Andreas Kisser (guitarra) é são-paulino fanático, enquanto Paulo Xisto (baixo) é torcedor fervoroso do Atlético-MG; ambos lideram a famosa banda brasileira de metal
Igor Miranda Publicado em 22/01/2023, às 15h18 - Atualizado em 24/01/2023, às 10h38
Já dizia a sabedoria popular: futebol, política e religião não se discutem. No caso do esporte favorito do brasileiro, um debate relacionado ao tema quase pôs fim à maior banda de heavy metal do Brasil, o Sepultura.
Por incrível que pareça, a conversa sobre futebol seria capaz de uma façanha que nem mesmo as mais diversas adversidades conseguiram. Formado em 1984 pelos irmãos Max (voz e guitarra) e Iggor Cavalera (bateria), o grupo já não conta com seus fundadores: Max saiu em 1997 após desentender-se com os demais colegas em função da permanência de sua esposa, Gloria, como empresária; Iggor abandonou o posto em 2006 após desejar dar uma pausa na carreira e não ter seu desejo compartilhado pelos colegas.
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Da configuração clássica do Sepultura, restaram o guitarrista Andreas Kisser e o baixista Paulo Xisto. O primeiro é fanático pelo São Paulo; o segundo, fervoroso torcedor do Atlético-MG. Ainda que unidos por interesses em comum, especialmente relacionados à música, eles estão separados no esporte - e isso já rendeu uma briga complicada entre eles.
Em entrevista ao Uol Esporte, no ano de 2021, Kisser destacou inicialmente que “discussão tensa com futebol é normal”, especialmente “quando se tem vários amigos rivais, corintianos e palmeirenses”. Na sequência, contou que seu desentendimento com o baixista ocorreu por conta de Rogério Ceni, goleiro ídolo do São Paulo que hoje trabalha como treinador da equipe.
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Andreas não deixou de reconhecer o talento de Ceni - e destacou que por conta disso é tão “odiado pelo resto” dos torcedores de outros clubes.
“É uma figura fantástica, um goleiro excepcional, revolucionário, que reinventou... obviamente, já tinham goleiros que batiam falta antes, mas acho que o Rogério Ceni chegou em outro patamar.”
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Embora tenha definido a discussão como “besteira”, Andreas Kisser reconheceu que a briga quase fez com que o Sepultura encerrasse as atividades. Infelizmente, a fofoca veio pela metade: ele não revelou o exato contexto da conversa.
“Foi uma briga, discussão de Atlético e São Paulo, Rogério Ceni, besteira, né? Quase acabou com a banda (risos). Foi um negócio meio sério.”
Ainda bem que todos se acertaram e seguiram fazendo som. O grupo completo por Derrick Green (voz) e Eloy Casagrande (bateria) lançou em 2020 seu décimo quinto álbum de estúdio, Quadra. Com o hiato causado pela pandemia, eles só puderam voltar à estrada para promover o trabalho ao vivo em 2022, quando realizaram mais de 100 shows nos mais diversos países: Estados Unidos, Alemanha, Inglaterra, México, Espanha, Chile, Canadá, Eslováquia, Sérvia e muitos outros, além do Brasil.
“No dia seguinte (à discussão) estava tudo certo. São discussões naturais, principalmente com o Paulo. Foi a discussão que quase acabou com o Sepultura ou quase tirou um da banda, mas estamos aí juntos, até hoje, discutindo sobre futebol da melhor maneira possível.”
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