- Samuel Rosa (Foto: Lorena Dini/Divulgação)
Entrevista

Samuel Rosa e a opinião "old school" sobre o mercado fonográfico atual

Ex-vocalista do Skank fala sobre decisão de lançar álbum completo, e não singles como outros artistas

Rodrigo Tammaro Publicado em 09/08/2024, às 15h48

O cantor e compositor Samuel Rosa lançou na última sexta-feira (2) a turnê do seu novo álbum Rosa. Esse é o primeiro trabalho solo do ex-vocalista do Skank.

Em entrevista à Rolling Stone, ele explicou a escolha por lançar um trabalho completo, e não um single, como muitos artistas têm feito: “Eu ainda não estou convencido de que lançar singles periodicamente é o melhor formato, a melhor maneira de conduzir a sua discografia”. 

Samuel Rosa também definiu como “ansiosa” a ideia de lançar um single atrás do outro. Ele ressaltou que nem sempre essa é uma demanda dos próprios artistas, mas da parte executiva da indústria fonográfica, que busca o imediatismo e mede os trabalhos pelos números.

Opinião “old school”

Samuel Rosa disse que a opinião dele pode ser considerada “old school”, mas defendeu que “um artista não se explica através de singles”. 

Para você pontuar o padrão estético, valores musicais, o que você estava acreditando… Para ser um ‘álbum de fotografia’ completo daquele artista naquele momento atualizado, precisa de um álbum. [...] Fica difícil assimilar uma música; na hora que você começa a entender a música o cara já lança outra e outra.”

Por outro lado, ele disse entender o momento atual da indústria e destacou que os trabalhos dos artistas estão mais acessíveis atualmente. 

Eu sou de uma época diferente, onde as pessoas tinham mais dificuldade de ouvir um disco. Eu estou impactado porque o último disco cheio que eu lancei foi no Skank ainda há quase 10 anos atrás. Naquela época, quando você lançava um disco, tinha que falar ‘escuta meu disco’; a pessoa tinha que comprar, ela não tinha alternativa. Agora a coisa está mais democrática, isso é bom. O cara já escuta ali, já conhece as faixas todas.”

Por fim, Samuel Rosa também disse que decidiu lançar um álbum completo para atender a uma demanda própria: “O skank, nos últimos anos, ficou só com releituras. Eu estava com essa verve criativa represada”.

Ele disse que escreveu 20 músicas, mas decidiu incluir apenas 10 em Rosa para o trabalho não ficar muito grande. As outras faixas devem ser lançadas em um novo álbum dentro de até 2 anos.

Ouça Rosa a seguir:

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