Kurt Cobain interrompeu um show do Nirvana para impedir um assédio sexual

Em 1993 Kurt Cobain não hesitou em jogar seu violão no chao e confrontar um homem na plateia

Fernanda Decaris (@ferdecaris)

Publicado em 05/04/2023, às 15h29 - Atualizado às 15h57
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- Kurt Cobain durante o acústico MTV (Foto: reprodução)

Kurt Cobain interrompeu um show do Nirvana em 1993 para impedir um assédio sexual. O vocalista se apresentava na Oakland, Califórnia na véspera do ano novo quando avistou um homem apalpando uma mulher na primeira linha da pateia.

A banda tocava "Jesus Doesn't Want Me For A Sunbeam" quando Kurt jogou seu violão no chão e não hesitou em correr para a multidão e chamar a segurança.

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“Enfrentando uma sensação, hein amigo?” disse o vocalista enquanto apontava para saída.

O baixista do Nirvana, Krist Novoselic, percebeu o que havia acontecido e disse: “Como se sente, hein?”. Confira o vídeo abaixo: 

Kurt Cobain, além de ser um dos maiores artistas da história nunca escondeu as causas em que defendia. Como relembra o Far Out Magazine em 2020, o músico fez denúncias sobre estupro nos anos 1990.

Em entrevista de 1991 ao NME, Cobain enfatizou acreditar que a sociedade deveria eliminar o assédio sexual e o estupro. Um dos meios para fazer isso, segundo o artista, é educar homens sobre o estupro. 

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O músico também levou os assuntos para as músicas do Nirvana. Como aponta o FOM, o artista lançou "Rape Me", do disco In Utero, como um "hino anti-estupro". 

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A questão da violência contra a mulher também foi abordada em "Polly", de Nevermind. Sobre a música, Krist Novoselic comentou: "É sobre uma jovem garota que foi sequestrada, o cara a levou em sua van. Torturou. Estuprou ela. A única chance que ela tinha de fugir era procurá-lo e convencê-lo a desamarrá-la. Foi o que ela fez e ela fugiu. Você pode imaginar quanta força isso levou?".

Em outra entrevista de 1993, Cobain relembrou dos tempos de colégio e como esse período moldou a visão dele: "Não encontrei nenhum amigo (na escola), amigos homens com os quais me sentisse compatível, acabei saindo muito com as meninas. Eu sempre senti que elas não foram tratados com respeito. Especialmente porque as mulheres são totalmente oprimidas".

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O Far Out Magazine pontua que as denúncias e falas de Cobain nos anos 1990 sobre a violência contra a mulher foram à frente do tempo dele e mostraram como a música está ligada com a política e pautas sociais. 

Na conversa, ele lembrou de uma amiga que na época começou aulas de defesa pessoal e se questionou sobre esse processo. Cobain falou: "Ela olhou pela janela e viu um campo de futebol cheio de meninos, e pensou que essas são as pessoas que realmente deveriam estar em uma classe”.

 

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