- Legião Urbana (Foto: Divulgação)

Por que Renato Russo proibia que músicos da Legião Urbana rissem no palco

Regra estabelecida pelo cantor foi compartilhada em entrevista pelo tecladista e produtor musical Carlos Trilha

Igor Miranda (@igormirandasite) Publicado em 12/02/2023, às 13h00 - Atualizado em 17/02/2023, às 11h12

“Sem risadola”, já diria o humorista. Essa era a regra estabelecida pelo vocalista Renato Russo a qualquer músico que tocasse na Legião Urbana.

Em entrevista de 2021 ao podcast Papo com Clê, o tecladista e produtor musical Carlos Trilha revelou tal determinação e comentou a respeito. Embora não tenha sido integrante oficial da Legião Urbana, Trilha tocou com a Legião tanto ao vivo quanto em estúdio, em discos como A Tempestade ou O Livro dos Dias (1996) e Uma Outra Estação (1997).

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A norma era estabelecida porque a banda buscava discutir temas profundos em suas letras. Não era como uma banda de rock convencional, com versos mais mundanos, por assim dizer. Trilha afirma:

"Aquilo ali para o Renato era uma coisa muito séria. Tem um nível de entrega muito grande dele ali também. A gente ficar gargalhando é quase desrespeitoso com a entrega, o que querem dizer as letras. [...] O show da Legião tinha essa coisa. O Renato falou: ‘Gente, é uma banda espartana. Não é para ficar gargalhando no palco, ficar rindo’.”

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Ainda de acordo com o tecladista, levou algum tempo até a plena compreensão do que significava tudo aquilo. Não era apenas tocar e fazer som: existia uma questão política e filosófica por trás do grupo.

“Fui passar a entender essa vibe do punk, pós-punk, essa posição política, musical e filosófica com o passar do tempo. Não foi só chegar. Achava que era meio ruim, meio frouxo, depois fica legal, depois fica ruim de novo... mas depois fui entender o valor artístico e tudo o que significava.”

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Legião Urbana e a barulheira

Também durante a entrevista, Carlos Trilha refletiu sobre o momento em que começou a tocar com a Legião Urbana. Uma experiência anterior com outro projeto que não o agradou quase o afastou da banda.

“Um pouco antes da Legião me chamar, fui chamado para fazer um show tributo ao The Clash. Fui ensaiar, achei uma barulheira e não quis mais. Aí de repente parto lá na Legião: mesma barulheira, muito alto. E tinha equipamento, então era o ‘Esquadrão Suicida’.”

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Além do trabalho com a Legião, Trilha esteve envolvido com a carreira solo de Renato Russo. Foi ele o arranjador de três álbuns do cantor: The Stonewall Celebration Concert (1994), Equilíbrio Distante (1995) e O Último Solo (1997). Também trabalhou com Lobão, Jerry Adriani, Marisa Monte, Dazaranha, Danni Carlos, entre outros.

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