito antes, seguindo em frente. Esse tipo de coragem básica que eles tinham nos primeiros dias foi substituído por uma sobrecarga sônica. Mas foi brilhante. O que foi ganho anulou o que foi perdido.”
O Kiss de Paul Stanley foi uma das primeiras grandes bandas a dar uma oportunidade para o AC/DC se apresentar em grandes palcos. O músico, por fim, relembrou de quando conheceu o grupo.
“Sabia do poder do AC/DC desde a primeira vez que os vi, no Whiskey A Go Go em Los Angeles, meados dos anos setenta. Eles eram corajosos e o nível de adrenalina era louco. A quantidade de energia que Angus estava gastando no palco era incompreensível.”
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