Filho de Eddie Van Halen lançou seu próprio projeto musical, o Mammoth WVH, após o fim da banda que carrega seu sobrenome
Igor Miranda Publicado em 23/09/2023, às 13h00
Muitos fãs enxergam apenas os privilégios — que são muitos, é verdade — que filhos de artistas famosos têm por terem nascido em tais famílias. Porém, como tudo na vida, também há seu lado negativo. É algo que Wolfgang Van Halen destaca frequentemente em suas entrevistas.
Em declaração à revista Classic Rock, o filho do lendário guitarrista Eddie Van Halen refletiu sobre o peso de se carregar um sobrenome tão pesado na história da música. Além de seu saudoso pai — falecido em 2020 — ter sido um dos revolucionários de seu instrumento, a banda formada ao lado do tio de Wolfgang, o também icônico baterista Alex Van Halen, é uma das mais populares do hard rock em todos os tempos.
O músico de 32 anos optou por seguir carreira musical, como seu pai e tio. Chegou a fazer parte do Van Halen de 2006 ao fim da banda,, provocado pela morte de Eddie. Nos últimos tempos, lançou-se em um projeto solo, o Mammoth WVH, onde assume vocais e todos os instrumentos nas gravações de discos — ao vivo, obviamente, conta com o auxílio de outros parceiros.
Mesmo com todos os esforços para estabelecer uma trajetória própria, há alguns obstáculos no caminho. O principal, segundo o jovem, é a seguinte compreensão:
“Eu não sou um ser humano para algumas pessoas. Para elas, sou apenas uma extensão do sobrenome. Não me incomodo com pessoas sendo rudes e manifestando ódio na internet. Eu me chateio é quando há esse tipo de estupidez onde dizem: ‘oh, você está explorando o nome Van Halen’. A imbecilidade me incomoda mais do que a maldade.”
Em outro momento da conversa, Wolfgang destacou a “difícil” experiência de ter que se juntar ao Van Halen com apenas 16 anos. À época, Eddie colocou a presença do filho como uma condição para manter-se na ativa. O então adolescente não só entrou em uma banda gigante do rock, como também ocupou a vaga de um membro original: Michael Anthony, que estava em conflito com os irmãos naquele período.
“Eu estava lá para dar apoio ao meu pai, mas sabia que me tornaria o maior inimigo de todos os homens de quarenta a cinquenta anos de idade no mundo. Era algo que eu não sabia como lidar. Isso me causou muitos danos.”
Wolfgang Van Halen espera honrar o legado construído por seu pai e tio, mas não da forma como muitos fãs esperam. O multi-instrumentista não pretende, por exemplo, liderar uma espécie de banda-tributo ou mesmo um evento em homenagem — houve tentativas de reunir ex-integrantes nos últimos tempos, mas o próprio jovem disse algumas vezes que o ego e a disfuncionalidade da relação entre eles impede qualquer iniciativa.
Coube ao filho, sozinho e em outra ocasião, relembrar o pai em uma ocasião especial. Wolfgang participou de shows em tributo a Taylor Hawkins, baterista do Foo Fighters falecido em 2022, tocando músicas do Van Halen. Neste caso, valeu a exceção, já que ele não toca canções do icônico grupo em sua carreira solo.
“Para mim, foi uma homenagem a Taylor, mas também foi uma homenagem ao pai. Foi a minha maneira de encerrar a bagunça que é a hierarquia social do Van Halen e o fato de que um show de tributo nunca acontecerá. Acontece que as pessoas ficam tipo: ‘você precisa fazer uma homenagem, cara’. Mas eu já sou uma homenagem. Tudo o que faço é por causa do meu pai, e acho que isso é uma homenagem suficiente.”
Mammoth II, segundo álbum de estúdio do Mammoth WVH, foi lançado no último mês de agosto. O videoclipe da música “I’m Alright”, um dos singles do trabalho, está disponível a seguir.
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